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Notícias

26
jan
2007
(GERAL)
Transportadores de madeira protestam contra nova legislação
Mais uma vez os transportadores de madeira realizaram uma manifestação contra a Resolução 196 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que exige mudanças para o transporte de madeira em todo país, com adaptação de fueiros na carroceria do caminhão. O novo protesto ocorreu em frente ao Palácio Senador Hélio Campos.

Apesar dos custos da adaptação dos fueiros (estaca destinada a amparar carga) não ser o grande problema, a categoria alegou que não existe inspeção do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) para verificar a resistência no uso do equipamento e o transporte da madeira bruta e tora, no uso dos fueiros, que não atenderia à realidade local, devido às toras de madeira terem uma espessura muito grande, diferente das madeiras transportadas no Sul e Sudeste do país.

O presidente do Sindicato da Indústria Madeireira de Roraima, Otto Matsdorff, junto com os representantes do transporte e extração de madeira de Roraima, tentam apoio do Governo do Estado para suspender a aplicação da Resolução 196 do Contran.

Os caminhoneiros estavam do lado de fora do Palácio e reuniram os caminhões. Alegam que o transporte de madeira está suspenso até que o poder público tome uma medida para que não sejam prejudicados com a aplicação de multas e detenção dos veículos por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“Nós precisamos que esta resolução seja revogada em Roraima, porque nos demais estados da Amazônia a resolução foi revogada, onde fizeram um entendimento entre as autoridades do governo e Polícia Rodoviária Federal para a resolução não vigorar. Essa resolução não é a realidade da Amazônia de modo geral. Os outros estados entenderam que a resolução não serve. Serviria apenas para transporte de lenha, madeira de reflorestamento, cana-de-açúcar e madeira leve, e que corra perigo de cair”, destacou.

Otto Matsdorff explicou que as toras transportadas, no método tradicional, são fixadas com cabo de aço e seguras com catracas. “Quando um caminhão tomba com toras, elas não saem da carroceria do caminhão. Não existe perigo das toras caírem. Então, não existe fundamento para o uso dos fueiros na Amazônia, tanto que dificulta também para trabalhar. Os fueiros de mais de dois metros vão atrapalhar para entrar na mata, não tem como carregar o caminhão, porque eles são carregados com pá mecânica e o trator empurrando a tora. Mais dificultoso será descarregar o caminhão”, disse.

Para os transportadores de madeira, a resolução é inviável e não tem como ser aplicada em Roraima. “O pessoal do transporte de madeira está mobilizado em frente ao Palácio do Governo até conseguir uma solução, até porque ninguém pode trabalhar em risco de ter o caminhão preso e multado”, comentou.

A solução para acabar com o entrave, segundo Matsdorff, seria o apoio do poder público para suspender a resolução em Roraima. Ele também disse que a categoria deve entrar com uma ação na Justiça Federal solicitando a revogação da resolução. Ontem os transportadores de madeira suspenderam o trabalho até que seja apresentada uma solução para o impasse.

“Nossa proposta é no uso dos salva-vidas para o transporte de toras, e pedir também ao Governo do Estado que interfira com uma solução rápida, porque só agora a Femact iniciou a liberação do transporte da madeira. Quando iniciou a liberação, a PRF colocou em funcionamento a resolução”, explicou ao ressaltar que o setor madeireiro está parado e o governador Ottomar Pinto havia prometido geral 20 mil empregos. “Temos cinco mil empregos parados por conta desta resolução”.

REUNIÃO – Otto Matsdorff comentou que, apesar das três reuniões realizadas com representantes da PRF, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e ainda a presença de um promotor do Ministério Público Estadual (MPE), não houve avanços.
“Todos acham que é um absurdo essa resolução, que é impraticável, e mesmo assim ninguém tem coragem de dizer que não será cumprida no Estado, porque necessita de uma ordem do Contran. Mas em outros estados houve entendimento e os encarregados não estão cobrando a medida. Acho que devemos buscar um meio local de se resolver isso, pela produção e melhoria do Estado”, frisou.

Fonte: Vaneza Targino - Folha de Boa Vista

ITTO Sindimadeira_rs