A Brazil Design Show, uma feira de produtos brasileiros promovida pela empresa Terra do Brazil, abre nesta quarta-feira, dia 05, em Miami, nos Estados Unidos, com uma amostra do que se produz hoje no Pará em móveis de madeira, cerâmica e jóias. Há três semanas já haviam sido enviadas cerca de seis toneladas de peças de madeira e 25 peças em cerâmica. E na última segunda-feira foram as 80 jóias de diversos ourives paraenses.

Junto com as jóias seguiram o artesão José Anísio da Silva e o ourives Marcelo Monteiro Silva. Os dois foram escolhidos pelos profissionais que atuam junto ao Espaço São José Liberto, um centro de produção de jóias e artesanato instalado pelo Governo do Pará no prédio de um antigo presídio localizado próximo ao centro de Belém. Natural da Bahia, José Anísio está há 26 anos no Pará e já exporta os seus trabalhos em cerâmica para os Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra. Ele produz em média 600 peças por mês.

Segundo Anísio, o público de outros países fica deslumbrado com os trabalhos dos artesãos paraenses. Já Marcelo Monteiro acha que a feira em Miami será uma espécie de vitrine para as jóias que estão sendo produzidas em Belém. "É fundamental essa oportunidade de mostrar o nosso trabalho no exterior. A comercialização é uma conseqüência e tem tudo para dar certo", afirma Monteiro. Ana Catarina Brito, diretora-executiva do Espaço São José Liberto, acredita que os trabalhos em jóias que estão sendo expostos em Miami devem chamar a atenção pela incorporação expressiva da matéria-prima orgânica. "Conseguiu-se aproximar a produção joalheira da diversidade da matéria-prima, como a madeira e a casca de coco", destaca ela.

Incentivo

E o trabalho desenvolvido no Espaço São José Liberto acaba de ganhar mais um incentivo, através de um convênio entre o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), a Associação São José Liberto (ASJL) e a Secretaria Executiva de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), que vai possibilitar a aplicação de quase R$ 600 mil em ações de capacitação técnica, investimentos em infra-estrutura física e de organização do setor.

O convênio beneficiará produtores de matéria-prima, joalheiros, artesãos que trabalham com sementes (as chamadas gemas orgânicas), designers, investidores e comerciantes. Em relação à madeira, a participação paraense na feira inclui também portas e janelas, cabeceiras de cama, conjuntos de mesas e cadeiras, carrinhos de chá, entre outras. Genaro Casella, proprietário de uma indústria de móveis, estará presente à feira e acredita que ela ajudará a incentivar o empresariado local do setor. Segundo ele, falta apenas oportunidade de mercado para que os empresários paraenses invistam em maquinário e se tornem mais arrojados.

Fonte: Gazeta

05/nov/03

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