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A queda nas vendas de papelão ondulado, tradicional termômetro da economia do País, mostra que o crescimento da participação dos importados começa a alterar o perfil da indústria nacional. De janeiro a abril, as vendas acumularam queda de 0,6%, traçando uma trajetória inversa em relação ao varejo, que continua crescendo. Isso significa que "o papelão já deixou de ser um medidor das condições do Produto Interno Bruto há algum tempo. Muita coisa é produzida lá fora e já vem embalada", afirma Ricardo Amoroso, presidente do Grupo Orsa, que produz papel para embalagem mas está diversificando sua linha em razão desse cenário.
O câmbio explica em grande parte o descompasso entre produção e demanda neste início de ano. "O comércio mais forte que a indústria pode indicar que o País está importando mais para cobrir a demanda doméstica", diz o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) , Welber Barral, a questão cambial afeta empresas que dependem de insumos e mão-de-obra locais, como as têxteis e de calçados.
Na fabricante de brinquedos Grow, os importados passaram a responder por 20% da linha de produtos. A gaúcha West Coast deverá receber nos próximos dias botas da China. Fabricante de sandálias, botas e calçados masculinos, a empresa começa a se preparar para substituir parte de sua produção com produtos asiáticos, diz Sergio Baccaro, gerente da empresa. Para ele, esta tendência deve ser mantida no setor.
Segundo André Rebelo, do Departamento de Economia da Fiesp, pesquisa realizada pela Ipsos com 1,6 mil empresas paulistas revelou que 20% dos empresários substituíram produtos de seu portfólio por importados e 25% aumentaram a fatia de insumos comprados no mercado externo. Segundo José Velloso Dias Cardoso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), vários associados se tornaram importadores de máquinas, se desligaram da entidade e passaram a utilizar toda a experiência e conhecimento para se dedicar à importação e comercialização de máquinas.
Fonte: Gazeta Mercantil/Celulose Online
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