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Notícias
07
abr
2008
(MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS)
Mão-de-obra é gargalo em máquinas
Os fabricantes de máquinas e equipamentos esbarram em um gargalo para aumentar a sua produção, cuja capacidade está, em média, 86% ocupada: a falta de mão-de-obra especializada.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, confessou ontem que os fabricantes têm vontade e maquinário para dobrar a produção, pois trabalham em apenas um turno, mas não encontram mão-de-obra. "Há máquina instalada, mas se criar outro turno, não se encontra gente para operá-la", disse.
O problema ainda é recente, de acordo com João Alfredo, diretor executivo de economia e tecnologia da Abimaq. Para evitar que a situação se agrave, a entidade está criando uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para formar mão-de-obra especializada.
"Iniciamos nesta semana um estudo para verificar quais são as necessidades. É um plano de ação emergencial", disse. Em um primeiro momento, a Abimaq e o Senai irão mapear os locais e o tipo de mão-de-obra que está em falta. O executivo foi nomeado o responsável para tocar este projeto.
Ele explicou que foi enviado um questionário a diversas empresas, entre associados e não associados da Abimaq. Quando os dados estiverem em mãos, eles poderão buscar as soluções, que podem ser escolas itinerantes, cursos específicos. "O Senai é muito rápido. Em um dia eles podem abrir um curso. Mas temos de ser cuidadosos, porque não adianta abrir um curso e ter um ou dois alunos", diz.
O executivo também não sabe dizer ainda quem custeará estes cursos, mas, provavelmente, será bancado pelas próprias empresas, ou por algum tipo de convênio com o Senai. "Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa", completa.
Consumo acelerado
A capacidade instalada da indústria está chegando ao limite porque o consumo aparente de máquinas e equipamentos cresceu muito no primeiro bimestre do ano. O faturamento do setor nos dois primeiros meses do ano foi de R$ 10,9 bilhões, uma alta de 39,8% sobre o mesmo período do ano passado. "Desde agosto de 2007 estamos faturando uma média de R$ 5 bilhões por mês", destacou Aubert, presidente da Abimaq.
O consumo aparente do setor saltou para R$ 13,6 bilhões no primeiro bimestre, registrando um crescimento de 49,9% em relação ao mesmo período de 2007. O lado negativo é que a maior parte deste crescimento vem de máquinas importadas. As compras externas cresceram 66,1%. "O bolo aumentou, mas a nossa fatia continuou a mesma", disse o executivo.
Ele explicou que aproximadamente metade deste volume é das chamadas "importações do mal", ou seja, de máquinas das quais há similares produzidas no mercado interno. A maior parte destas vem da China. Em relação às importações sem similar produzido localmente, a Abimaq se posiciona favoravelmente.
A entidade recebe, anualmente, cerca de mil e quinhentos pedidos para redução de imposto de importação de produtos sem similar nacional. Segundo o executivo, cerca de 90% dos pedidos são aprovados, e o imposto de importação passa de 15% para 2%.
As importações em alta também prejudicaram a balança comercial do setor no bimestre, que fechou em déficit de US$ 1,5 bilhão, mesmo com o aumento de 26,8% nas exportações. De acordo com Aubert, tanto as importações quanto as exportações e o déficit na balança comercial foram recordes.
Política industrial
A Abimaq está otimista em relação à política industrial que deverá ser divulgada pelo governo. Aubert acredita que "cerca de 90% dos pedidos" feitos pela entidade devem ser contemplados no pacote. Dentre os principais, estão a desoneração do setor de bens de capital e uma maior flexibilidade nos financiamentos.
"O Brasil é o único país do mundo que tributa bens de capital", afirmou o presidente. A carga média de impostos, explica ele, é de 35%. A Abimaq pede a desoneração total na compra de bens de capital, e o executivo crê que na boa vontade do governo em fazer isso. "Já estava previsto na nova política tributária, que ainda não foi aprovada. Acredito que esteja dentro também da política industrial", disse.
Em relação aos financiamentos, Aubert reclamou de que as compras financiadas de máquinas e equipamentos possuem prazo máximo de 48 meses, enquanto o de bens de consumo, como automóveis, chega até a 80 meses. "As máquinas importadas chegam com prazos de financiamento de até dez anos, como é praticado no exterior", reclamou.
Outro ponto negativo fica por conta da elevada taxa de juros. No Brasil, a média chega a 15% ao ano, o triplo do praticado nos países desenvolvidos. "Isso deve ser alterado na nova política", disse.
A Abimaq também espera que alguns pontos de inovação tecnológica e políticas de exportação sejam contemplados.
Para Aubert, é vital para a indústria de máquinas e equipamentos seguir exportando. Por isso a entidade segue buscando novos mercados e novas oportunidades. "Vamos enfocar a América Latina e a China. Há muito espaço para crescer”.
Segundo ele, foram exportados US$ 20 bilhões em máquinas e equipamentos à América do Sul, sendo apenas 15% oriundos do Brasil. Na China, a participação brasileira chega a 3% de um mercado que passa de US$ 60 bilhões.
A entidade já possui um escritório comercial na China, e estuda a abertura de mais três - um no Chile, um na Argentina e um na Venezuela.
"Faremos no total 52 ações, entre missões, feiras, projetos e novos escritórios, para fomentar a exportação do setor", completa o presidente.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, confessou ontem que os fabricantes têm vontade e maquinário para dobrar a produção, pois trabalham em apenas um turno, mas não encontram mão-de-obra. "Há máquina instalada, mas se criar outro turno, não se encontra gente para operá-la", disse.
O problema ainda é recente, de acordo com João Alfredo, diretor executivo de economia e tecnologia da Abimaq. Para evitar que a situação se agrave, a entidade está criando uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para formar mão-de-obra especializada.
"Iniciamos nesta semana um estudo para verificar quais são as necessidades. É um plano de ação emergencial", disse. Em um primeiro momento, a Abimaq e o Senai irão mapear os locais e o tipo de mão-de-obra que está em falta. O executivo foi nomeado o responsável para tocar este projeto.
Ele explicou que foi enviado um questionário a diversas empresas, entre associados e não associados da Abimaq. Quando os dados estiverem em mãos, eles poderão buscar as soluções, que podem ser escolas itinerantes, cursos específicos. "O Senai é muito rápido. Em um dia eles podem abrir um curso. Mas temos de ser cuidadosos, porque não adianta abrir um curso e ter um ou dois alunos", diz.
O executivo também não sabe dizer ainda quem custeará estes cursos, mas, provavelmente, será bancado pelas próprias empresas, ou por algum tipo de convênio com o Senai. "Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa", completa.
Consumo acelerado
A capacidade instalada da indústria está chegando ao limite porque o consumo aparente de máquinas e equipamentos cresceu muito no primeiro bimestre do ano. O faturamento do setor nos dois primeiros meses do ano foi de R$ 10,9 bilhões, uma alta de 39,8% sobre o mesmo período do ano passado. "Desde agosto de 2007 estamos faturando uma média de R$ 5 bilhões por mês", destacou Aubert, presidente da Abimaq.
O consumo aparente do setor saltou para R$ 13,6 bilhões no primeiro bimestre, registrando um crescimento de 49,9% em relação ao mesmo período de 2007. O lado negativo é que a maior parte deste crescimento vem de máquinas importadas. As compras externas cresceram 66,1%. "O bolo aumentou, mas a nossa fatia continuou a mesma", disse o executivo.
Ele explicou que aproximadamente metade deste volume é das chamadas "importações do mal", ou seja, de máquinas das quais há similares produzidas no mercado interno. A maior parte destas vem da China. Em relação às importações sem similar produzido localmente, a Abimaq se posiciona favoravelmente.
A entidade recebe, anualmente, cerca de mil e quinhentos pedidos para redução de imposto de importação de produtos sem similar nacional. Segundo o executivo, cerca de 90% dos pedidos são aprovados, e o imposto de importação passa de 15% para 2%.
As importações em alta também prejudicaram a balança comercial do setor no bimestre, que fechou em déficit de US$ 1,5 bilhão, mesmo com o aumento de 26,8% nas exportações. De acordo com Aubert, tanto as importações quanto as exportações e o déficit na balança comercial foram recordes.
Política industrial
A Abimaq está otimista em relação à política industrial que deverá ser divulgada pelo governo. Aubert acredita que "cerca de 90% dos pedidos" feitos pela entidade devem ser contemplados no pacote. Dentre os principais, estão a desoneração do setor de bens de capital e uma maior flexibilidade nos financiamentos.
"O Brasil é o único país do mundo que tributa bens de capital", afirmou o presidente. A carga média de impostos, explica ele, é de 35%. A Abimaq pede a desoneração total na compra de bens de capital, e o executivo crê que na boa vontade do governo em fazer isso. "Já estava previsto na nova política tributária, que ainda não foi aprovada. Acredito que esteja dentro também da política industrial", disse.
Em relação aos financiamentos, Aubert reclamou de que as compras financiadas de máquinas e equipamentos possuem prazo máximo de 48 meses, enquanto o de bens de consumo, como automóveis, chega até a 80 meses. "As máquinas importadas chegam com prazos de financiamento de até dez anos, como é praticado no exterior", reclamou.
Outro ponto negativo fica por conta da elevada taxa de juros. No Brasil, a média chega a 15% ao ano, o triplo do praticado nos países desenvolvidos. "Isso deve ser alterado na nova política", disse.
A Abimaq também espera que alguns pontos de inovação tecnológica e políticas de exportação sejam contemplados.
Para Aubert, é vital para a indústria de máquinas e equipamentos seguir exportando. Por isso a entidade segue buscando novos mercados e novas oportunidades. "Vamos enfocar a América Latina e a China. Há muito espaço para crescer”.
Segundo ele, foram exportados US$ 20 bilhões em máquinas e equipamentos à América do Sul, sendo apenas 15% oriundos do Brasil. Na China, a participação brasileira chega a 3% de um mercado que passa de US$ 60 bilhões.
A entidade já possui um escritório comercial na China, e estuda a abertura de mais três - um no Chile, um na Argentina e um na Venezuela.
"Faremos no total 52 ações, entre missões, feiras, projetos e novos escritórios, para fomentar a exportação do setor", completa o presidente.
Fonte: DCI - SP
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