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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Diretor do Museu Goeldi diz que soja ameaça a Amazônia.
"A Amazônia está passando por um processo danoso para a região". O alerta é de Peter Mann de Toledo, diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg), em Belém (PA), em entrevista ao Programa Revista Amazônia, da Rádio Nacional da Amazônia, da Radiobrás, quando falou sobre os 137 anos de existência da instituição, completados na 2ª feira (6). Ele se referiu especificamente ao fato de que "a floresta está dando lugar à pastagem e ao plantio de soja".
Toledo comentou também que "por mais que a soja apresente, no momento, uma vantagem econômica, mais cedo ou mais tarde nós vamos colher o mau uso da terra". Ele esclareceu que a questão sobre a soja transgênica não é tema de estudo pelos cientistas do Museu Goeldi e que este assunto está mais ligado à Embrapa. "O que nós estamos fazendo é estudar por que este avanço da soja está acontecendo na Amazônia, quem está envolvido nisso e, principalmente, qual é o principal interesse econômico".
O diretor lembrou que os cientistas do museu acompanham o que acontece na região há mais de 100 anos e que, por isso, têm muito o que dizer. Para Toledo, é preciso "usar os recursos da Amazônia com objetividade mas levando em consideração que tudo tem um preço a ser pago e que é preciso pensar no futuro". Ele explicou que se forem dadas alternativas para se manter a floresta em pé, "a longo prazo isto vai gerar mais benefícios ao país, como um todo".
Ainda esta semana Toledo disse que entrega, em Brasília, os resultados de um estudo na chamada Terra do Meio, na região de Marabá e São Felix do Xingu, no Pará, onde se registraram, segundo ele, "altos índices de desmatamento, cerca de 50 mil hectares em apenas um ano, para dar lugar à pecuária e com exploração de apenas duas espécies de árvores". Ele ressalta que "se não houver um controle mais rigoroso e até uma orientação política, além de assistência técnica, vamos assistir ao desaparecimento da nossa floresta amazônica".
Em novembro, o Museu Goeldi promove uma discussão a nível internacional. Serão debatidas questões em torno do que Toledo classificou de "rumos que estão sendo tomados na região Norte, definindo então quem é quem, realmente, na exploração da Amazônia". A partir desse encontro, ele disse que serão definidas outras prioridades nas áreas de pesquisa e de cooperação. "Observamos que a cada dia existe o fortalecimento das instituições amazônicas nacionais e isto é muito importante porque nos deixa mais fortes e menos vulneráveis à intervenção externa, ainda que haja a necessidade de uma cooperação internacional", comentou Toledo.
O Museu Goeldi é uma unidade de pesquisa independente, desde 1983, e vinculado diretamente ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Fundado em 6 de outubro de 1887, tem em seu acervo um total de 15 mil peças, algumas coletadas há mais de um século, envolvendo as diferentes etnias indígenas da região, inclusive da fase pré-colombiana. Estas peças são preservadas numa Reserva Etnográfica. O acesso via Internet pode ser feito pelo endereço www.museu-goeldi.br.
O Programa Revista Amazônia vai ao ar, de 2ª a 6ª feira, das 7h30 às 8 horas, na Rádio Nacional da Amazônia (Ondas Curtas, 25 Metros em 11.780 Khz; 49 Metros em 8.180 Khz, também via satélite e pela Internet, em tempo real, em www.radiobras.gov.br
Eduardo Mamcasz
Fonte: Radiobras
10/out/03
Toledo comentou também que "por mais que a soja apresente, no momento, uma vantagem econômica, mais cedo ou mais tarde nós vamos colher o mau uso da terra". Ele esclareceu que a questão sobre a soja transgênica não é tema de estudo pelos cientistas do Museu Goeldi e que este assunto está mais ligado à Embrapa. "O que nós estamos fazendo é estudar por que este avanço da soja está acontecendo na Amazônia, quem está envolvido nisso e, principalmente, qual é o principal interesse econômico".
O diretor lembrou que os cientistas do museu acompanham o que acontece na região há mais de 100 anos e que, por isso, têm muito o que dizer. Para Toledo, é preciso "usar os recursos da Amazônia com objetividade mas levando em consideração que tudo tem um preço a ser pago e que é preciso pensar no futuro". Ele explicou que se forem dadas alternativas para se manter a floresta em pé, "a longo prazo isto vai gerar mais benefícios ao país, como um todo".
Ainda esta semana Toledo disse que entrega, em Brasília, os resultados de um estudo na chamada Terra do Meio, na região de Marabá e São Felix do Xingu, no Pará, onde se registraram, segundo ele, "altos índices de desmatamento, cerca de 50 mil hectares em apenas um ano, para dar lugar à pecuária e com exploração de apenas duas espécies de árvores". Ele ressalta que "se não houver um controle mais rigoroso e até uma orientação política, além de assistência técnica, vamos assistir ao desaparecimento da nossa floresta amazônica".
Em novembro, o Museu Goeldi promove uma discussão a nível internacional. Serão debatidas questões em torno do que Toledo classificou de "rumos que estão sendo tomados na região Norte, definindo então quem é quem, realmente, na exploração da Amazônia". A partir desse encontro, ele disse que serão definidas outras prioridades nas áreas de pesquisa e de cooperação. "Observamos que a cada dia existe o fortalecimento das instituições amazônicas nacionais e isto é muito importante porque nos deixa mais fortes e menos vulneráveis à intervenção externa, ainda que haja a necessidade de uma cooperação internacional", comentou Toledo.
O Museu Goeldi é uma unidade de pesquisa independente, desde 1983, e vinculado diretamente ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Fundado em 6 de outubro de 1887, tem em seu acervo um total de 15 mil peças, algumas coletadas há mais de um século, envolvendo as diferentes etnias indígenas da região, inclusive da fase pré-colombiana. Estas peças são preservadas numa Reserva Etnográfica. O acesso via Internet pode ser feito pelo endereço www.museu-goeldi.br.
O Programa Revista Amazônia vai ao ar, de 2ª a 6ª feira, das 7h30 às 8 horas, na Rádio Nacional da Amazônia (Ondas Curtas, 25 Metros em 11.780 Khz; 49 Metros em 8.180 Khz, também via satélite e pela Internet, em tempo real, em www.radiobras.gov.br
Eduardo Mamcasz
Fonte: Radiobras
10/out/03
Fonte:
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