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24
mai
2007
(EXPORTAÇÃO)
Comércio Brasil-árabe tem muito espaço para crescer
Apesar do comércio entre o Brasil e os países árabes ter mais do que dobrado nos últimos quatro anos, saiu de US$ 5,5 bilhões em 2003 para US$ 12 bilhões em 2006, a participação brasileira no comércio exterior árabe, que em 2006 somou US$ 1,13 trilhão entre exportações e importações, é de apenas 1,06%.

Se consideradas apenas as vendas brasileiras para a região, que aumentaram 142% no período e chegaram a US$ 6,68 bilhões no ano passado, a fatia do Brasil no total importado pelos árabes é de apenas 1,51%. Isto significa que ainda há muito espaço para crescer.

Esta foi uma das conclusões apresentadas pelo ex-presidente e atual vice-presidente administrativo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Paulo Sérgio Atallah, durante seminário realizado em Rabat, no Marrocos. "Ainda há um espaço muito grande para crescer", disse ele. O encontro de ontem foi preparatório à reunião de ministros da área econômica dos países árabes e sul-americanos que ocorre hoje na capital marroquina.

Na avaliação de Atallah, o crescimento que já ocorreu no comércio mostra que barreiras como a distância, a língua, o fuso-horário e os finais de semana - que em países islâmicos caem na quinta e na sexta-feira -, podem e têm sido superadas. E mais delas serão quebradas. Como exemplo ele citou o vôo direto da Emirates Airline entre Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e São Paulo, que será inaugurado em outubro. Empresas de navegação também já estão oferecendo rotas diretas entre o Brasil e o Oriente Médio, como a CGA CGM.

Também falaram no seminário representantes dos ministérios brasileiros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Turismo, Minas e Energia, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Itamaraty e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). "O nível das apresentações foi muito bom, de altíssima qualidade", afirmou Atallah.

De outros países, participaram o ministro da Fazenda da Bolívia, Luis Alberto Arce Catacora, e representantes do Marrocos, Sudão, Egito, Iraque, Argélia e Arábia Saudita. De acordo com Atallah, uma das apresentações que chamou a atenção foi a sobre a novo porto e zona franca de Tanger, no Marrocos.

"Será um porto de grande calado e com terminal de passageiros", disse Atallah. "O local é estratégico, no ponto mais próximo entre a Europa e a África e entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Eles prometem entregar qualquer mercadoria que chagar no porto em 48 horas em qualquer capital européia", acrescentou. Tanger fica no Estreito de Gibraltar e concorre para ser e sede da Exposição Internacional Expo 2012.

Plano de ação

Ontem também terminou o encontro de altos funcionários dos governos árabes e sul-americanos, que antecede a reunião de ministros. De acordo com o coordenador de seguimento da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa) no Itamaraty, Ânuar Nahes, que também está em Rabat, foi discutido o plano de ação na área econômica que deverá ser aprovado hoje pelos ministros.

"Decidimos não tirar, nem incluir nada", afirmou Nahes. O plano, desenhado em uma reunião no Cairo no início deste ano, prevê ações como a realização de encontros empresariais, seminários sobre turismo, minas e energia, sistema trabalhista, mercado de capitais e finanças, assinatura de acordos para a facilitação de obtenção de vistos por empresários, o treinamento de profissionais árabes em comércio exterior pela Câmara Árabe Brasileira, intercâmbio de professores e pesquisadores, cooperação sobre energia nuclear para fins pacíficos, cooperação na área de recursos hídricos, entre outros temas.

Além do plano de ação, os ministros, segundo Nahes, deverão falar também sobre o atual estágio do comércio e do fluxo de investimentos entre os países árabes e sul-americanos. O Brasil será representado no encontro pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.

Fonte: ANBA

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