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Após o sucesso da produção enxuta na indústria automobilística e metal-mecânica, iniciado na Toyota, os conceitos de “lean manufaturing” começam a despertar o interesse da indústria moveleira. O setor, especialmente o exportador, com a apreciação do real frente ao dólar, busca alternativas de redução de custos e ganhos de produtividade para manter seu espaço no mercado ou garantir lucratividade.
O sistema de “produção em massa” foi implantado no Ocidente, e tem por expoente o sistema de produção da Ford, que visava à redução de custos por meio da escala de produção. A "produção enxuta" descreve a abordagem da Toyota para a manufatura, com foco na superação e competitividade.
Enquanto a “produção em massa” define um limite de aceitação para o número de defeitos, nível máximo de estoques e quantidade limitada de produtos padronizados, a "produção enxuta" defende a perfeição: custos continuamente decrescentes, qualidade tendendo a zero defeito, estoques mínimos e grande variedade de produtos. O objetivo central é atender às necessidades do cliente do ponto de vista dele, eliminando desperdícios e tudo o que não agrega valor.
Algumas técnicas são muito ligadas à produção enxuta, no entanto, outras já são amplamente utilizadas em muitos setores, como o programa 5S. O diferencial da produção enxuta ou pensamento enxuto é sua amplitude maior (envolve a análise profunda das necessidades do cliente) e o envolvimento do ser humano como fundamental na aplicação integrada das técnicas (visando ao contínuo aumento de produtividade rumo à perfeição).
Segundo Taiichi Ohno, da Toyota, a eliminação de desperdícios é fundamental para obter ganhos de produtividade e qualidade. São 7 desperdícios que devem ser combatidos:
1. Superprodução: em quantidade além do necessário ou antecipado;
2. Esperas (tempo disponível): materiais ou informações esperando para serem processados para a próxima etapa;
3. Transporte: movimentação desnecessária de materiais ou informações;
4. Processamento inadequado: máquinas usadas de modo inadequado;
5. Estoque desnecessário: evite estoques intermediários ou “pulmões”, que utiliza capital e espaço, gerando dificuldades de controle;
6. Defeitos: refugos e retrabalho de produtos e serviços;
7. Movimentos desnecessários: ergonomia no local de trabalho.
Na mentalidade enxuta devem ser observados 5 princípios de eliminação de desperdícios:
1. Especifique o valor: analise toda a atividade que cria valor somente sob a perspectiva do cliente. O valor é que determina quanto o cliente pode pagar pelo produto/serviço. A empresa deve eliminar desperdícios de forma que o preço pago pelo cliente gere lucro.
2. Identifique a cadeia de valor: em todas as atividades necessárias, de modo a localizar perdas desde a matéria-prima até a entrega ao cliente.
3. Fluxo sem interrupção: ações que criem fluxo de valor sem interrupções, desvios, esperas, refugos ou retrocessos.
4. Produção puxada: produza apenas o necessário no tempo certo, o que é puxado pelo cliente.
5. Melhoria contínua: busca da perfeição pela eliminação contínua dos desperdícios. Encontre a “raiz dos problemas” para evitar sua repetição.
Em síntese, a produção enxuta é uma atitude estratégica da empresa visando manter a competitividade ou ampliá-la com foco no cliente (análise externa), entregando-lhe o que agrega valor no ponto de vista dele, e com foco na eliminação de desperdícios (análise interna dos processos), reduzindo custos e obtendo lucratividade.
Fonte: Revista Móveis de Valor
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