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Notícias
01
out
2007
(MADEIRA E PRODUTOS)
Plantio de pinus compromete o solo?
A discussão sobre o que acontece com o solo nas áreas de reflorestamento com pinus é polêmica e vem se arrastando por diferentes correntes políticas do estado. De um lado, investidores, inclusive estrangeiros, pretendem ampliar as áreas produtivas da metade sul gaúcha. Do outro, a veemente negação dos ambientalistas que afirmam prejuízo ao solo e aos ecossistemas. Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) são os novos responsáveis pela confirmação técnica: o pinus provoca ou não desgaste do solo e a formação de desertos?
Há nove anos, o professor Mauro Valdir Schumacher, 43 anos, coordena o Laboratório de Ecologia Florestal da UFSM, onde as amostras da pesquisa de áreas específicas são acompanhadas. Foram montadas duas bases de monitoramento constante na cidade de Cambará do Sul: uma no campo e outra na floresta.
Os dados coletados nestas áreas não vão servir apenas para o Rio Grande do Sul. Beneficiarão, ainda, os estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná. “Vão ser 10 anos analisando simultaneamente o comportamento das duas áreas. Queremos levar para a sociedade números concretos que possam contribuir com a geração de emprego e renda sem prejudicar o meio ambiente e o ecossistema”, garante Schumacher, que é mestre em Ciências Florestais pela ESALQ/USP e doutor pela Universidade de Viena (Áustria). “Enterramos detectores de umidade no solo que medirão a quantidade e a qualidade da água”, acrescenta ele.
De quinze em quinze dias amostras vão ser recolhidas e analisadas pelo grupo de pesquisa, composto por acadêmicos, mestres e doutores.
O trabalho encomendado pela Associação Sul Brasileira de Reflorestadores custará R$ 500 mil e só será concluído em 2016 como a maioria dos projetos analisados pelo laboratório. “Como trabalhamos com vegetais as pesquisas são de longo prazo. Acontece de analisarmos um ou outro caso específico de um produtor local, por exemplo, mas temos projetos que envolvem várias localidades e até estados. O mais longo estudo tem duração prevista para 22 anos”, informa.
O custo destes trabalhos varia de R$ 5 mil a R$ 900 mil, como este último. Trata-se de monitoramentos nutricionais em florestas nativas e plantadas; análises de fatores de produção (água, luz, nutrientes) em ecossistemas e, avaliações ecológicas de sistemas agrossilvipastoris (animal, floresta e agricultura). “Também quantificamos e monitoramos o sistema radicular de florestas nativas e exóticas. Para alcançar resultados fidedignos levam-se anos de pesquisa e dedicação”, pondera o professor.
O Laboratório de Ecologia Florestal tem como parceira desde 2004, a Universidade Alemã Freiburg.
Colaboram na estrutura montada no prédio 44 da UFSM, quatro funcionários permanentes contratados via Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), 20 bolsistas e cinco orientandos de mestrado e doutorado.
Entre os estudos mais afamados do laboratório, está o manejo da acácia-negra, divulgado mundialmente.
Lado científico
A utilização de espécies exóticas como o eucalipto, pinus e a acácia-negra, o adensamento de plantas, as técnicas de preparo do solo, a mato competição, a adubação, o manejo dos resíduos da colheita e a intensidade de colheita florestal são algumas das práticas silviculturais que podem ser controladas.
A manutenção do estoque de nutrientes minerais no solo bem como da produtividade de biomassa das florestas de rápido crescimento esta ligada diretamente ao processo de ciclagem de nutrientes.
'Uma parte dos nutrientes é oriunda da entrada de poeiras e da chuva. Por esta razão é muito importante o monitoramento da qualidade da água que entra e sai numa floresta ou plantação, também seus reflexos no ecossistema a longo prazo. Pois, somente através de pesquisas científicas é que poderemos opinar sobre os reais impactos que uma determinada espécie poderá causar no ecossistema”, frisa o professor Mauro Schumacher.
Produção no Estado
Há mais de 30 anos o pinus é alternativa no sul e sudeste. O pinheiro é usado como matéria prima em madeireiras e indústrias de celulose e papel. No Estado são 400 mil hectares de floresta plantada, 160 mil só de pinus.
O Sindicato das Indústrias de Madeireiras diz que a intenção é dobrar a área em 10 anos.
Cresce os investimentos, aumenta a polêmica sobre o efeito do florestamento. Apesar dos ambientalistas defenderem que não cresce nenhuma vegetação no entorno da área plantada com pinus e também eucaliptos, os pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) dizem que até o momento não podem confirmar nenhuma constatação do gênero. Nem mesmo na mudança do regime e o ciclo da água, também monitorados. “Ainda é cedo para afirmações, mas podemos adiantar que as primeiras amostras não revelam alterações prejudiciais ao meio ambiente. Isso é uma questão de manejo”, desmistifica o professor Mauro Valdir Schumacher que tem a missão de descobrir o que acontece quando se transforma uma área de campo nativo em floresta de pinus.
Atualmente no Estado existem três grandes projetos florestais que envolvem US$ 4 bilhões por grupos nacionais e estrangeiros.
Especialistas afirmam que os projetos ocupariam 3% do território da metade Sul do Estado, região menos desenvolvida.
Quem apóia
O professor Luiz Carlos de Pellegrini, presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), uma das grandes parceiras do Laboratório de Ecologia, diz que é de Santa Maria um dos melhores cursos de engenharia florestal do Brasil.
“Talvez por estarmos à frente na pesquisa consigamos vislumbrar novas potencialidades. Se um laboratório como este afirma que a plantação de pinus e eucaliptos pode trazer vantagens materiais sem acarretar dano ambiental é porque os resultados já alcançados apontam para isso”, defende. Segundo ele, as grandes empresas não comprometeriam sua imagem, especialmente quando o tema está ligado à ecologia ou meio ambiente.
Há nove anos, o professor Mauro Valdir Schumacher, 43 anos, coordena o Laboratório de Ecologia Florestal da UFSM, onde as amostras da pesquisa de áreas específicas são acompanhadas. Foram montadas duas bases de monitoramento constante na cidade de Cambará do Sul: uma no campo e outra na floresta.
Os dados coletados nestas áreas não vão servir apenas para o Rio Grande do Sul. Beneficiarão, ainda, os estados vizinhos, Santa Catarina e Paraná. “Vão ser 10 anos analisando simultaneamente o comportamento das duas áreas. Queremos levar para a sociedade números concretos que possam contribuir com a geração de emprego e renda sem prejudicar o meio ambiente e o ecossistema”, garante Schumacher, que é mestre em Ciências Florestais pela ESALQ/USP e doutor pela Universidade de Viena (Áustria). “Enterramos detectores de umidade no solo que medirão a quantidade e a qualidade da água”, acrescenta ele.
De quinze em quinze dias amostras vão ser recolhidas e analisadas pelo grupo de pesquisa, composto por acadêmicos, mestres e doutores.
O trabalho encomendado pela Associação Sul Brasileira de Reflorestadores custará R$ 500 mil e só será concluído em 2016 como a maioria dos projetos analisados pelo laboratório. “Como trabalhamos com vegetais as pesquisas são de longo prazo. Acontece de analisarmos um ou outro caso específico de um produtor local, por exemplo, mas temos projetos que envolvem várias localidades e até estados. O mais longo estudo tem duração prevista para 22 anos”, informa.
O custo destes trabalhos varia de R$ 5 mil a R$ 900 mil, como este último. Trata-se de monitoramentos nutricionais em florestas nativas e plantadas; análises de fatores de produção (água, luz, nutrientes) em ecossistemas e, avaliações ecológicas de sistemas agrossilvipastoris (animal, floresta e agricultura). “Também quantificamos e monitoramos o sistema radicular de florestas nativas e exóticas. Para alcançar resultados fidedignos levam-se anos de pesquisa e dedicação”, pondera o professor.
O Laboratório de Ecologia Florestal tem como parceira desde 2004, a Universidade Alemã Freiburg.
Colaboram na estrutura montada no prédio 44 da UFSM, quatro funcionários permanentes contratados via Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), 20 bolsistas e cinco orientandos de mestrado e doutorado.
Entre os estudos mais afamados do laboratório, está o manejo da acácia-negra, divulgado mundialmente.
Lado científico
A utilização de espécies exóticas como o eucalipto, pinus e a acácia-negra, o adensamento de plantas, as técnicas de preparo do solo, a mato competição, a adubação, o manejo dos resíduos da colheita e a intensidade de colheita florestal são algumas das práticas silviculturais que podem ser controladas.
A manutenção do estoque de nutrientes minerais no solo bem como da produtividade de biomassa das florestas de rápido crescimento esta ligada diretamente ao processo de ciclagem de nutrientes.
'Uma parte dos nutrientes é oriunda da entrada de poeiras e da chuva. Por esta razão é muito importante o monitoramento da qualidade da água que entra e sai numa floresta ou plantação, também seus reflexos no ecossistema a longo prazo. Pois, somente através de pesquisas científicas é que poderemos opinar sobre os reais impactos que uma determinada espécie poderá causar no ecossistema”, frisa o professor Mauro Schumacher.
Produção no Estado
Há mais de 30 anos o pinus é alternativa no sul e sudeste. O pinheiro é usado como matéria prima em madeireiras e indústrias de celulose e papel. No Estado são 400 mil hectares de floresta plantada, 160 mil só de pinus.
O Sindicato das Indústrias de Madeireiras diz que a intenção é dobrar a área em 10 anos.
Cresce os investimentos, aumenta a polêmica sobre o efeito do florestamento. Apesar dos ambientalistas defenderem que não cresce nenhuma vegetação no entorno da área plantada com pinus e também eucaliptos, os pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) dizem que até o momento não podem confirmar nenhuma constatação do gênero. Nem mesmo na mudança do regime e o ciclo da água, também monitorados. “Ainda é cedo para afirmações, mas podemos adiantar que as primeiras amostras não revelam alterações prejudiciais ao meio ambiente. Isso é uma questão de manejo”, desmistifica o professor Mauro Valdir Schumacher que tem a missão de descobrir o que acontece quando se transforma uma área de campo nativo em floresta de pinus.
Atualmente no Estado existem três grandes projetos florestais que envolvem US$ 4 bilhões por grupos nacionais e estrangeiros.
Especialistas afirmam que os projetos ocupariam 3% do território da metade Sul do Estado, região menos desenvolvida.
Quem apóia
O professor Luiz Carlos de Pellegrini, presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), uma das grandes parceiras do Laboratório de Ecologia, diz que é de Santa Maria um dos melhores cursos de engenharia florestal do Brasil.
“Talvez por estarmos à frente na pesquisa consigamos vislumbrar novas potencialidades. Se um laboratório como este afirma que a plantação de pinus e eucaliptos pode trazer vantagens materiais sem acarretar dano ambiental é porque os resultados já alcançados apontam para isso”, defende. Segundo ele, as grandes empresas não comprometeriam sua imagem, especialmente quando o tema está ligado à ecologia ou meio ambiente.
Fonte: A Razão
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