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Notícias
12
mar
2008
(INDÚSTRIA)
Rentabilidade das empresas chega a 16% e já supera a das americanas
A vigorosa onda de crescimento mundial turbinou a rentabilidade das empresas brasileiras e melhorou sua capacidade de investimento. No ano passado, o retorno sobre o patrimônio líquido das companhias negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiu 16,02% e superou até mesmo a taxa das americanas (14,6%). No caso do setor financeiro, por exemplo, o retorno foi quase o dobro do verificado nas instituições dos Estados Unidos: 19,6% ante 11,5%.
Mas, apesar de registrar a maior diferença em relação às instituições americanas, não foi o setor financeiro o campeão de rentabilidade em 2007. Segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economática, o setor de siderurgia e metalurgia registrou o maior retorno sobre o patrimônio líquido entre todos os segmentos. A rentabilidade das empresas bateu 31,3% em 2007 e ficou à frente do setor de petróleo, com 31%, e de mineração, 27,5%.
Segundo o presidente da Economática, Fernando Exel, apesar de a temporada de balanços não ter chegado ao fim, os números das empresas brasileiras já apontam para um recorde de rentabilidade em 2007. "Essas empresas (de capital aberto) são um brinco e o mercado mundial está descobrindo agora a qualidade delas", diz o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida.
Ele explica que, depois de sofrer com crises internacionais e cambiais, as empresas brasileiras entraram num processo de transformação e se tornaram mais eficientes. "Foi questão de sobrevivência." Com a abertura econômica do País a partir dos anos 90, elas tiveram de conviver com grandes multinacionais e produtos cada vez mais competitivos, o que exigiu mudanças em suas estratégias.
Com os prejuízos causados pela desvalorização cambial de 1999, as empresas aprenderam a trabalhar com níveis de endividamento menores, diz Almeida. Ao mesmo tempo, tiveram mais acesso ao mercado de capitais, o que lhes permitiu conseguir dinheiro mais barato do que o obtido por financiamento bancário. Para se ter idéia, entre 2004 e 2007, 106 companhias fizeram Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês). Além disso, 28 empresas emitiram novas ações e injetaram mais recursos nos negócios.
Mais competitivas, as companhias partiram para conquistar mercados externos e, recentemente, deram início a um processo de internacionalização. Isso também tem contribuído para melhorar a lucratividade e a profissionalização dos negócios.
"No passado, as empresas tinham uma gestão muito mais financeira do que econômica. Elas ganhavam muito dinheiro com a inflação alta, pois antecipavam inflação futura", afirma o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ernesto Lozardo. Hoje, diz ele, o ambiente é diferente. Com a abertura econômica, as empresas foram obrigadas a ser mais competitivas. "E agora com o dólar baixo e aumento das importações, têm de ser ainda mais eficientes”.
COMMODITIES
O fato de o País ter uma cultura forte na produção e exportação de commodities também conta para melhorar as taxas de retorno das companhias abertas. Não é por acaso que os campeões de rentabilidade em 2007 foram os setores de siderurgia e metalurgia e petróleo e gás. O preço do alumínio, por exemplo, subiu 20% em 12 meses; o petróleo, mais de 70%; e o gás natural, mais de 20%.
Com a forte demanda externa, as empresas nacionais foram beneficiadas e conseguiram compensar a queda do dólar. Junta-se a isso a melhora da atividade econômica no mercado interno, com aumento da massa salarial e consumo. "Elas acabaram ganhando duplamente", diz Almeida.
Para o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Aldemir Drumond, outro ponto importante para os avanços nos índices de eficiência e rentabilidade das companhias é a melhora no nível de gestão. Segundo ele, o aumento do número de abertura de capital na Bovespa contribuiu para a mudança na condução dos negócios das empresas. "Hoje elas precisam ter práticas de gestão mais transparentes que no passado.
Ele acrescenta à lista de explicações para o desempenho das empresas brasileiras o fato de elas terem trabalhado por muito tempo com capacidade ociosa elevada. "Isso permitiu que elas aumentassem a produção sem custos. Agora, com a ocupação da capacidade instalada, terão de fazer novos investimentos. E o dólar baixo é ótimo para importar máquinas e equipamentos com custos menores.
O pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA), João Alberto de Negri, completa que a ocupação da capacidade ociosa permitiu um aumento expressivo da produtividade das companhias nacionais. "Quanto maior a escala melhor é a eficiência da empresa", diz.
Mas, apesar de todo o avanço recente, ainda há um longo caminho a ser percorrido para as empresas brasileiras aumentarem sua competição no mercado internacional. Um dos passos importantes é a inovação tecnológica, que hoje ocorre por meio da compra de equipamentos modernos, lançamento de produtos e pesquisa. "Para que o País atinja maior produtividade há necessidade de investir em pesquisa e conhecimento", destaca Negri.
Outro fator apontado pelos especialistas é a elevada carga tributária do País, que compromete a competitividade dos produtos brasileiros. "Quando o governo é obrigado a arrecadar mais, ele força a alta do custo de capital", completa Drumond.
Mas, apesar de registrar a maior diferença em relação às instituições americanas, não foi o setor financeiro o campeão de rentabilidade em 2007. Segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economática, o setor de siderurgia e metalurgia registrou o maior retorno sobre o patrimônio líquido entre todos os segmentos. A rentabilidade das empresas bateu 31,3% em 2007 e ficou à frente do setor de petróleo, com 31%, e de mineração, 27,5%.
Segundo o presidente da Economática, Fernando Exel, apesar de a temporada de balanços não ter chegado ao fim, os números das empresas brasileiras já apontam para um recorde de rentabilidade em 2007. "Essas empresas (de capital aberto) são um brinco e o mercado mundial está descobrindo agora a qualidade delas", diz o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida.
Ele explica que, depois de sofrer com crises internacionais e cambiais, as empresas brasileiras entraram num processo de transformação e se tornaram mais eficientes. "Foi questão de sobrevivência." Com a abertura econômica do País a partir dos anos 90, elas tiveram de conviver com grandes multinacionais e produtos cada vez mais competitivos, o que exigiu mudanças em suas estratégias.
Com os prejuízos causados pela desvalorização cambial de 1999, as empresas aprenderam a trabalhar com níveis de endividamento menores, diz Almeida. Ao mesmo tempo, tiveram mais acesso ao mercado de capitais, o que lhes permitiu conseguir dinheiro mais barato do que o obtido por financiamento bancário. Para se ter idéia, entre 2004 e 2007, 106 companhias fizeram Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês). Além disso, 28 empresas emitiram novas ações e injetaram mais recursos nos negócios.
Mais competitivas, as companhias partiram para conquistar mercados externos e, recentemente, deram início a um processo de internacionalização. Isso também tem contribuído para melhorar a lucratividade e a profissionalização dos negócios.
"No passado, as empresas tinham uma gestão muito mais financeira do que econômica. Elas ganhavam muito dinheiro com a inflação alta, pois antecipavam inflação futura", afirma o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ernesto Lozardo. Hoje, diz ele, o ambiente é diferente. Com a abertura econômica, as empresas foram obrigadas a ser mais competitivas. "E agora com o dólar baixo e aumento das importações, têm de ser ainda mais eficientes”.
COMMODITIES
O fato de o País ter uma cultura forte na produção e exportação de commodities também conta para melhorar as taxas de retorno das companhias abertas. Não é por acaso que os campeões de rentabilidade em 2007 foram os setores de siderurgia e metalurgia e petróleo e gás. O preço do alumínio, por exemplo, subiu 20% em 12 meses; o petróleo, mais de 70%; e o gás natural, mais de 20%.
Com a forte demanda externa, as empresas nacionais foram beneficiadas e conseguiram compensar a queda do dólar. Junta-se a isso a melhora da atividade econômica no mercado interno, com aumento da massa salarial e consumo. "Elas acabaram ganhando duplamente", diz Almeida.
Para o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Aldemir Drumond, outro ponto importante para os avanços nos índices de eficiência e rentabilidade das companhias é a melhora no nível de gestão. Segundo ele, o aumento do número de abertura de capital na Bovespa contribuiu para a mudança na condução dos negócios das empresas. "Hoje elas precisam ter práticas de gestão mais transparentes que no passado.
Ele acrescenta à lista de explicações para o desempenho das empresas brasileiras o fato de elas terem trabalhado por muito tempo com capacidade ociosa elevada. "Isso permitiu que elas aumentassem a produção sem custos. Agora, com a ocupação da capacidade instalada, terão de fazer novos investimentos. E o dólar baixo é ótimo para importar máquinas e equipamentos com custos menores.
O pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA), João Alberto de Negri, completa que a ocupação da capacidade ociosa permitiu um aumento expressivo da produtividade das companhias nacionais. "Quanto maior a escala melhor é a eficiência da empresa", diz.
Mas, apesar de todo o avanço recente, ainda há um longo caminho a ser percorrido para as empresas brasileiras aumentarem sua competição no mercado internacional. Um dos passos importantes é a inovação tecnológica, que hoje ocorre por meio da compra de equipamentos modernos, lançamento de produtos e pesquisa. "Para que o País atinja maior produtividade há necessidade de investir em pesquisa e conhecimento", destaca Negri.
Outro fator apontado pelos especialistas é a elevada carga tributária do País, que compromete a competitividade dos produtos brasileiros. "Quando o governo é obrigado a arrecadar mais, ele força a alta do custo de capital", completa Drumond.
Fonte: O Estado de São Paulo
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