Voltar

Notícias

04
jul
2007
(COMÉRCIO EXTERIOR)
Exportação de serviço sobe mais que a de bens
As exportações brasileiras de serviços crescem há dois anos acima das de bens e atingiram no ano passado US$ 18 bilhões, alta de 21% em relação a 2005. Os dados são do Panorama do Comércio Internacional de Serviços, que será publicado neste mês pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Apesar da expansão, o Brasil ficou com uma fatia de apenas 0,7% do comércio internacional de serviços, segundo cálculo do ministério. O país melhorou sua posição no ranking de exportadores, depois de ficar estacionado no 35º lugar desde o início da década. Em 2006, saltou para o 30º lugar, mas ainda está distante de China, Índia e Rússia, os outros três integrantes do grupo batizado de Brics.

O documento a ser divulgado neste mês faz parte do processo de elaboração de uma balança comercial de serviços semelhante à de bens. Atualmente, as transações internacionais de serviços são registradas no Banco Central. O secretário de Comércio e Serviços, Edson Lupatini, diz que a partir de 2008 será possível acompanhar a movimentação de exportações e importações de serviços diariamente, a partir do banco de dados que está sendo construído no MDIC.

As informações já disponíveis mostram enorme concentração das exportações em São Paulo, que respondeu por 54% do total das vendas em 2006.

O Rio ficou em segundo lugar, com 31%. Entre outros fatores, o Estado é favorecido pelo turismo, que lidera a lista de serviços exportados, com 24% do total -os gastos dos estrangeiros no país são considerados receita de vendas ao exterior.

"Se o turismo entrasse na balança comercial de bens, ele seria o quinto produto mais exportado pelo país", ressalta Lupatini. A participação de 24% do setor no total das vendas equivale a US$ 4,32 bilhões, mais do que o Brasil exportou de açúcar (US$ 3,94 bilhões) e aviões (US$ 3,24 bilhões).

Mário Marconini, presidente-executivo do Conselho de Relações Internacionais da Federação do Comércio de São Paulo, critica a posição defensiva que o governo brasileiro adota nas negociações comerciais internacionais em relação à abertura do setor de serviços.

"O Brasil deveria ser mais ofensivo e muitos setores gostariam disso, como construção e engenharia, o setor financeiro e o de tecnologia da informação", observa Marconini.

Nas negociações da Rodada Doha, os serviços foram relegados a segundo plano e as negociações se concentraram em indústria e agricultura. Mas Marconini lembra que Estados Unidos e União Européia acusaram o Brasil e a Índia de não terem avançado o suficiente em suas propostas de abertura para indústria e serviços, quando fracassou a tentativa do chamado G4 de dar continuidade às negociações de Doha.

Fonte: Folha de São Paulo

ITTO Sindimadeira_rs