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Notícias
06
jul
2007
(INDÚSTRIA)
Indústria perde para importados
“A indústria está crescendo, mas poderia ser muito mais caso a produção acompanhasse o ritmo da demanda. Isso aconteceu em 2004, um ano de crescimento muito bom, mas está bem diferente agora, porque as importações estão ficando com uma grande fatia”, afirma o economista da CNI, Paulo Mol, que ontem divulgou os resultados do setor em maio.
De fato, crescimento existe. As horas trabalhadas na produção, indicador da entidade para o ritmo das fábricas, ampliou-se em 1,1% na comparação com abril, 3,6% no acumulado do ano e em 4,1% sobre maio do ano passado — caso em que representa o décimo aumento consecutivo. Mais longa ainda é a evolução dos postos de trabalho, que crescem há 18 meses quando se leva em conta o mesmo mês do ano anterior — o índice avançou 3,5% sobre maio de 2006 e 3,4% nos cinco primeiros meses do ano. Também nos cinco meses, a remuneração média ficou 5,5% maior.
O revés ficou por conta do faturamento das empresas, que caiu 0,5% em relação a abril. Nesse caso, a CNI responsabiliza a contínua desvalorização do dólar, que retira rentabilidade das vendas externas da indústria, assim como força uma redução na margem de lucro internamente devido à concorrência com artigos importados. O recuo nas vendas reais também fora verificado em abril (-2,4%), mas, ainda assim, o faturamento das indústria acumula alta de 4% em 2007.
Como reconhece o economista da CNI, portanto, há números favoráveis para o setor. O que leva a uma análise menos otimista do que era de se esperar está nas diferenças de tamanho das passadas da produção e do consumo interno. Como lembrou Mol, o ano de 2004 foi o melhor para a economia no passado recente. Os dados do IBGE mostram que o PIB cresceu 5,7% e a indústria teve desempenho ainda melhor, com alta de 6,2%. Naquele ano, foi a principal responsável por atender a elevação de 4,3% no consumo das famílias.
Já no ano passado, porém, o ritmo mudou. Apesar do consumo ter repetido o aumento de 4,3% de 2004, a indústria cresceu apenas 2,8%. E a mesma tendência continua em 2007. Segundo os dados divulgados pelo IBGE sobre o primeiro trimestre, o consumo das famílias elevou-se em 6% de janeiro a março, enquanto a indústria avançou a metade, 3%.
Para a CNI, a diferença está sendo ocupada pelos produtos importados. Como mostram os dados da balança comercial brasileira, os bens de consumo representam o item de maior crescimento entre os importados — eles tinham aumentado em 41,4% no ano passado e nos primeiros seis meses de 2007 já avançaram outros 34,3%. Eram pouco mais de 11% de tudo o que o país comprava lá fora no final de 2005, mas hoje já chegam a 13,3% da pauta de importação.
Concentração
Outra preocupação da CNI está no desempenho desigual dos segmentos industriais. Segundo a entidade, apenas quatro deles — alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, metalurgia básica e produtos químicos — respondem por 90% do aumento de 4% das vendas este ano. Na geração de empregos essa concentração se mostra ainda maior, com o setor de alimentos e bebidas, muito favorecido pela recuperação da renda, responsável por seis de cada 10 postos criados entre janeiro e maio.
Diferenças à parte, os números da CNI mostram que índices de crescimento são mais regra que exceção no desempenho geral da indústria. E o mais eloqüente sinal de aquecimento vem do indicador de utilização da capacidade instalada, que chegou a 83,2% em maio. No acumulado do ano ele foi um pouco menor, 81,5%, mas ainda assim representa um nível dois pontos percentuais acima do mesmo período de 2006. “Mas deve ter uma melhora no segundo semestre pela trajetória dos investimentos”, acredita o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.
De fato, crescimento existe. As horas trabalhadas na produção, indicador da entidade para o ritmo das fábricas, ampliou-se em 1,1% na comparação com abril, 3,6% no acumulado do ano e em 4,1% sobre maio do ano passado — caso em que representa o décimo aumento consecutivo. Mais longa ainda é a evolução dos postos de trabalho, que crescem há 18 meses quando se leva em conta o mesmo mês do ano anterior — o índice avançou 3,5% sobre maio de 2006 e 3,4% nos cinco primeiros meses do ano. Também nos cinco meses, a remuneração média ficou 5,5% maior.
O revés ficou por conta do faturamento das empresas, que caiu 0,5% em relação a abril. Nesse caso, a CNI responsabiliza a contínua desvalorização do dólar, que retira rentabilidade das vendas externas da indústria, assim como força uma redução na margem de lucro internamente devido à concorrência com artigos importados. O recuo nas vendas reais também fora verificado em abril (-2,4%), mas, ainda assim, o faturamento das indústria acumula alta de 4% em 2007.
Como reconhece o economista da CNI, portanto, há números favoráveis para o setor. O que leva a uma análise menos otimista do que era de se esperar está nas diferenças de tamanho das passadas da produção e do consumo interno. Como lembrou Mol, o ano de 2004 foi o melhor para a economia no passado recente. Os dados do IBGE mostram que o PIB cresceu 5,7% e a indústria teve desempenho ainda melhor, com alta de 6,2%. Naquele ano, foi a principal responsável por atender a elevação de 4,3% no consumo das famílias.
Já no ano passado, porém, o ritmo mudou. Apesar do consumo ter repetido o aumento de 4,3% de 2004, a indústria cresceu apenas 2,8%. E a mesma tendência continua em 2007. Segundo os dados divulgados pelo IBGE sobre o primeiro trimestre, o consumo das famílias elevou-se em 6% de janeiro a março, enquanto a indústria avançou a metade, 3%.
Para a CNI, a diferença está sendo ocupada pelos produtos importados. Como mostram os dados da balança comercial brasileira, os bens de consumo representam o item de maior crescimento entre os importados — eles tinham aumentado em 41,4% no ano passado e nos primeiros seis meses de 2007 já avançaram outros 34,3%. Eram pouco mais de 11% de tudo o que o país comprava lá fora no final de 2005, mas hoje já chegam a 13,3% da pauta de importação.
Concentração
Outra preocupação da CNI está no desempenho desigual dos segmentos industriais. Segundo a entidade, apenas quatro deles — alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, metalurgia básica e produtos químicos — respondem por 90% do aumento de 4% das vendas este ano. Na geração de empregos essa concentração se mostra ainda maior, com o setor de alimentos e bebidas, muito favorecido pela recuperação da renda, responsável por seis de cada 10 postos criados entre janeiro e maio.
Diferenças à parte, os números da CNI mostram que índices de crescimento são mais regra que exceção no desempenho geral da indústria. E o mais eloqüente sinal de aquecimento vem do indicador de utilização da capacidade instalada, que chegou a 83,2% em maio. No acumulado do ano ele foi um pouco menor, 81,5%, mas ainda assim representa um nível dois pontos percentuais acima do mesmo período de 2006. “Mas deve ter uma melhora no segundo semestre pela trajetória dos investimentos”, acredita o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.
Fonte: Sistema de Informação IEA/Funcex - Correio Braziliense
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