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Notícias
30
jul
2007
(MÓVEIS)
Pólos do Sul vivem momentos opostos
Dois dos principais pólos moveleiros do país enfrentam realidades totalmente diferentes. Fatores econômicos como o câmbio valorizado, a expansão do setor imobiliário, a queda dos juros e o aumento do poder aquisitivo das camadas mais populares exerceram sobre as empresas dos centros de produção de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre, efeitos dispares.
A redução das taxas de juros, o aumento dos prazos de financiamento e a expansão das vendas de imóveis residenciais estão puxando o melhor desempenho da indústria moveleira de Bento Gonçalves (RS) nos últimos anos. Em algumas empresas, como a Única, dona das marcas Dell'Ano, Favorita e Telasul Madeira, o crescimento das receitas no primeiro semestre, sustentado basicamente pelo mercado interno, chega a 30% sobre igual período de 2006 e as perspectivas são igualmente positivas para a segunda metade do ano.
O contra-ponto ao otimismo gaúcho vem das empresas catarinenses instaladas principalmente no Alto Vale do Rio Negro, maior pólo exportador do país. Jorge Luiz Hoenicke é dono de uma empresa de pequeno porte em Rio Negrinho, a PBS. Hoje, ela tem 32 funcionários, mas já viveu bons momentos, com 140 trabalhadores e duas unidades industriais. "Agora, acabou até o capital de giro", diz Hoenicke. Com uma unidade, a empresa passou a depender de forma acentuada de um parceiro de maior porte, com quem trabalha há seis anos. Antes, fabricava e vendia a este parceiro os móveis prontos. Agora a relação é outra: fabrica sob encomenda, apenas com a matéria-prima fornecida por ele. "Já vendi máquinas, refinanciei carro e vendi terreno para ter recursos. Se a conjuntura não se alterar, minha visão de futuro é quebrar."
A explicação para tamanha diferença de realidades está na história de cada um desses pólos. Os fabricantes gaúchos são mais focados no mercado interno, principalmente no segmento de móveis sob encomenda. Isso reduziu os efeitos perversos do real valorizado sobre a economia e o setor ainda se beneficiou do bom momento que passa a construção civil no país. Quanto maior o lançamento e venda de imóveis novos, maior é o mercado para os móveis sob encomenda.
Já os fabricantes catarinenses do Alto Vale do Rio Negro apostaram forte no mercado externo a partir dos anos 90, após a abertura econômica do governo Collor. O setor, que teve seu melhor ano em 2004, deve registrar seu pior desempenho em 2007, com queda esperada pelos empresários de mais de 15% no faturamento sobre 2006. Em 2004, somente o setor de móveis (excluindo o madeireiro) de São Bento do Sul, maior cidade do Alto Vale do Rio Negro e a mais representativa no segmento, movimentou R$ 348 milhões, enquanto em 2006 somou R$ 174 milhões, segundo dados da AMC Consult. Sua participação na economia do município caiu de 40% para 22%.
"Está cada dia pior. Mas não diria que temos uma crise do setor moveleiro. Temos crise governamental e cambial", critica Carlos Mattos, presidente do sindicato das indústrias de móveis de Rio Negrinho, cidade vizinha a São Bento do Sul. Ele destaca não só a valorização do real como um problema, mas também os créditos tributários federais não recebidos pelas empresas que exportam ao menos 80% da sua produção. O setor, segundo as entidades do pólo, teria R$ 75 milhões em créditos tributários a receber. Em 2003, segundo ele, as empresas sentiam menos a falta desses créditos, já que conviviam com um bom dólar, mas agora, com o atual câmbio, não tê-los impacta no caixa.
Mattos não tem números atuais, mas fala em queda "violenta" das exportações no primeiro semestre. Diz que mesmo o reajuste médio do preço em dólar em 15% nos últimos dois anos não foi suficiente para compensar a valorização do real. "A perspectiva para o segundo semestre é a pior possível", diz, acrescentando que todas as empresas estão encolhendo. A sua própria, a Arte Real Móveis, demitirá nove pessoas nos próximos dias, de um total de 130. Ele acredita que até o fim do ano terá demitido 15% dos empregados.
A redução das taxas de juros, o aumento dos prazos de financiamento e a expansão das vendas de imóveis residenciais estão puxando o melhor desempenho da indústria moveleira de Bento Gonçalves (RS) nos últimos anos. Em algumas empresas, como a Única, dona das marcas Dell'Ano, Favorita e Telasul Madeira, o crescimento das receitas no primeiro semestre, sustentado basicamente pelo mercado interno, chega a 30% sobre igual período de 2006 e as perspectivas são igualmente positivas para a segunda metade do ano.
O contra-ponto ao otimismo gaúcho vem das empresas catarinenses instaladas principalmente no Alto Vale do Rio Negro, maior pólo exportador do país. Jorge Luiz Hoenicke é dono de uma empresa de pequeno porte em Rio Negrinho, a PBS. Hoje, ela tem 32 funcionários, mas já viveu bons momentos, com 140 trabalhadores e duas unidades industriais. "Agora, acabou até o capital de giro", diz Hoenicke. Com uma unidade, a empresa passou a depender de forma acentuada de um parceiro de maior porte, com quem trabalha há seis anos. Antes, fabricava e vendia a este parceiro os móveis prontos. Agora a relação é outra: fabrica sob encomenda, apenas com a matéria-prima fornecida por ele. "Já vendi máquinas, refinanciei carro e vendi terreno para ter recursos. Se a conjuntura não se alterar, minha visão de futuro é quebrar."
A explicação para tamanha diferença de realidades está na história de cada um desses pólos. Os fabricantes gaúchos são mais focados no mercado interno, principalmente no segmento de móveis sob encomenda. Isso reduziu os efeitos perversos do real valorizado sobre a economia e o setor ainda se beneficiou do bom momento que passa a construção civil no país. Quanto maior o lançamento e venda de imóveis novos, maior é o mercado para os móveis sob encomenda.
Já os fabricantes catarinenses do Alto Vale do Rio Negro apostaram forte no mercado externo a partir dos anos 90, após a abertura econômica do governo Collor. O setor, que teve seu melhor ano em 2004, deve registrar seu pior desempenho em 2007, com queda esperada pelos empresários de mais de 15% no faturamento sobre 2006. Em 2004, somente o setor de móveis (excluindo o madeireiro) de São Bento do Sul, maior cidade do Alto Vale do Rio Negro e a mais representativa no segmento, movimentou R$ 348 milhões, enquanto em 2006 somou R$ 174 milhões, segundo dados da AMC Consult. Sua participação na economia do município caiu de 40% para 22%.
"Está cada dia pior. Mas não diria que temos uma crise do setor moveleiro. Temos crise governamental e cambial", critica Carlos Mattos, presidente do sindicato das indústrias de móveis de Rio Negrinho, cidade vizinha a São Bento do Sul. Ele destaca não só a valorização do real como um problema, mas também os créditos tributários federais não recebidos pelas empresas que exportam ao menos 80% da sua produção. O setor, segundo as entidades do pólo, teria R$ 75 milhões em créditos tributários a receber. Em 2003, segundo ele, as empresas sentiam menos a falta desses créditos, já que conviviam com um bom dólar, mas agora, com o atual câmbio, não tê-los impacta no caixa.
Mattos não tem números atuais, mas fala em queda "violenta" das exportações no primeiro semestre. Diz que mesmo o reajuste médio do preço em dólar em 15% nos últimos dois anos não foi suficiente para compensar a valorização do real. "A perspectiva para o segundo semestre é a pior possível", diz, acrescentando que todas as empresas estão encolhendo. A sua própria, a Arte Real Móveis, demitirá nove pessoas nos próximos dias, de um total de 130. Ele acredita que até o fim do ano terá demitido 15% dos empregados.
Fonte: Valor Online
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