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09
out
2007
(ECONOMIA)
Consultorias projetam dólar entre R$ 1,50 e R$ 1,80 para 2008
Consultorias econômicas esperam que a taxa de câmbio continue a desvalorizar em 2008, mas não no mesmo ritmo verificado neste ano. As opiniões divergem, no entanto, quando considerado o efeito da classificação grau de investimento (o chamado "investment grade") sobre o fluxo de recursos para o país e, por conseqüência, sobre o preço da moeda americana.

"A taxa de câmbio pode atingir R$ 1,50, tão logo o país seja classificado como “investment grade”, o que pode ocorrer já em 2008", avalia a consultoria Austin Rating, em relatório divulgado nesta semana, fazendo a ressalva de que as chances são "baixas, mas não remotas".

Para a Austin Rating, o dólar pode chegar a R$ 1,75 ainda neste ano, sem que a eventual retomada dos leilões de compra de moeda pelo Banco Central faça maior efeito. "Se atingido [o nível de R$ 1,75], [a taxa de câmbio deve] seguir tranqüilamente para R$ 1,70 ou até menos, retornando para o mesmo patamar observado pela última vez em maio de 1999", acrescenta a consultoria.

A consultoria Tendências possui mais reservas quanto ao efeito do "investment grade" no câmbio. E projeta uma taxa de câmbio de R$ 1,85 para o final deste ano, e de R$ 1,80 para dezembro do ano que vem.

"Temos uma visão um pouco diferente do restante do mercado. Observamos o que aconteceu outros países que ganharam o “investment grade” e o saldo financeiro não explodiu", observa Alessandra Ribeiro, economista da Tendências.

"Realmente, existem alguns fundos estrangeiros que somente vão investir no país depois do “investment grade”, mas também há outros fundos que preferem investir em países que não têm classificação. Quer dizer, quando mudar a classificação, eles podem sair do Brasil. Para nós, não está claro qual vai ser o efeito líquido disso", acrescenta.

Alessandra Ribeiro nota que é o saldo comercial do país o principal fator para explicar a desvalorização do câmbio neste ano. A consultoria projeta um superávit (exportações menos importações) em torno de US$ 42 bilhões para este ano. Em 2008, esse saldo deve cair para US$ 40 bilhões ou US$ 41 bilhões. "Ainda é um resultado muito bom, mas já é um pouco menor que o ano anterior", nota a economista.

Fonte: Folha Online

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