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Alcançar um crescimento médio de 15% nas vendas internas e 7,5% nas exportações, aumentar o consumo no mercado doméstico em 30% e ampliar o investimento em inovação e P&D para 3% e 0,5% das vendas líquidas são as metas principais traçadas pela Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para o setor brasileiro de madeira e móveis. Para atingi-las, começou-se a traçar um Plano de Trabalho de governo e setor privado, com cronogramas de ações, em reunião plenária do Fórum de Competitividade do Setor de Madeira e Móveis, que aconteceu semana passada em Brasília, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Lideranças empresariais da região estiveram presentes na plenária. De acordo com o secretário do Desenvolvimento da Produção do Ministério e coordenador dos Fóruns de Competitividade, Armando Meziat, para transformar desafios e metas em ações operacionais, uma reunião técnica e preparatória com o setor será marcada até o dia 10 de junho, quando será finalizado o plano de trabalho. E, segundo ele, até o dia 8 de julho, será convocada nova reunião plenária, com a presença do ministro Miguel Jorge, já com cronograma de ações e metas definido.
Durante a reunião, além da abertura para o setor expor suas impressões sobre a PDP, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri, apresentou a política para o setor com as formas propostas para atingir os melhores resultados. Arcuri frisou ainda que a PDP têm base na realidade macroeconômica do país e que está centrada na idéia de crescimento sustentável. O deputado federal Renato Molling (PP/RS), presidente da Frente Parlamentar do Setor Coureiro-Calçadista e Moveleiro e o deputado estadual João Fischer (PP) participaram da reunião.
Atualmente, o Brasil é responsável por 3,2% da produção mundial (US$ 8,7 bilhões) de madeira e móveis e 1% das exportações (US$ 100 bilhões) mundiais, mesmo sofrendo pressões internacionais relacionadas à sustentabilidade econômica, social e ambiental. O setor é composto, majoritariamente, por micro e pequenas empresas, em geral organizadas em Arranjos Produtivos Locais (APLs). Os maiores desafios do setor são: capacitar empresas em APLs, ampliar negócios com geração de valor (via design, escala e inteligência comercial), ampliar as exportações da cadeia produtiva e a participação da produção sustentável da cadeia.
“De prático, nada”
Segundo o presidente da Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs), Uwe Storz, por enquanto, nenhuma medida prática beneficia diretamente o setor moveleiro da região. Como as propostas apresentadas são para planejamento de médio e longo prazo, a indústria local ainda não seria beneficiada. Contudo, algumas propostas já foram reivindicadas, e no dia 10 de junho, durante novo encontro, o tema volta a ser discutido.
De acordo com Storz, a liberação de Pis/Cofins, cujos créditos já estão retidos há cerca de três anos, a equiparação de IPI para venda no mercado interno são algumas das propostas a serem apresentadas. Outra é a liberação de financiamento para compra de móveis, junto com os financiamentos imobiliários. “Com essa quantidade toda de financiamento, se liberarem 20% para compra de mobília, isso garantiria fortalecimento nas vendas internas”, acredita.
Reajuste de 6%
Os trabalhadores da indústria moveleira da região de São Bento do Sul passam a receber salário maior a partir do quinto dia útil de junho. O índice de reajuste para a categoria ficou em 6%. Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores, Airton Anhaia, a proposta era de corrigir em 10% os salários, contudo, após a negociação com os empresários ficou acertado o percentual um pouco abaixo.
Desafios da PDP
Outros objetivos definidos pela PDP, para o segmento, são conquistar o mercado de móveis de alto padrão nos Estados Unidos e Europa e ampliar participação de móveis em geral em novos mercados, desenvolver APLs, construir competitividade via produção sustentável e valorização do design brasileiro, e promover acesso doméstico a móveis com qualidade e preços competitivos. Para que sejam cumpridos, serão utilizadas linhas de financiamento específicas, como o novo Revitaliza e o PROEX-Equalização, e expansão de financiamento para novos negócios e bens intangíveis, como design, marcas e estratégias de comercialização.
Além disso, estão previstas ainda a promoção da capacitação em tecnologia industrial básica, design, franquias, fortalecimentos de marcas e difusão de normas técnicas (qualidade e conforto), o apoio a APLs de móveis, incorporação de tecnologias estratégicas (TICs, biotecnologia e nanotecnologia) na cadeia produtiva e a fomentação de estratégias, da Marca Brasil e produtos de maior valor agregado.
Fonte: A Gazeta
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