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Notícias

11
set
2007
(CONSTRUÇÃO CIVIL)
Madeira ecológica deve ser empregada na construção civil
Milhões de pessoas ainda consomem produtos provenientes de madeira nobre como o jacarandá, ipê, peroba rosa entre outros, sem se preocupar com sua origem. Não só móveis e objetos de decoração, mas também grande parte da estrutura de uma residência e de edifícios são feitos com madeira. Apesar de no passado o Brasil ter sido reconhecido como um país de imensa riqueza florestal, hoje a realidade é bem diferente. Foram mais de 500 anos de exploração predatória e, com isso, mais de 90% das árvores provenientes da Mata Atlântica foram derrubadas. Agora, o ataque se dá na Amazonia.

Uma pesquisa feita recentemente pela ONG IMAZON (Instituto para o homem e o meio Ambiente da Amazônia) mostra que ao contrário do que muita gente imagina, cerca de 70% da madeira da Amazônia é consumida dentro do território nacional e destinada ao mercado interno, ainda que a União Européia, China e os Estados Unidos também vigorem na lista de grandes consumidores de parte da madeira daquela região. Essa devastação é criada sem nenhum critério ambiental e cria diversos problemas: destrói a biodiversidade, acaba com a fauna e a flora e as queimadas ainda geram gases do efeito estufa, ocasionando aquecimento da superfície terrestre.

A população brasileira, porém, precisa se habituar em fazer a substituição da madeira de lei pela de reflorestamento. De acordo com o comerciante José Maria Souza Gomes, proprietário da Madeireira Pica-Pau, são madeiras de reflorestamentos, ou ecológicas, o pinus, pinho e o eucalípto. E esse material deve ter certificação dos órgãos de preservação ambiental. No local são vendidos mensalmente 150 toneladas de madeira, o equivalente a 120 metros cúbicos. “As pessoas precisam aprender que a madeira nobre está acabando. Já é proibido por lei comercializar por exemplo a peroba-rosa, o jatobá, a cabriuva”, frisou.

Qualidade e durabilidade

Há mais de 15 anos no mercado, Gomes explica que a qualidade e a durabilidade da madeira de reflorestamento é idêntica às outras. “O que se criou foi um ´mito` sobre o comércio das árvores nativas. Com isso o preço da madeira ficou supervalorizado e quem saiu prejudicado foi o meio ambiente. A devastação das florestas é um dos piores problemas ambientais da atualidade e o homem tem condições de reverter esta situação, basta transformar sua maneira de pensar e agir a partir de agora com muito mais critério e responsabilidade. Se a estrutura do telhado de eucalípto tem durabilidade igual a de uma madeira nobre e custa a metade do preço, porque optar pela mais cara? “Está na hora de trocar o status por ações que garantam a conservação das florestas”, desabafou.

Em sua loja há clientes de diversas cidades da região, que estão aprendendo a fazer a escolha correta. “No ano passado, um cliente de Campinas comprou madeira de reflorestamento para a estrutura do seu telhado aqui em Limeira. E explicou que recebe amigos europeus em sua casa e naqueles países as questões ambientais são muito respeitadas, portanto jamais poderia ter em sua residência produtos que não fossem ecologicamente corretos”.

Tempo de vida

Antigamente, alguns tipos de madeira, que hoje são consideradas nobres, na época não tinham valor de mercado. Por exemplo, antes só se comercializava o tronco com 80 centímetros de diâmetro, isto é, árvores com mais de 150 anos de vida. Hoje, vê-se madeira nobre sendo cortada com menos de 30 anos e sem atingir 50 centímetros de diâmetro. Um verdadeiro crime ambiental. Para quem não sabe, o eucalípto, um tipo de madeira de reflorestamento, leva apenas 8 anos para atingir um diâmetro ideal para corte,contra 40 anos da árvore nativa.

Acabamento

Segundo Nivaldo Rosada, as técnicas de acabamento em verniz estão muito avançadas e já é possível o cliente escolher a cor final da madeira de reflorestamento, através de produtos sintéticos como Stain Osmocollor. “Esse produto tem diversas tonalidades para atender as necessidades do consumidor final. Os tons mais procurados são o mogno, o cedro, a embuia e a cerejeira”, disse. Gomes frisou que antigamente se usava a tábua cedrinho na aplicação do rodapé. O metro custa em média R$8,00. Hoje vende-se o pinus que vale a metade do preço e tem a mesma função de acabamento.

Fonte: Gazeta de Limeira

ITTO Sindimadeira_rs