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O volume vendido pelo País para o exterior entre janeiro e fevereiro ficou 1,6% abaixo da média no ano anterior, conforme levantamento da Rosemberg&Associados. Os valores das exportações, expressos em dólar, continuam crescendo, porque preços e cotações de produtos aumentaram.
A queda de volume, contudo, preocupam analistas e especialistas em comércio exterior. O trabalho, feito pela economista Thais Marzola, compara a média das exportações brasileiras no bimestre à média do ano anterior, com ajuste sazonal, para retirar efeitos típicos das vendas em cada período do ano.
Os dados relativos aos últimos anos mostram desaceleração do crescimento das exportações em volume desde 2003, quando as vendas em quantidades cresceram 19,3%. No ano passado, o avanço foi de 5,1%. Para o vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, esses dados acendem uma luz amarela sobre o desempenho exportador.
Segundo ele, o que gera emprego é o aumento do volume da produção e não o aumento da receita, que pode crescer por causa de reajustes de preços. Castro diz que em alguns segmentos já vinha sendo observado recuo das quantidades vendidas no ano passado.
Ele cita que caíram as quantidades exportadas de carros (menos 6%), motores (menos 10,5%), calçados (menos 4,3%), móveis (menos 0,8%) e bombas e compressores (menos 3,6%). Em alguns desses casos, os reajustes de preços aumentaram a receita com as vendas. "As empresas aumentam preços para compensar o câmbio fraco, mas isso naturalmente reduz as quantidades vendidas", explica.
A autora do levantamento afirma que a valorização cambial reduz a competitividade, principalmente, de produtos manufaturados brasileiros no exterior. Em paralelo, como o mercado interno está mais dinâmico, na prática, sustentando o crescimento do País, alguns setores estão redirecionando a produção para o mercado doméstico, porque a venda local acaba sendo mais vantajosa.
"Por um lado isso é até bom, porque, de certa forma, alivia a pressão inflacionária. Por outro lado, pode gerar conseqüências perniciosas para a indústria no longo prazo.
É como se você estivesse desmontando a produção voltada à exportação sendo que no futuro a demanda interna pode desacelerar.
“Corre o risco de desmontar parte do parque industrial”, afirma Thais. O trabalho mostra que, por categoria de uso, há quedas em bens de capital (menos 0,8%), intermediários (menos 0,6%) e combustíveis (16,6%). O volume de bens duráveis cresceu 2,4% e o de semiduráveis, 3,1%.
Grupos
Por grupo de produtos, a queda foi de 0,7% nos manufaturados, de 5% nos básicos e de 2,2% nos semimanufaturados. Como os preços das commodities continua em alta, as exportações gerais prosseguem avançando em dólares. "Você fica na dependência do que o mundo está demandando quando vende muito produto básico.
Fonte: Tribuna da Imprensa - RJ
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