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Notícias
17
abr
2007
(GERAL)
Empresas diversificam na exportação
Valor agregado - Pisos, tacos, frisos e molduras de madeira são cada vez mais vendidos
A falta de definição quanto à oferta de madeira para abastecer o setor industrial chega no momento em que as indústrias registram uma curva ascendente na incorporação de valor agregado aos produtos exportados. As exportações avançam para além da madeira serrada e compensados, e a pauta já registra exportações cada vez mais significativas de pisos, tacos, frisos e molduras, por exemplo. Esses produtos mais elaborados já representam 56% das vendas externas de madeira. 'E estamos caminhando para os 60%', afirma o diretor técnico da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), Guilherme Carvalho. Trata-se de uma mudança de perfil importante.
Em 1973, perto de 60% da produção florestal exportada pelo Pará era composta por madeira em tora. Em 1989, o governo proibiu a exportação desse tipo de produto, para estimular a verticalização da indústria. O novo cenário legal impulsionou o processo de modernização do parque industrial de base florestal. Entre os anos de 1996 e 1998 as empresas investiram pesado na compra de equipamentos e na montagem de linhas de produção destinadas a beneficiar internamente a madeira extraída no Estado.
Entre os produtos que se destacam neste novo cenário, estão os pisos, tacos e frisos. Este segmento apresentou uma variação positiva de 26% no valor exportado entre os anos de 2005 e 2006, passando de US$ 216 milhões para US$ 273 milhões. 'O Pará está exportando, por exemplo, um novo tipo de piso perfilado feito com uma base de madeira reflorestada de paricá e coberto com uma lâmina de madeira dura de floresta nativa, como jatobá ou ipê. Esse piso é exportado já envernizado e tem conquistado mercados internacionais', explica Guilherme Carvalho.
Para além dos problemas com a não renovação dos planos de manejo, Carvalho destaca um outro fator que atravanca o crescimento da indústria, principalmente aquela dedicada à exportação. 'A falta de regularização fundiária no Pará impede que as empresas avancem no processo de certificação ambiental, uma necessidade já consolidada nos mercados internacionais', afirma. Como exemplo, o diretor da Aimex cita a empresa Emapa, que teve sua certificação do SFC - o chamado 'selo verde' - cancelado porque não conseguiu comprovar a cadeia dominial das terras onde tinha implantado o projeto de manejo. 'A proposta da Emapa era excelente. A empresa desenvolveu um projeto considerado modelo para manejo certificado de madeira em área de várzea no município de Afuá. O plano recebeu avaliação positiva de pesquisadores da Embrapa, mas não avançou', diz Carvalho, acrescentando que foram problemas como esse que levaram a uma retração do movimento pela certificação iniciado pelas empresas paraenses a partir de 1998, quando a Cikel se transformou na primeira indústria com atuação local a possuir selo verde.
Para o advogado e especialista em comércio exterior Sérgio Menezes, essas barreiras criam uma situação de insegurança que, ao final, avaba fazendo com que os empresários se sintam desestimulados a continuar a investir. 'O caso da Emapa é emblemático porque a empresa não deve ter investido menos de US$ 1 milhão para obter a certificação e, depois, viu o seu projeto e o seu investimento ser transformado em cinza', avalia Menezes.
Simone Romero
A falta de definição quanto à oferta de madeira para abastecer o setor industrial chega no momento em que as indústrias registram uma curva ascendente na incorporação de valor agregado aos produtos exportados. As exportações avançam para além da madeira serrada e compensados, e a pauta já registra exportações cada vez mais significativas de pisos, tacos, frisos e molduras, por exemplo. Esses produtos mais elaborados já representam 56% das vendas externas de madeira. 'E estamos caminhando para os 60%', afirma o diretor técnico da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), Guilherme Carvalho. Trata-se de uma mudança de perfil importante.
Em 1973, perto de 60% da produção florestal exportada pelo Pará era composta por madeira em tora. Em 1989, o governo proibiu a exportação desse tipo de produto, para estimular a verticalização da indústria. O novo cenário legal impulsionou o processo de modernização do parque industrial de base florestal. Entre os anos de 1996 e 1998 as empresas investiram pesado na compra de equipamentos e na montagem de linhas de produção destinadas a beneficiar internamente a madeira extraída no Estado.
Entre os produtos que se destacam neste novo cenário, estão os pisos, tacos e frisos. Este segmento apresentou uma variação positiva de 26% no valor exportado entre os anos de 2005 e 2006, passando de US$ 216 milhões para US$ 273 milhões. 'O Pará está exportando, por exemplo, um novo tipo de piso perfilado feito com uma base de madeira reflorestada de paricá e coberto com uma lâmina de madeira dura de floresta nativa, como jatobá ou ipê. Esse piso é exportado já envernizado e tem conquistado mercados internacionais', explica Guilherme Carvalho.
Para além dos problemas com a não renovação dos planos de manejo, Carvalho destaca um outro fator que atravanca o crescimento da indústria, principalmente aquela dedicada à exportação. 'A falta de regularização fundiária no Pará impede que as empresas avancem no processo de certificação ambiental, uma necessidade já consolidada nos mercados internacionais', afirma. Como exemplo, o diretor da Aimex cita a empresa Emapa, que teve sua certificação do SFC - o chamado 'selo verde' - cancelado porque não conseguiu comprovar a cadeia dominial das terras onde tinha implantado o projeto de manejo. 'A proposta da Emapa era excelente. A empresa desenvolveu um projeto considerado modelo para manejo certificado de madeira em área de várzea no município de Afuá. O plano recebeu avaliação positiva de pesquisadores da Embrapa, mas não avançou', diz Carvalho, acrescentando que foram problemas como esse que levaram a uma retração do movimento pela certificação iniciado pelas empresas paraenses a partir de 1998, quando a Cikel se transformou na primeira indústria com atuação local a possuir selo verde.
Para o advogado e especialista em comércio exterior Sérgio Menezes, essas barreiras criam uma situação de insegurança que, ao final, avaba fazendo com que os empresários se sintam desestimulados a continuar a investir. 'O caso da Emapa é emblemático porque a empresa não deve ter investido menos de US$ 1 milhão para obter a certificação e, depois, viu o seu projeto e o seu investimento ser transformado em cinza', avalia Menezes.
Simone Romero
Fonte: O Liberal
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