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Notícias
03
fev
2007
(GERAL)
Madeira só cobre metade da procura das celuloses
As florestas nacionais portuguesas não vão conseguir corresponder às necessidades da indústria de pasta e papel. Nem agora e muito menos em relação aos investimentos anunciados para aumento de capacidade das fábricas nos próximos anos.
O alerta é do grupo Portucel Soporcel, que, face aos números do inventário florestal nacional, prevê que a oferta interna se fique pelos 52 por cento das necessidades atuais e 45 por cento das futuras. Resta a importação, mais cara e que oferece menos qualidade. Por isso, pede mais investimento para o eucalipto.
Numa carta enviada ao ministro da Agricultura, a Portucel alerta que, nos últimos anos, o volume total em pé existente nas florestas portugueses decresceu 5,4 milhões de metros cúbicos, "quer sobretudo por efeito dos fogos florestais, quer pelo desenvolvimento da fileira florestal industrial, a qual, sem atualizações do inventário florestal, foi expandindo a sua capacidade", lê-se no documento.
Desde o último inventário, de 1995, registra-se um aumento da área coberta por eucaliptal produtivo de 14,6 por cento. Mas este crescimento corresponde apenas a um acréscimo de volume na ordem dos dez por cento. Só que, face a dados intercalares recolhidos em 2000 pela Celpa - a associação da indústria papeleira -, nos últimos anos houve uma queda abrupta na disponibilidade de matéria-prima. E o volume comerciável decresceu cerca de 12 por cento.
Os incêndios deram um importante contributo. Em dez anos, arderam 119 mil hectares de eucalipto. Mesmo que os povoamentos não desapareçam, as chamas interrompem o ciclo produtivo e se o proprietário não iniciar o ciclo novamente - o que implica corte e nova plantação sem que tenha havido retorno financeiro - a floresta perde produtividade.
Atualmente, as indústrias de pasta e papel necessitam de 7,5 milhões de metros cúbicos de material sem casca. Num futuro próximo - tanto a Portucel Soporcel como a Altri já anunciaram investimentos que permitem aumentar a sua capacidade de produção de pasta celulósica -, serão necessários mais 1,1 milhões de metros cúbicos.
Ora, "sabendo que apenas cerca de 15 por cento do volume total em pé deve ser extraído anualmente de forma a garantir a sustentabilidade física do recurso, conclui-se que a oferta interna anual de eucalipto andará na ordem dos 3,9 milhões de metros cúbicos sem casca", diz a Portucel.
A exploração insustentável da floresta não é opção pois, no mercado europeu, que é o principal destino dos produtos nacionais, uma tal hipótese é penalizada pelos consumidores e seria usada como arma de arremesso pelos principais concorrentes.
Resta a importação. A Portucel já está a receber madeira do Uruguai, pagando-a a 90 euros o metro cúbico, enquanto nos produtores nacionais o preço oscila entre os 42 e os 44. Com a agravante que a fibra nacional permite uma melhor qualidade no produto final.
A Altri assegura metade das suas necessidades com explorações próprias, comprando o restante a privados nacionais. Aposta no aumento da produtividade das produções portuguesas mas não põe de parte ter de recorrer a Espanha. Aliás, conta já com madeira vinda da Galiza que está a ser retirada na seqüência dos incêndios do ano passado.
Na carta enviada ao ministro, a Portucel critica a discriminação negativa do eucalipto no Plano de Desenvolvimento Rural, que estipula os apoios para o sector agro-florestal nos próximos sete anos. E defende a utilização de solos agrícolas mais férteis para o cultivo desta espécie.
Se isso não for feito, defende a empresa, estará "em causa o atual quadro do desenvolvimento da fileira florestal do eucalipto em Portugal e o futuro de um sector estruturante da economia do país."
O alerta é do grupo Portucel Soporcel, que, face aos números do inventário florestal nacional, prevê que a oferta interna se fique pelos 52 por cento das necessidades atuais e 45 por cento das futuras. Resta a importação, mais cara e que oferece menos qualidade. Por isso, pede mais investimento para o eucalipto.
Numa carta enviada ao ministro da Agricultura, a Portucel alerta que, nos últimos anos, o volume total em pé existente nas florestas portugueses decresceu 5,4 milhões de metros cúbicos, "quer sobretudo por efeito dos fogos florestais, quer pelo desenvolvimento da fileira florestal industrial, a qual, sem atualizações do inventário florestal, foi expandindo a sua capacidade", lê-se no documento.
Desde o último inventário, de 1995, registra-se um aumento da área coberta por eucaliptal produtivo de 14,6 por cento. Mas este crescimento corresponde apenas a um acréscimo de volume na ordem dos dez por cento. Só que, face a dados intercalares recolhidos em 2000 pela Celpa - a associação da indústria papeleira -, nos últimos anos houve uma queda abrupta na disponibilidade de matéria-prima. E o volume comerciável decresceu cerca de 12 por cento.
Os incêndios deram um importante contributo. Em dez anos, arderam 119 mil hectares de eucalipto. Mesmo que os povoamentos não desapareçam, as chamas interrompem o ciclo produtivo e se o proprietário não iniciar o ciclo novamente - o que implica corte e nova plantação sem que tenha havido retorno financeiro - a floresta perde produtividade.
Atualmente, as indústrias de pasta e papel necessitam de 7,5 milhões de metros cúbicos de material sem casca. Num futuro próximo - tanto a Portucel Soporcel como a Altri já anunciaram investimentos que permitem aumentar a sua capacidade de produção de pasta celulósica -, serão necessários mais 1,1 milhões de metros cúbicos.
Ora, "sabendo que apenas cerca de 15 por cento do volume total em pé deve ser extraído anualmente de forma a garantir a sustentabilidade física do recurso, conclui-se que a oferta interna anual de eucalipto andará na ordem dos 3,9 milhões de metros cúbicos sem casca", diz a Portucel.
A exploração insustentável da floresta não é opção pois, no mercado europeu, que é o principal destino dos produtos nacionais, uma tal hipótese é penalizada pelos consumidores e seria usada como arma de arremesso pelos principais concorrentes.
Resta a importação. A Portucel já está a receber madeira do Uruguai, pagando-a a 90 euros o metro cúbico, enquanto nos produtores nacionais o preço oscila entre os 42 e os 44. Com a agravante que a fibra nacional permite uma melhor qualidade no produto final.
A Altri assegura metade das suas necessidades com explorações próprias, comprando o restante a privados nacionais. Aposta no aumento da produtividade das produções portuguesas mas não põe de parte ter de recorrer a Espanha. Aliás, conta já com madeira vinda da Galiza que está a ser retirada na seqüência dos incêndios do ano passado.
Na carta enviada ao ministro, a Portucel critica a discriminação negativa do eucalipto no Plano de Desenvolvimento Rural, que estipula os apoios para o sector agro-florestal nos próximos sete anos. E defende a utilização de solos agrícolas mais férteis para o cultivo desta espécie.
Se isso não for feito, defende a empresa, estará "em causa o atual quadro do desenvolvimento da fileira florestal do eucalipto em Portugal e o futuro de um sector estruturante da economia do país."
Fonte: Público PT
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