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Notícias

26
abr
2008
(ECONOMIA)
Brasil na contramão do mundo

O Banco Central divulgou a pesquisa que faz toda semana com analistas do mercado financeiro. Sobre a taxa básica de juros, que subiu meio ponto percentual na semana passada, deu o previsível: as apostas são de taxas mais altas até o fim do ano, levando a Selic para 12,75% ao ano em dezembro - um ponto acima dos atuais 11,75%.

Se isso de fato ocorrer - e o BC historicamente costuma seguir as expectativas do mercado -, o Brasil correrá na contramão da maioria dos países. A perspectiva de recessão nos Estados Unidos, que levaria, em tese, a atividade econômica global para baixo, tende a forçar a autoridade monetária dos países a reduzir os juros internos - isso ajudaria a estimular o consumo e os investimentos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, estimativas feitas pelo banco de investimentos JP Morgan projetam taxa anual de 1,75% no fim do ano, ou meio ponto abaixo dos atuais 2,25%. Para a revista britânica The Economist, a taxa do Reino Unido também recuará meio ponto, para 4,50% ao ano, o mesmo ocorrendo com a Zona do Euro. Mesmo países que, a exemplo do Brasil, ainda sofrem com surtos inflacionários ocasionais, não devem elevar os juros internos. É o caso da Rússia e da Turquia, que devem encerrar 2008 com os mesmos 3,5% e 7,75%, respectivamente, segundo o Global Data Watch.

A discrepância leva o economista e ex-ministro Delfim Netto a falar até em uma situação que "beira o escândalo".

Fonte: Jornal do Comércio Brasil

ITTO Sindimadeira_rs