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Espécie é matéria prima do setor industrial florestal, além de expressiva participação nas exportações do Brasil
O paradigma ambientalista de que o Pinus é uma planta exótica invasora acaba de ser derrubado. Pesquisa desenvolvida nas fazendas da Battistella Florestal, nos municípios Rio Negrinho e Doutor Pedrinho, em Santa Catarina, e recentemente finalizado compreendem as formas de dispersão e crescimento da espécie. E, comprova que o Pinus é facilmente controlado e não ameaça a integridade ecológica do meio ambiente.
O Pinus, junto com o eucalipto, é a espécie florestal mais plantada no Brasil, principalmente na Região Sul. O Pinus tem um rápido crescimento e é importante matéria prima do setor industrial florestal. Além disso, contribui de forma significativa com as exportações brasileiras. Segundo dados do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP (Universidade de São Paulo), o PIB Florestal representou 3,5% do PIB Nacional no ano de 2006, correspondente ao valor de 37,3 bilhões de dólares.
Durante os quatro anos em que a pesquisa foi realizada, uma série de criteriosos trabalhos foi desenvolvida para compreender o crescimento dentro dos plantios comerciais e a regeneração em situações externas aos reflorestamentos.
"Os principais objetivos do estudo foram avaliar a dispersão de sementes, o potencial de regeneração e o efeito do ambiente na rebrota", explica Itamar Bognola, pesquisador da Embrapa e um dos autores do trabalho.
O estudo teve três etapas. Na primeira fase, para se quantificar a queda de sementes, a distância de dispersão e o percentual de germinação, foram espalhadas caixas receptoras com distância de 25 metros até alcançar 150 metros e nas quatro direções predominantes do vento (Norte, Sul, Leste e Oeste) ao redor de uma plantação de Pinus com 30 anos de idade. Verificou-se que 95% das sementes não passaram da segunda caixa, ou seja, 50 metros. E, a pequena quantidade de sementes que ultrapassou essa distância teve percentual de germinação quase nulo.
A segunda etapa foi verificar o potencial de germinação. Cerca de 800 sementes tratadas em laboratório e em condições ideais de crescimento foram espalhadas em 11 tipos de ambientes diferentes (banhado, taquaral, pedreira, mata fechada, capoeirinha degradada, lajeado, nascente d´água, pastagem natural, entre outros). Na maioria dos ambientes, as sementes tiveram baixíssimos índices de germinação. Por exemplo, no lajeado, que apresentou o maior número de sementes germinadas, o índice foi de 18,25%, considerado muito baixo. No ambiente pedreira, o índice foi 1,13%.
A última etapa do estudo verificou a rebrota da espécie. Os exemplares de Pinus com menos de cinco anos que foram cortados a 10 centímetros do solo não apresentaram regeneração.
"Isso comprova que os cortes rasos não permitem que o Pinus se regenere. Ou seja, é uma forma prática das empresas florestais controlarem a espécie em locais inapropriados", afirma Bognola.
O estudo comprova que o Pinus não é uma espécie invasora e que existem medidas eficazes de controle do manejo florestal para minimizar a dispersão.
"Com base no estudo, é possível desmistificar a tese de que Pinus é invasor e dar a real importância à espécie, fundamental para economia de alguns estados", conclui o pesquisador.
Fonte: NQM Comunicação
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