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Notícias
24
jul
2007
(MADEIRA E PRODUTOS)
Eucalipto Excomungado
O primeiro crime do eucalipto é ser estrangeiro! Veio da distante Austrália e aqui armou acampamento. É uma planta exótica, vale dizer, estranha, e não brasileira.
Pois bem, o pecado é grave, mas é de todos nós. Daqui não é o café, que veio da Arábia. Também não é nosso o arroz, milho, soja, cana, tomate e a manga. Nosso mesmo, só a mandioca.
O outro crime, segundo alegam, é ser uma monocultura. Em verdade, o eucalipto já ocupa, juntamente com o pinus, 5,2 milhões de hectares. Uma conseqüência da agricultura moderna, que é altamente mecanizada e exige áreas extensas. No entanto, o mesmo ocorre com o café, a cana, a soja e a pecuária.
O eucalipto e o pinus ocupam apenas 0,65% do território brasileiro. O Japão tem florestas plantadas em 25% de seu território, a China em 8%, a Rússia em 11%.
O pecado dos pecados, no entanto, é que o eucalipto seca o solo. De onde veio essa informação, não se sabe. Eucalipto é uma árvore como as outras e até mais econômica que a maioria em termos de água. Tem mais conversão de água em biomassa e consome menos que a cana, o café, o arroz e as árvores nativas.
Há, entretanto, um crime imperdoável e vou contá-lo, pois ele leva o eucalipto do purgatório ao inferno, passando pela inquisição. Antes das técnicas gráficas do offset, valia a fibra longa da celulose. O Brasil importava 90% de seu papel. Com o advento das novas técnicas, a resistência mecânica do papel foi relegada a segundo plano e, então, a fibra longa “foi para o brejo”.
O Brasil passou de importador a exportador, com uma árvore maldita que, além de estrangeira, cresce em sete anos, ao contrário das árvores dos Estados Unidos, Canadá e Europa, que demoram 30 anos. Assim, gregos e troianos vêm ao Brasil com organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos “voluntários” para armar fogueiras inquisitórias contra o maldito.
Nessa festa estão a Igreja e outros santos, de fósforo na mão para acabar com o pecado.
No intervalo da luta o eucalipto tenta subornar todos: faz do Brasil o maior produtor de celulose de fibra curta do mundo; emprega, diretamente, 2,5 milhões de pessoas e outros 5 milhões, indiretamente; produz 10 milhões de toneladas de ferro sem poluição; paga R$ 4,2 bilhões de impostos; gera bilhões de dólares de exportação e ainda promove 330 projetos sociais e ambientais.
As matas de eucalipto produzem madeira, lenha, celulose e outros produtos, reduzindo em 60% a pressão sobre as matas nativas. Pecado maior do eucalipto foi o de elevar em 34% o índice de desenvolvimento humano (IDH), acima da média brasileira, nos municípios com florestamento.
Vejam, senhores da inquisição, que até subornar o povo com emprego e qualidade de vida se vem fazendo. Tudo isso não é desculpa para os pecados. Vamos acender as fogueiras, destruir os viveiros e centros de pesquisas. Depois, vamos apresentar as contas aos nossos concorrentes externos para que paguem o que vão lucrar e não as migalhas que dão às ONGs idealistas e lideranças ambientais, que lutam tão bravamente contra o eucalipto – este demônio.
Pois bem, o pecado é grave, mas é de todos nós. Daqui não é o café, que veio da Arábia. Também não é nosso o arroz, milho, soja, cana, tomate e a manga. Nosso mesmo, só a mandioca.
O outro crime, segundo alegam, é ser uma monocultura. Em verdade, o eucalipto já ocupa, juntamente com o pinus, 5,2 milhões de hectares. Uma conseqüência da agricultura moderna, que é altamente mecanizada e exige áreas extensas. No entanto, o mesmo ocorre com o café, a cana, a soja e a pecuária.
O eucalipto e o pinus ocupam apenas 0,65% do território brasileiro. O Japão tem florestas plantadas em 25% de seu território, a China em 8%, a Rússia em 11%.
O pecado dos pecados, no entanto, é que o eucalipto seca o solo. De onde veio essa informação, não se sabe. Eucalipto é uma árvore como as outras e até mais econômica que a maioria em termos de água. Tem mais conversão de água em biomassa e consome menos que a cana, o café, o arroz e as árvores nativas.
Há, entretanto, um crime imperdoável e vou contá-lo, pois ele leva o eucalipto do purgatório ao inferno, passando pela inquisição. Antes das técnicas gráficas do offset, valia a fibra longa da celulose. O Brasil importava 90% de seu papel. Com o advento das novas técnicas, a resistência mecânica do papel foi relegada a segundo plano e, então, a fibra longa “foi para o brejo”.
O Brasil passou de importador a exportador, com uma árvore maldita que, além de estrangeira, cresce em sete anos, ao contrário das árvores dos Estados Unidos, Canadá e Europa, que demoram 30 anos. Assim, gregos e troianos vêm ao Brasil com organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos “voluntários” para armar fogueiras inquisitórias contra o maldito.
Nessa festa estão a Igreja e outros santos, de fósforo na mão para acabar com o pecado.
No intervalo da luta o eucalipto tenta subornar todos: faz do Brasil o maior produtor de celulose de fibra curta do mundo; emprega, diretamente, 2,5 milhões de pessoas e outros 5 milhões, indiretamente; produz 10 milhões de toneladas de ferro sem poluição; paga R$ 4,2 bilhões de impostos; gera bilhões de dólares de exportação e ainda promove 330 projetos sociais e ambientais.
As matas de eucalipto produzem madeira, lenha, celulose e outros produtos, reduzindo em 60% a pressão sobre as matas nativas. Pecado maior do eucalipto foi o de elevar em 34% o índice de desenvolvimento humano (IDH), acima da média brasileira, nos municípios com florestamento.
Vejam, senhores da inquisição, que até subornar o povo com emprego e qualidade de vida se vem fazendo. Tudo isso não é desculpa para os pecados. Vamos acender as fogueiras, destruir os viveiros e centros de pesquisas. Depois, vamos apresentar as contas aos nossos concorrentes externos para que paguem o que vão lucrar e não as migalhas que dão às ONGs idealistas e lideranças ambientais, que lutam tão bravamente contra o eucalipto – este demônio.
Fonte: Artigo de Aníbal Teixeira – Ex-ministro do Planejamento e Presidente do Instituto JK – Jornal “Estado de Minas”
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