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Notícias

07
mar
2007
(DESMATAMENTO)
Maggi quer dinheiro americano e europeu para não abrir floresta em MT
O raciocínio é básico e antigo, mas está de volta. O governador Blairo Maggi começou um trabalho para redirecionar as pressões ambientalistas internacionais, atualmente sobre o Brasil – e conseqüentemente, Mato Grosso: quer que americanos e europeus, preocupados com o aquecimento global e também com a destruição da floresta amazônica, paguem o preço da conservação. Ele considera que o Brasil deve receber compensações financeiras de países desenvolvidos para evitar o desmatamento da floresta amazônica. “Os Estados Unidos e a União Européia não pagaram para a Coréia (do Norte) não fazer bomba atômica?” - questionou Blairo Maggi.

"Muitas vezes sou tido como inimigo da floresta, do meio ambiente. Não sou" - afirmou o governador. "Aliás, estamos prontos: se não é para abrir mais nada (derrubar a floresta), Mato Grosso aceita, mas que se pague" - recomendou, sem descrever valores e forma de aplicação do mecanismo sugerido. Essa linha de pensamento, em verdade, já vem de algum tempo. O então articulador político do então MDB, Edgar Nogueira Borges, defendia uma espécie de “tributo internacional”, a serem pago em forma de royalties.

Maggi defendeu ainda maiores investimentos de infra-estrutura na região amazônica e acrescentou que é preciso, por parte do Governo Federal, “de uma política para a região". Há tempos o governador de Mato Grosso tem se tornado crítico da ministra Marina Silva. "A Amazônia é importante. A conta não pode ser paga pelos governos. Algo tem que acontecer", insistiu, antes de negar ser o "inimigo número um da floresta".

No ano passado, o ambientalista Romerito Aquino fez duras críticas contra os chamados “países ambientalmente responsáveis”. Segundo ele, esses países deveriam pagar ao Brasil o preço justo pelas muitas riquezas que eles já tiraram da Amazônia de forma ilegal, particularmente através do conhecido processo da biopirataria. “Com esses recursos e uma boa dose de vontade política, os brasileiros estariam, sim, capacitados para preservar a sua grande floresta para o mundo, além de investir em biotecnologias capazes de gerar novos benefícios em favor do país e de toda a humanidade. “ – ponderou.

A cobertura florestal da Amazônia tem papel fundamental no equilíbrio climático e no ciclo das chuvas. Os bilhões de toneladas de CO2 (gás que provoca o aquecimento global) estocados nas árvores amazônicas, se liberados para a atmosfera podem colocar todo o planeta em risco. O desmatamento é responsável por 75% das emissões brasileiras de gases-estufa e acabar com o desmatamento aumenta a segurança global. Nos últimos dois anos, a taxa anual de desmatamento da Amazônia caiu, revertendo uma tendência de alta que vinha desde 1997 e que teve seu pico no segundo ano do governo Lula, em 2004 - quando 27.200 km2 de florestas foram abaixo, o segundo maior índice da história depois dos 29 mil km2 do início do governo Fernando Henrique Cardoso.

Fonte: Com informações de Jonas Silva, da Reuters

ITTO Sindimadeira_rs