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O engenheiro civil, Marcos Geribello, formado pela Escola Politécnica da USP e diretor da Geribello Engenharia, ministrou na manhã de hoje, a palestra “Será o biocombustível o vilão da fome no mundo? Negócios e Oportunidades” durante o 2º painel do 7o Seminário Ambiental, que neste ano tem o tema “Livre Iniciativa, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
O engenheiro civil, Marcos Geribello
O engenheiro admitiu no início da palestra que sua abordagem trataria de um assunto polêmico e multidisciplinar, mas seu foco era desmitificar que o biocombustível é um vilão da fome no mundo ou não, como colocou mostrando que no caso da energia gerada através do milho americano, cerca de 25% da produção de milho é destinada a biocombustíveis.
O palestrante fez uma apresentação com foco no perfil histórico do uso do biocombustível e mostrou que há 500 mil anos o primeiro biocombustível usado foi a lenha. De lá para cá, as fontes de energia se diversificaram e hoje há divisões entre não-renováveis (petróleo, gás, carvão, energia nuclear) e renováveis (hidraúlica, lenha, carvão vegetal – a mais utilizada no mundo), eólica, solar e biocombustíveis.
Geribello citou uma novidade que pretende se consolidar nos próximos 25 anos que é o bioetanol derivado de ligno-celulose. “Esse produto será de imensa importância, mas levará 25 anos para assumir o patamar que a cana já alcançou hoje. Há expectativas que essa tecnologia tenha a mesma eficiência do etanol”, analisa.
O engenheiro também fez um comparativo entre a indústria de etanol do Brasil e nos EUA, apontando a diferenças entre aspectos como área cultivável, produtividade energética, redução de emissão de C02, custo de produção, subsídios governamentais, tarifas de importação. "Temos que analisar que há vantagens claras quando o biocombustível é gerado a partir da cana. Enquanto a cana tem um custo de US$ 0,83 por galão, o milho custa US$ 1,14", sinaliza.
Outros dados que Geribello apontou em sua avaliação comparativa focaram em termos de produtividade energética. Enquanto o etanol da cana atinge a média de 8 a 10 (razão entre a energia produzida e a energia consumida), o milho só atinge a média de 1,3 a 1,6, Para ele, consolidar o etanol depende de uma combinação de desafios.
"No plano econômico é preciso combater mitos e preconceitos, consolidar o produto como commoditie energética global, aumentar a produção, o consumo e o comércio, entre outros aspectos", afirma. Já no patamar ambiental ele acredita que é preciso eliminar a queima de cana de açúcar, adquirir licenciamentos e autorizações necessárias. "São nítidos os ganhos ambientais do ponto de vista que o etanol controla emissões de gases, produz um uso racional da água, entre outros pontos", comenta. O palestrante ainda ressaltou os benefícios no âmbito social como o cumprimento de legislação trabalhista e requalificação de trabalhadores.
No período da tarde, o seminário conta com mais dois temas: “Tributação e Meio Ambiente – Incidência Tributária sobre Créditos de Carbono”, com o advogado Evandro A. S. Grili, sócio e diretor da área de Direito Ambiental e Biodireito do Escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia e “Responsabilidade Sócio-Ambiental no Planejamento Estratégico das Empresas”, com Alberto Borges Matias, livre docente em finanças pela FEA/USP e professor titular do Departamento de Administração da FEARP/USP.
Fonte: Celulose Online
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