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Notícias

13
mai
2008
(QUEIMADAS)
Queimadas preocupam as autoridades

Líder nacional em desmatamento florestal, Mato Grosso tem pela frente outro grave problema ambiental. São as queimadas que também colocam o Estado no ranking dos piores indicadores ambientais do Brasil. Preocupados, órgãos federais e estaduais ligados ao meio ambiente se mobilizam e adotam estratégias para tentar evitar ou minimizar tragédias como as ocorridas no ano passado no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

O ponto turístico, que atualmente se encontra fechado por causa do desmoronamento de um bloco de arenito do paredão da cachoeira Véu de Noiva, também foi interditado, em 2007, devido a um incêndio que em oito dias queimou 15% da reserva.

A preocupação aumenta neste período por causa do início da estiagem, época em que o número de focos de calor tende a crescer em todo o Estado. Na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) vários pedidos de autorização para queima controlada, especialmente, para áreas de canaviais.

"Estamos começando um período crítico em que as queimadas têm que ser evitadas para que não ocorra o que aconteceu no ano passado", alertou o secretário adjunto de Mudanças Climáticas da Sema, Afrânio Cezar Migliari.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso fechou o ano de 2007 com aumento de 61,68% no número de queimadas se comparado a 2006. No ano passado, os satélites do Inpe registraram 188.863 focos de calor, contra os 116.811 do ano anterior.

A época em que as queimadas são proibidas (15 de julho a 15 de setembro) foi justamente o período com maior número de focos registrados no Estado: 167.722. A maioria dos focos (71%) ocorreu em propriedades rurais, seguidas das áreas de assentamento de reforma agrária (13,5%).

Afrânio Migliari afirma que existe, desde o início do ano, uma determinação do governador Blairo Maggi para que o órgão redobre a atenção quanto à prevenção das queimadas.

Sem informar o montante de recursos destinados e reconhecendo que a estrutura atual é mínima, Migliari aposta nas parceiras com outros órgãos, que integram o Comitê Estadual de Gestão do Fogo, e na conscientização da população urbana e rural para reduzir ao máximo a prática de queima no Estado.

Daí o foco voltado para a educação ambiental. Este ano, por exemplo, o órgão ambiental já discutiu com representantes do setor alcooleiro a aplicação de técnicas para redução da queima das palhas da cana-de-açúcar. No geral, a idéia é fazer com que o produtor ou fazendeiro incorpore a matéria-prima seca, resultante do desmate, ao solo. "Incorporando a matéria orgânica ao solo diminuiremos o número de queimadas", frisou.

Nos próximos 30 dias, a Sema também começa a enviar informativos para cerca de 120 mil propriedades rurais do Estado alertando sobre os riscos ambientais provocados pela queima feita de forma indiscriminada. Em caso de incêndios, o órgão estadual estuda a proposta de fazer a aplicação de produtos químicos que inibem a propagação das chamas.

"Vamos fazer testes para verificar a viabilidade de aplicação do produto", informou Migliari observando que o combate aéreo das chamas facilita o combate em áreas que possuem pontos de difícil acesso como o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

O pedido de autorização para queima controlada tem que ser protocolado na Sema, com documentos da propriedade, do solicitante e, se a área for acima de 500 hectares, também do responsável técnico. No pedido de autorização é solicitados dados como os itens preventivos, a hora do fogo, além de ser indispensável a Licença Ambiental Única (LAU).

Fonte: Diário de Cuiabá

Sindimadeira_rs ITTO