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Notícias
18
dez
2007
(AQUECIMENTO GLOBAL)
Mudança de posição norte-americana salva negociações de Bali do fracasso
Após não conseguirem chegar a um consenso no que seria o último dia de negociação na conferência de Mudanças Climáticas da ONU, na última sexta-feira (14), os representantes de 187 países salvaram as negociações do fracasso ao convencerem a chefe da delegação dos Estados Unidos, Paula Dobriansky, a aceitar o documento negociado na conferência, denominado "Bali Roadmap (Mapa do Caminho de Bali)".
Ambientalistas acreditam, no entanto, que a aceitação americana custou muito caro ao planeta, pois resultou um acordo fraco em conteúdo. "Na verdade, perdeu-se a oportunidade de se chegar a um acordo muito mais ambicioso e iniciar já algo realmente importante para o planeta e para a vida. Temos de sair do imobilismo e enfrentar a questão das mudanças climáticas com mais determinação", afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
A decisão dos Estados Unidos só foi tomada após uma série de discursos pressionando os representantes do governo Bush a não emperrarem as negociações em Bali. Primeiro, no meio da manhã, quando as negociações pareciam conduzir ao fracasso, o secretário-geral da ONU, Ban Kin Moon, interveio no meio da sessão: "Todos os países precisam estar dispostos a serem flexíveis e assumirem compromissos", afirmou. Em seguida foi a vez do ministro do Meio Ambiente da Indonésia e presidente da conferência, Rachmat Witoelar, dizer: "Não podemos falhar. Temos a obrigação moral de chegar a resultados concretos nesta conferência".
Cerca de 30 minutos depois de ter se negado a aceitar o Mapa do Caminho de Bali, a chefe da delegação norte-americana cedeu à pressão internacional e às vaias e afirmou: "Viemos a esse encontro para chegar ao Mapa do Caminho de Bali. Queremos trabalhar junto com a comunidade internacional e estamos dando aqui o nosso primeiro passo em direção a uma solução comum para as mudanças climáticas. Nossos esforços começam hoje", colocou Dobriansky.
O Mapa do Caminho de Bali determina a agenda a ser seguida pelos países até 2009, quando as nações deverão alcançar um consenso final sobre as novas metas e compromissos que precisarão ser assumidos para o período após 2012, ano em que termina a vigência do Protocolo de Kyoto.
O novo Protocolo que entrará em vigor em 2013 deverá ser definido até 2009, quando será realizada a Conferencia de Copenhagem, na qual se finalizarão as negocições iniciadas em Bali.
Para esse período espera-se que sejam estabelecidas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa entre 25% e 40% (em relação aos níveis de 1990) até 2020 para os países industrializados. Esse percentual foi recomendado pelos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU).
A adoção de metas e de compromissos internos pelas maiores economias dos países em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, também será discutida.
Otimismo brasileiro
A secretária-executiva de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, disse que o Brasil saiu da Conferência do Clima com a "sensação de dever cumprido". Ela disse que chegar ao Mapa do Caminho de Bali é um sinal de que os países estão mais dispostos e mais flexíveis nas negociações. Segundo ela, o mais importante foi que o Brasil conseguiu incluir definitivamente na agenda da Convenção a proposta de se reduzir emissões através do combate ao desmatamento. O tema de preservação das florestas tropicais foi um dos principais tópicos tratados na conferência e vários avanços foram obtidos em direção a criação de mecanismos de financiamento e apoio aos países em desenvolvimento a protegerem suas florestas, como o REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation).
Plano Nacional
Sobre a elaboração do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, Krug informou que até o próximo dia 10 de janeiro, o governo terá um "arcabouço" da Política Nacional e até o final de abril apresentará a primeira versão do Plano para consulta pública. "Temos que trabalhar agora em direção à implementação da agenda contida no Mapa do Caminho de Bali no âmbito do nosso Plano Nacional", finalizou a secretária executiva.
Urgência
Embora o tom geral fosse de otimismo após a colaboração dos Estados Unidos, representantes de organizações internacionais, como a Oxfam International, Amigos da Terra e WWF alertavam para a necessidade de se avançar mais rapidamente nas negociações, já que os relatórios científicos demonstram a urgência do problema climático. "Bali conseguiu, pela primeira vez, estabelecer uma agenda comum para todos os países lutarem contra as mudanças climáticas. Mas, o nível de ambição das negociações ainda não estão no mesmo nível de urgência do problema climático", afirmou Antonio Hill, conselheiro de política climática da Oxfam International.
Nos próximos dois anos, advertiu Stephanie Long, coordenadora internacional de mudanças climáticas dos Amigos da Terra, é necessário que os países desenvolvidos cheguem a resultados concretos que garantam a ajuda necessária aos países em desenvolvimento que são mais atingidos pelos efeitos das mudanças climáticas, como as terríveis inundações em Bangladesh e o avanço da desertificação na África. "Em todo o mundo milhões de pessoas já sofrem os efeitos das mudanças climáticas", sublinhou Long. Já o diretor internacional do programa de Mudanças Climáticas da WWF, Hans Verolme, aplaudiu o fato dos Estados Unidos ter cedido à pressão internacional, mas lembrou que o desafio agora é fazer com que o próximo presidente norte-americano faça "uma contribuição efetiva à luta global contra as mudanças climáticas".
Ambientalistas acreditam, no entanto, que a aceitação americana custou muito caro ao planeta, pois resultou um acordo fraco em conteúdo. "Na verdade, perdeu-se a oportunidade de se chegar a um acordo muito mais ambicioso e iniciar já algo realmente importante para o planeta e para a vida. Temos de sair do imobilismo e enfrentar a questão das mudanças climáticas com mais determinação", afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
A decisão dos Estados Unidos só foi tomada após uma série de discursos pressionando os representantes do governo Bush a não emperrarem as negociações em Bali. Primeiro, no meio da manhã, quando as negociações pareciam conduzir ao fracasso, o secretário-geral da ONU, Ban Kin Moon, interveio no meio da sessão: "Todos os países precisam estar dispostos a serem flexíveis e assumirem compromissos", afirmou. Em seguida foi a vez do ministro do Meio Ambiente da Indonésia e presidente da conferência, Rachmat Witoelar, dizer: "Não podemos falhar. Temos a obrigação moral de chegar a resultados concretos nesta conferência".
Cerca de 30 minutos depois de ter se negado a aceitar o Mapa do Caminho de Bali, a chefe da delegação norte-americana cedeu à pressão internacional e às vaias e afirmou: "Viemos a esse encontro para chegar ao Mapa do Caminho de Bali. Queremos trabalhar junto com a comunidade internacional e estamos dando aqui o nosso primeiro passo em direção a uma solução comum para as mudanças climáticas. Nossos esforços começam hoje", colocou Dobriansky.
O Mapa do Caminho de Bali determina a agenda a ser seguida pelos países até 2009, quando as nações deverão alcançar um consenso final sobre as novas metas e compromissos que precisarão ser assumidos para o período após 2012, ano em que termina a vigência do Protocolo de Kyoto.
O novo Protocolo que entrará em vigor em 2013 deverá ser definido até 2009, quando será realizada a Conferencia de Copenhagem, na qual se finalizarão as negocições iniciadas em Bali.
Para esse período espera-se que sejam estabelecidas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa entre 25% e 40% (em relação aos níveis de 1990) até 2020 para os países industrializados. Esse percentual foi recomendado pelos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU).
A adoção de metas e de compromissos internos pelas maiores economias dos países em desenvolvimento, como China, Brasil e Índia, também será discutida.
Otimismo brasileiro
A secretária-executiva de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, disse que o Brasil saiu da Conferência do Clima com a "sensação de dever cumprido". Ela disse que chegar ao Mapa do Caminho de Bali é um sinal de que os países estão mais dispostos e mais flexíveis nas negociações. Segundo ela, o mais importante foi que o Brasil conseguiu incluir definitivamente na agenda da Convenção a proposta de se reduzir emissões através do combate ao desmatamento. O tema de preservação das florestas tropicais foi um dos principais tópicos tratados na conferência e vários avanços foram obtidos em direção a criação de mecanismos de financiamento e apoio aos países em desenvolvimento a protegerem suas florestas, como o REDD (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation).
Plano Nacional
Sobre a elaboração do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, Krug informou que até o próximo dia 10 de janeiro, o governo terá um "arcabouço" da Política Nacional e até o final de abril apresentará a primeira versão do Plano para consulta pública. "Temos que trabalhar agora em direção à implementação da agenda contida no Mapa do Caminho de Bali no âmbito do nosso Plano Nacional", finalizou a secretária executiva.
Urgência
Embora o tom geral fosse de otimismo após a colaboração dos Estados Unidos, representantes de organizações internacionais, como a Oxfam International, Amigos da Terra e WWF alertavam para a necessidade de se avançar mais rapidamente nas negociações, já que os relatórios científicos demonstram a urgência do problema climático. "Bali conseguiu, pela primeira vez, estabelecer uma agenda comum para todos os países lutarem contra as mudanças climáticas. Mas, o nível de ambição das negociações ainda não estão no mesmo nível de urgência do problema climático", afirmou Antonio Hill, conselheiro de política climática da Oxfam International.
Nos próximos dois anos, advertiu Stephanie Long, coordenadora internacional de mudanças climáticas dos Amigos da Terra, é necessário que os países desenvolvidos cheguem a resultados concretos que garantam a ajuda necessária aos países em desenvolvimento que são mais atingidos pelos efeitos das mudanças climáticas, como as terríveis inundações em Bangladesh e o avanço da desertificação na África. "Em todo o mundo milhões de pessoas já sofrem os efeitos das mudanças climáticas", sublinhou Long. Já o diretor internacional do programa de Mudanças Climáticas da WWF, Hans Verolme, aplaudiu o fato dos Estados Unidos ter cedido à pressão internacional, mas lembrou que o desafio agora é fazer com que o próximo presidente norte-americano faça "uma contribuição efetiva à luta global contra as mudanças climáticas".
Fonte: Carbono Brasil
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