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O comércio exterior brasileiro sofre pela falta de oferta de transporte marítimo e de estrutura portuária, que não acompanharam o crescimento da demanda.
Mas os que mais perdem - exportadores e importadores - não se organizam nem se mobilizam para fazer pleitos.
A alta dos fretes marítimos decorre da escassez de navios, provocada pela aceleração do comércio mundial. O País poderia ter frota própria adequada, mas ela foi desmobilizada e vendida nos últimos anos, nas barbas das entidades que representam os produtores, exportadores e importadores, clientes da navegação.
Por conta dos planos de construção naval do governo militar, foram construídos navios para o Lloyd Brasileiro, Netumar, Aliança, Docenave e Fronape. O presidente Lula disse que ia incentivar a indústria naval. Onde estão os navios? Apesar dos lucros astronômicos, a Petrobras e Vale demoram a investir na frota.
Se faltarem graneleiros ao País, que dirá porta-contêineres? Movimentar um contêiner entre EUA e Europa é muito mais barato do que entre Brasil e Europa. Os fretes marítimos, por aqui, estão na estratosfera, penalizando toda a comunidade de comércio exterior, além do produtor. O Porto de Santa caminha para o apagão. Cadê a Fiesp? E as demais entidades representativas?
Cargas
A movimentação de cargas no Porto de Santos acumulou queda de 9,9% no primeiro bimestre, conforme admitiu a própria Codesp - Companhia Docas do Estado de São Paulo. Só em fevereiro houve queda de 15,1%, em relação ao mesmo mês no ano passado, a pior desde a posse da nova diretoria e em todo o Governo Lula.
Negativo e inoperante
As reuniões mensais dos Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs) dos portos do Rio de Janeiro e Niterói, de Angra dos Reis e de Itaguaí não são realizadas desde novembro de 2007. Ninguém resolve quem vai pagar o deslocamento do representante do Governo Federal no órgão, que é indicado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), agência dificultadora. Azar dos clientes dos portos.
Não pago
Diz o presidente da Docas do Rio, Jorge Luiz de Mello: “O CAP não é um instrumento da estrutura da empresa (CDRJ), é um conselho de pensamento portuário, que ultrapassa os limites da empresa”. E completa: “Se a obrigação fosse arcar com o deslocamento do representante do governo federal, teria que fazer o mesmo com os representantes estaduais, municipais, dos usuários dos portos e dos trabalhadores”.
Se a moda pega...
A Advocacia Geral da União (AGU) está analisando quem pagará essa conta e deve divulgar um parecer em breve. Nas demais Companhias Docas o caso não foi ainda levantado, mas parece que a mãe Docas anda pagando o que não devia.
Itaqui aqui
A conhecida briga do governador do Maranhão, Jackson Lago, e do ex-governador José Reinaldo Tavares com a família Sarney pautou a mídia. A revista IstoÉ apresentou denúncia de nepotismo na administração do Porto de Itaquí – MA, administrado pela EMAP- Empresa Maranhense de Administração Portuária.
No tapetão
A denúncia de apadrinhamento de parentes do governador Jackson Lago no Porto de Itaquí, confirmada, parece decorrer da perda de espaço político do clã Sarney, nas urnas e fora delas. O senador José Sarney, que ainda detém a direção da agência dificultadora Antaq, segundo seus adversários, pretende cassar o mandato do governador.
Empatando
O minério de ferro de Carajás, no Pará, é transportado até o Maranhão e escoado por Ponta de Madeira, terminal da Vale do Rio Doce. Para reduzir em 370 quilômetros a logística de transporte, a Companhia Docas do Pará (CDP) quer construir o Terminal de Espadarte. Mas a obra corre risco de não sair do papel devido à movimentação de Sarney e da Vale que querem manter o embarque em território maranhense.
Capitania no Acre
Vai ser criada no Acre a Capitania dos Portos na região do Vale do Juruá, que abrange o Porto de Cruzeiro do Sul e é um dos principais pólos econômicos do estado. Além de estruturar a região que apresenta grande fluxo de navegação, a implantação do órgão visa prevenir acidentes, já que o transporte marítimo é um dos principais meios de deslocamento da população local.
“Abacaxi”
Exportadores de frutas estão insatisfeitos com o Porto de Pecém, no Ceará, que não preparou infra-estrutura adequada para o crescente escoamento da carga, quase triplicada no último ano. A administradora do terminal, CearáPortos, precisa fazer a lição de casa.
Cartesianismo ao quadrado
Fisicamente dentro do Porto de Santos, ao lado da Ilha do Barnabé, a obra do terminal da Embraport está em construção. A agência dificultadora Antaq se arvora em fiscal da obra, passando por cima da silente Codesp, administradora do porto, alegando que o terminal estaria fora da área do Porto Organizado. Só com o carimbaço.
Sem fim
Das cerca de 2 mil indústrias associadas à Fiesp, ao menos 750 já utilizaram liminares que obrigam os auditores fiscais, em greve no Porto de Santos desde o dia 18 de março, a liberar as cargas. Não existe perspectiva de término do movimento paredista durante esta semana.
Nem apito nem espelho
Projeto da LLX, de Eike Batista, o Porto Brasil, em Peruíbe, pode ser abortado. O diretor-presidente da entidade, Ricardo Antunes, admitiu que depende de acordo com os índios que habitam a Aldeia Piaçagüera. Na verdade a terra não é desses índios que vivem ali, mas sim declarada terra indígena e, portanto, de nada adiantaria barganhar com os atuais ocupantes.
Autovia marítima
A construção de uma “autovia marítima brasileira” utilizando a cabotagem e o transporte de cargas por meio de speed ships reduziria o tráfego na malha viária norte-sul do Brasil, barateando e favorecendo a logística na movimentação de mercadorias. Todos de acordo.
Veja bem
A autovia foi proposta do assessor técnico da Prefeitura de Vitória, Luiz Fernando Barbosa, durante o II Encontro Municipal de Desenvolvimento do Setor Portuário, realizado na última semana, em Angra dos Reis (RJ). Afora detalhe sobre acabar com o serviço dos práticos faltou dizer como colocar esse belo ovo em pé.
Faturando alto
A crise financeira internacional não reduziu o fluxo de dólares para o Brasil em março. Ao contrário, a entrada de valores pelo mercado de câmbio aumentou no mês, quando US$ 8,051 bilhões ingressaram no País, um recorde. As operações ligadas ao comércio exterior foram responsáveis por um ingresso líquido de US$ 6,663 bilhões.
Bio-dumping?
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, acusou o Brasil de praticar "dumping fiscal sem precedentes na produção de biocombustíveis". Para o governo francês, a redução de impostos no setor incita os consumidores a utilizarem álcool e comprarem carros movidos a álcool, criando distorções no mercado. Melhor queimar petróleo, presidente?
Ruim para a UE...
A União Européia (UE), que em janeiro suspendeu a importação de carne brasileira, agora faz um apelo ao Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) para que uma solução definitiva para o comércio de carne seja encontrada. Ao invés de protestar contra o embargo, o Brasil tem tratado de tranqüilizar os países fora da UE sobre as medidas que garantem a qualidade do seu produto.
Bom para os EUA
O Brasil, que nunca foi autorizado a exportar carne bovina in natura aos Estados Unidos, agora vai pedir a Washington que reavalie seu embargo contra a carne bovina brasileira. Segundo a avaliação de Brasília, todos os eventuais focos da febre aftosa no País já foram eliminados ao final de 2007.
Fonte: PortoGente-Santos
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