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Notícias
16
fev
2008
(SETOR FLORESTAL)
“Guardian” questiona compra de florestas para preservação
O diário britânico The Guardian traz em sua edição da quarta-feira (13) uma vasta reportagem sobre a compra de florestas promovida por indivíduos, ONGs e até bilionários em nome da proteção do meio ambiente.
O título estampado na capa do caderno de cultura e sociedade do jornal, Os conservacionistas deveriam poder comprar o planeta? Indica o tom do artigo, de questionar as conseqüencias da iniciativa - chamada, pelo Guardian, de A grande apropriação verde de terras.
"Salvar os lugares mais bonitos e ecologicamente importantes do mundo ficou muito mais fácil e mais barato. Centenas de websites administrados por ONGs, fundações e indivíduos agora convidam pessoas a comprar florestas, campos e montanhas para salvá-los de destruição e mudanças climáticas com o click de um mouse", afirma a reportagem.
O jornal cita o milionário sueco John Eliasch, que comprou 400 mil acres da floresta amazônica em 2006, e agora pede ajuda para que sua ONG, a Cool Earth, possa comprar mais terra na fronteira entre o Brasil e o Equador, provocando críticas do governo brasileiro, "que diz que Eliasch é um “eco-colonialista” e que os brasileiros podem cuidar de suas próprias florestas".
"O presidente Lula da Silva declarou que a Amazônia “não está à venda” e um grupo de ministros escreveu que a organização (Cool Earth) estava atacando a soberania do país", diz o jornal.
Para o Guardian, Eliasch e os tantos websites oferecendo terras para conservação são uma nova tendência mundial. "A propriedade particular é agora a maneira favorecida para salvar o meio ambiente que está sendo arruinado por investidores, pela indústria ou por negligência. Está ocorrendo em todo o mundo”.
Entretanto, nos países pobres e em desenvolvimento, essa movimentação de sites e indivíduos comprando terras em nome do meio ambiente é freqüentemente recebida "com medo e hostilidade".
Não é surpresa, afirma o Guardian, já que conservacionistas estrangeiros têm um histórico péssimo em países em desenvolvimento.
"Primeiro os colonizadores assumiram controle dos países e comunidades para expropriar seus recursos, depois os conservacionistas vieram e fizeram exatamente a mesma coisa - desta vez, em nome da salvação do meio ambiente. Dezenas de milhares de pessoas foram expulsas para a criação de parques naturais e outras áreas de proteção nos países em desenvolvimento. Muitas pessoas foram proibidas de caçar, cortar árvores, explorar pedreiras, introduzir novas plantas ou, de alguma maneira, ameaçar os animais ou o ecossistema. A terra em que eles viveram por séculos é, de repente, retomada como um santuário idílico de vida selvagem, com nenhum cuidado com a realidade das vidas de quem vive lá”.
O jornal cita casos de compra de terras em países africanos e na América do Sul, por ONGs, milionários e até celebridades, e destaca problemas, como o enfrentado pelo empresário americano Ted Turner, que é hoje dono de 2 milhões de acres na Patagônia, sendo o maior proprietário de terras na Argentina.
Segundo o jornal, as terras de Turner se encontram sobre um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do mundo, e ele é acusado pela imprensa argentina de tentar obter o controle do suprimento de água e prejudicar os fazendeiros argentinos, o que ele nega.
Por fim, a reportagem comenta o projeto de compra de emissões de carbono, em que países ricos pagariam aos países em desenvolvimento para manter suas florestas e reservas, em troca de créditos de carbonos.
Pelo método, os países ricos poderiam continuar poluindo e os países em desenvolvimento, ou comunidades, receberiam dinheiro para manter as reservas naturais. Mas o jornal afirma que esta fórmula também deve causar problemas, principalmente no campo legal.
"Parece bom para mudanças climáticas e comunidades, mas a realidade em campo pode ser desastrosa”.
Segundo a reportagem, este comércio gera uma questão sobre quem é o verdadeiro proprietário das florestas e poderia trazer ainda mais problemas para a conservação, além de gerar mais corrupção, especulação, tomada de terras e conflitos.
O título estampado na capa do caderno de cultura e sociedade do jornal, Os conservacionistas deveriam poder comprar o planeta? Indica o tom do artigo, de questionar as conseqüencias da iniciativa - chamada, pelo Guardian, de A grande apropriação verde de terras.
"Salvar os lugares mais bonitos e ecologicamente importantes do mundo ficou muito mais fácil e mais barato. Centenas de websites administrados por ONGs, fundações e indivíduos agora convidam pessoas a comprar florestas, campos e montanhas para salvá-los de destruição e mudanças climáticas com o click de um mouse", afirma a reportagem.
O jornal cita o milionário sueco John Eliasch, que comprou 400 mil acres da floresta amazônica em 2006, e agora pede ajuda para que sua ONG, a Cool Earth, possa comprar mais terra na fronteira entre o Brasil e o Equador, provocando críticas do governo brasileiro, "que diz que Eliasch é um “eco-colonialista” e que os brasileiros podem cuidar de suas próprias florestas".
"O presidente Lula da Silva declarou que a Amazônia “não está à venda” e um grupo de ministros escreveu que a organização (Cool Earth) estava atacando a soberania do país", diz o jornal.
Para o Guardian, Eliasch e os tantos websites oferecendo terras para conservação são uma nova tendência mundial. "A propriedade particular é agora a maneira favorecida para salvar o meio ambiente que está sendo arruinado por investidores, pela indústria ou por negligência. Está ocorrendo em todo o mundo”.
Entretanto, nos países pobres e em desenvolvimento, essa movimentação de sites e indivíduos comprando terras em nome do meio ambiente é freqüentemente recebida "com medo e hostilidade".
Não é surpresa, afirma o Guardian, já que conservacionistas estrangeiros têm um histórico péssimo em países em desenvolvimento.
"Primeiro os colonizadores assumiram controle dos países e comunidades para expropriar seus recursos, depois os conservacionistas vieram e fizeram exatamente a mesma coisa - desta vez, em nome da salvação do meio ambiente. Dezenas de milhares de pessoas foram expulsas para a criação de parques naturais e outras áreas de proteção nos países em desenvolvimento. Muitas pessoas foram proibidas de caçar, cortar árvores, explorar pedreiras, introduzir novas plantas ou, de alguma maneira, ameaçar os animais ou o ecossistema. A terra em que eles viveram por séculos é, de repente, retomada como um santuário idílico de vida selvagem, com nenhum cuidado com a realidade das vidas de quem vive lá”.
O jornal cita casos de compra de terras em países africanos e na América do Sul, por ONGs, milionários e até celebridades, e destaca problemas, como o enfrentado pelo empresário americano Ted Turner, que é hoje dono de 2 milhões de acres na Patagônia, sendo o maior proprietário de terras na Argentina.
Segundo o jornal, as terras de Turner se encontram sobre um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do mundo, e ele é acusado pela imprensa argentina de tentar obter o controle do suprimento de água e prejudicar os fazendeiros argentinos, o que ele nega.
Por fim, a reportagem comenta o projeto de compra de emissões de carbono, em que países ricos pagariam aos países em desenvolvimento para manter suas florestas e reservas, em troca de créditos de carbonos.
Pelo método, os países ricos poderiam continuar poluindo e os países em desenvolvimento, ou comunidades, receberiam dinheiro para manter as reservas naturais. Mas o jornal afirma que esta fórmula também deve causar problemas, principalmente no campo legal.
"Parece bom para mudanças climáticas e comunidades, mas a realidade em campo pode ser desastrosa”.
Segundo a reportagem, este comércio gera uma questão sobre quem é o verdadeiro proprietário das florestas e poderia trazer ainda mais problemas para a conservação, além de gerar mais corrupção, especulação, tomada de terras e conflitos.
Fonte: Estadão Online
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