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Notícias
19
jul
2007
(MEIO AMBIENTE)
Japão busca o desenvolvimento florestal sustentável
Normas de reflorestamento mais severas e o crescente consumo de madeira em escala mundial obrigam o Japão a se concentrar em uma produção local sustentável e depender menos das importações, uma mudança muito aguardada por especialistas locais. “A velha imagem do país de grande depredador de florestas agora vai mudar. Ironicamente. O crescente apetite por madeira em outras partes do mundo é o que impulsiona esta importante redução”, afirmou Takahashi Fujiwara, porta-voz da Organização de Fornecedores de Madeira do Japão, dedicada ao comércio desse recurso.
Fujiwara explicou que o vertiginoso avanço do desenvolvimento econômico em países como China, Índia e Rússia deu vantagens às nações exportadoras de madeira e mudou o panorama dos ricos conglomerados japoneses da construção. “Até há poucos anos, o mercado de madeira japonesa era o mais lucrativo do mundo. Mas, na medida em que aumentou sua demanda, os exportadores aumentaram os preços, uma situação que esfriou o entusiasmo do Japão para manter suas compras externas”, afirmou o especialista. As estatísticas apóiam esse desenvolvimento. A madeira, processada ou não, de procedência estrangeira agora cobre menos de 80% do mercado interno, enquanto o fornecimento interno chegou a quase 21%, partindo do zero há uma década.
“Os artigos de cedro e cipreste ficam mais populares entre as construtoras, um sinal de que a demanda por madeira barata do estrangeiro pode estar diminuindo”, disse Makoto Ozawa, da Agência Florestal. O último golpe desferido contra o Japão foi o anúncio da Rússia de que aumentará suas tarifas alfandegárias para a exportação de madeira, dos atuais 60% para 80% em 2009, devido ao esgotamento desse recurso natural. O Japão compra mais de 40% da madeira russa, incluídos insumos que depois são processados por empresas japonesas. Não se considera a alternativa de importar mais madeira maciça dos Estados Unidos, outro importante fornecedor, devido aos altos custos dos fretes.
Na década de 80, quando as florestas tropicais de Ásia eram a principal fonte de madeira, a pressão sobre o Japão devido à rápida perda de árvores no sudeste da Ásia o obrigou a utilizar madeira compensada em lugar de madeira maciça. Neste contexto, há alguns meses houve outra crise pela decisão de exportadores chineses de impor uma tarifa aos palitos de madeira, o que gerou certo nervosismo na indústria madeireira por colocar em risco a prática de oferecê-los gratuitamente aos clientes.
O gerente florestal japonês Toshihige Nakagochi, proprietário de 18 mil hectares das florestas de Yuzahara-cho, diz que a madeira importada continua sendo atraente para as companhias deste país por sua rentabilidade e confiabilidade. “As décadas de descuido com as florestas deixaram uma situação patética, com a indústria florestal tendo de lidar com pessoal de idade avançada, altos custos e falta de recursos financeiros. Enquanto a diferença de preços entre a madeira local e a importada não for bem grande, o Japão não pode se abastecer no mercado local”, disse à IPS.
Nakagochi dirige um projeto florestal na área, localizada na ilha de Shikoku, que se baseia nas pautas do conselho de administração de florestas dispostas na Alemanha para fazer um uso sustentável da madeira. Sob o atento olhar do capítulo japonês do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o empório florestal pretende desenvolver um comércio de madeira viável do ponto de vista ecológico, que se converterá em um exemplo. Com essa idéia em mente, o empresário e sua equipe desenvolveram uma cuidadosa estratégia de corte.
Eles promovem a madeira como um produto que enfatiza um equilíbrio entre o negócio e a preservação dos recursos naturais. Essa prática pouco a pouco atrai a atenção do público agora que o comércio de madeira local certificada pertence à agência florestal local e a cerca de 10 companhias de construção japonesas. Outra medida interessante é um novo imposto para proteger as florestas, introduzido em alguns municípios para proteger o meio ambiente de forma sustentável. O governo também lançou um programa para aumentar os impostos trabalhistas no setor e contratar mais de cinco mil novos trabalhadores.
Algumas empresas japonesas também começaram a estabelecer objetivos para o consumo de madeira interna. Chugoku Lumber, com sede na cidade de Hiroxima, decidiu aumentar o consumo para 600 mil metros cúbicos contra os atuais 170 m³. As empresas do Japão também começaram a cultivar árvores em países que esgotaram suas florestas, como Indonésia e Papua Nova Guiné. Na Indonésia, Sumitomo Forestry, um importador líder e outrora questionado por ambientalistas, iniciou um programa que fornece árvores jovens aos agricultores e depois as compra quando estão maduras.
Fujiwara explicou que o vertiginoso avanço do desenvolvimento econômico em países como China, Índia e Rússia deu vantagens às nações exportadoras de madeira e mudou o panorama dos ricos conglomerados japoneses da construção. “Até há poucos anos, o mercado de madeira japonesa era o mais lucrativo do mundo. Mas, na medida em que aumentou sua demanda, os exportadores aumentaram os preços, uma situação que esfriou o entusiasmo do Japão para manter suas compras externas”, afirmou o especialista. As estatísticas apóiam esse desenvolvimento. A madeira, processada ou não, de procedência estrangeira agora cobre menos de 80% do mercado interno, enquanto o fornecimento interno chegou a quase 21%, partindo do zero há uma década.
“Os artigos de cedro e cipreste ficam mais populares entre as construtoras, um sinal de que a demanda por madeira barata do estrangeiro pode estar diminuindo”, disse Makoto Ozawa, da Agência Florestal. O último golpe desferido contra o Japão foi o anúncio da Rússia de que aumentará suas tarifas alfandegárias para a exportação de madeira, dos atuais 60% para 80% em 2009, devido ao esgotamento desse recurso natural. O Japão compra mais de 40% da madeira russa, incluídos insumos que depois são processados por empresas japonesas. Não se considera a alternativa de importar mais madeira maciça dos Estados Unidos, outro importante fornecedor, devido aos altos custos dos fretes.
Na década de 80, quando as florestas tropicais de Ásia eram a principal fonte de madeira, a pressão sobre o Japão devido à rápida perda de árvores no sudeste da Ásia o obrigou a utilizar madeira compensada em lugar de madeira maciça. Neste contexto, há alguns meses houve outra crise pela decisão de exportadores chineses de impor uma tarifa aos palitos de madeira, o que gerou certo nervosismo na indústria madeireira por colocar em risco a prática de oferecê-los gratuitamente aos clientes.
O gerente florestal japonês Toshihige Nakagochi, proprietário de 18 mil hectares das florestas de Yuzahara-cho, diz que a madeira importada continua sendo atraente para as companhias deste país por sua rentabilidade e confiabilidade. “As décadas de descuido com as florestas deixaram uma situação patética, com a indústria florestal tendo de lidar com pessoal de idade avançada, altos custos e falta de recursos financeiros. Enquanto a diferença de preços entre a madeira local e a importada não for bem grande, o Japão não pode se abastecer no mercado local”, disse à IPS.
Nakagochi dirige um projeto florestal na área, localizada na ilha de Shikoku, que se baseia nas pautas do conselho de administração de florestas dispostas na Alemanha para fazer um uso sustentável da madeira. Sob o atento olhar do capítulo japonês do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o empório florestal pretende desenvolver um comércio de madeira viável do ponto de vista ecológico, que se converterá em um exemplo. Com essa idéia em mente, o empresário e sua equipe desenvolveram uma cuidadosa estratégia de corte.
Eles promovem a madeira como um produto que enfatiza um equilíbrio entre o negócio e a preservação dos recursos naturais. Essa prática pouco a pouco atrai a atenção do público agora que o comércio de madeira local certificada pertence à agência florestal local e a cerca de 10 companhias de construção japonesas. Outra medida interessante é um novo imposto para proteger as florestas, introduzido em alguns municípios para proteger o meio ambiente de forma sustentável. O governo também lançou um programa para aumentar os impostos trabalhistas no setor e contratar mais de cinco mil novos trabalhadores.
Algumas empresas japonesas também começaram a estabelecer objetivos para o consumo de madeira interna. Chugoku Lumber, com sede na cidade de Hiroxima, decidiu aumentar o consumo para 600 mil metros cúbicos contra os atuais 170 m³. As empresas do Japão também começaram a cultivar árvores em países que esgotaram suas florestas, como Indonésia e Papua Nova Guiné. Na Indonésia, Sumitomo Forestry, um importador líder e outrora questionado por ambientalistas, iniciou um programa que fornece árvores jovens aos agricultores e depois as compra quando estão maduras.
Fonte: Por Suvendrini Kakuchi, da IPS
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