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Notícias
07
dez
2006
(GERAL)
IIBA Um novo conceito na floresta
Indústria cria uma nova relação mais justa com manejadores da floresta, em que todos ganham com a sustentabilidade
George Dobré criou parceria inovadora no mercado florestal
Combinando tecnologia, consciência ambiental e responsabilidade social, a indústria IIBA Produtos florestais está construindo no Acre uma forma revolucionária de relacionamento justo entre uma empresa privada e os manejadores florestais comunitários.
A proposta vem sendo amadurecida há três anos, resultando numa parceria na qual dividem obrigações com cada um fazendo o que sabe fazer melhor. Assim, os manejadores tiram a madeira da floresta, recebem o pagamento por isso, a madeira vai para a fábrica no novo pólo moveleiro de Rio Branco onde onze operários a transformam nos objetos decorativos e utilitários a serem vendidos nas lojas de luxo do Sentro-Sul.
Por fim, calculadas as despesas de todo o processo, dividem os lucros meio a meio. Isso cria uma relação que reforça o trabalho comunitário dos manejadores, além de colocar no bolso deles mais dinheiro que venda tradicional da madeira certificada.
Reconhecimento nacional
As parcerias firmadas com os manejadores comunitários renderam ao empresário George Dobré o prêmio Planeta Cláudia 2006 promovido pela revista Casa Cláudia na categoria ação social apresentando sua relação com a comunidade seringueira do São Luiz do Remanso, em Capixaba.
Também acaba de ganhar o segundo lugar no prêmio Chico Mendes 2006 promovido pelo Ministério do Meio Ambiente na categoria negócios sustentáveis apresentando o trabalho que está realizando junto à comunidade do Projeto de Assentamento Extrativista do Seringal Porto Dias, em Acrelândia.
A IIBA, que na língua tupi guarani quer dizer madeira, pertence ao empresário George Dobré que herdou do pai o talento para transformar resíduos de madeira em objetos de luxo. Ele desativou a marcenaria na qual trabalha há 30 anos, em São Paulo, para vir se instalar no pólo moveleiro de Rio Branco.
Tudo começou em 2003 quando veio ao Acre na busca de madeira certificada, teve seu primeiro contato com as comunidades seringueiras e sua história de lutas e, como empresário, aderiu à causa da floresta.
“Em São Paulo eu trabalhava com madeira, aqui trabalho com floresta!” Afirma Dobré para então esclarecer: “Aqui percebi a necessidade de construir um relacionamento empresarial diferente. Ele começa por conhecer a floresta, seus problemas, o modo de vida das comunidades que vivem nela, respeita-las e se adaptar a elas de maneira a que todos saiam ganhando, senão, a coisa não funciona!”
A comunidade decide
A criação desse relacionamento exigiu três anos de negociação e continua num processo de evolução constante entre a empresa e os comunitários do São Luiz do Remanso. “Os seringueiros queriam me vender sua madeira, mas não sou madeireiro ou comerciante de madeira, por isso propus uma relação diferenciada da tradicional. Nela dividiríamos responsabilidades para ganharmos juntos. Foi assim surgiu este sistema meeiro florestal que vem dando ótimos resultados pra empresa e pros manejadores”.
Já os manejadores comunitários do ramal Nabor Júnior no Projeto de Assentamento Dirigido Peixoto, em Acrelândia e que exploram a reserva legal de seus lotes, preferiram vender a madeira. “Fizemos a mesma proposta de parceria a todos eles, mas cada comunidade tem valores culturais diferenciados a serem respeitados, estes preferiram vender a madeira pelo sistema tradicional. A gente aceita isso”.
A mais nova comunidade que firmou um acordo com a IIBA são os manejadores da Associação Seringueira do projeto de assentamento extrativista do seringal Porto Dias, em Acrelândia. “No começo das conversas a comunidade também queria vender madeira bruta, mas fomos amadurecendo relação e decidimos que eles vão tirar, secar e serrar a madeira para produzir objetos pré-acabados que nós compraremos para dar o acabamento final nas peças que receberão a marca Porto Dias, isto pertencerá a eles e será vendida pela IIBA. Esta solução foi necessária porque o custo da energia elétrica gerada com motor a diesel na comunidade encareceria muito o produto”.
Desafio dos desafios
Construídos os relacionamentos conforme a preferência de cada comunidade, Dobré tem de fazer sua parte enfrentando o desafio que é colocar no mercado produtos que vem com um novo conceito de trabalho com a madeira certificada.
No manejo eles tiram todo tipo de madeira e a função do empresário é encontrar comprador. Separando as madeiras por cor e resistência, mas não pelo nome da espécie, ele criou pratos, bandejas, jogos americanos, castiçais e outros objetos decorativos. Nos quais se destaca a beleza no contraste entre as várias cores da madeira.
“Ao invés de vender madeira, estamos oferecendo um produto diferenciado que leva um novo conceito ao consumidor consciente. Com isso estamos criando uma demanda crescente para madeiras muito boas e bonitas que antes eram desprezadas pelo mercado, por isso, derrubadas e queimadas causando grande prejuízo ambiental e econômico para todos”.
Mas ainda existem problemas sérios que afetam essa relação. Um dos principais é a venda de madeira retirada ilegalmente da floresta. “O manejo gera custos que a madeireira ilegal não tem, assim podem oferecer seu produto a preços mais baixos. Por outro lado ainda são poucos os consumidores conscientes comprando produtos certificados por saber que eles não ameaçam a floresta. Todo mundo fala que quer a preservação da Amazônia, mas na hora de botar a mão no bolso e pagar o custo ambiental do que fazemos, preferem comprar o mais barato. Ainda temos que evoluir bastante”.
Dobre fez questão de destacar que: “Nosso sucesso aqui no Acre é o resultado de muitas mãos, começa pelo conhecimento que já tínhamos das técnicas para a produção de objetos em madeira, daí vem o apoio que recebemos do governo do Estado para instalar nossa fábrica. Agora trabalhamos em parceria permanente com o Sebrae para a realização de cursos, consultorias na área administrativa e de mercado, como também para reforçar a cultura cooperativa entre os manejadores comunitários.
Manejadores da esperança
Adalberto Pereira do Nascimento, 46 anos, pai de cinco filhos, o “Dal”, como é mais conhecido em sua comunidade é manejador e o coordenador da marcenaria pertencente a Associação Seringueira do Porto Dias onde a madeira está sendo transformada em objetos que são vendidos para a IIBA.
Ele lembra que tudo começou lá pelo ano de 1996 quando foi regulamentado o Projeto de Assentamento Extrativista do Porto Dias (PAE) e a associação dos seringueiros. Recebiam então, apoio do Centro dos Trabalhadores da Amazônia com projetos nas áreas da educação, saúde, melhoria da produção de borracha, castanha e finalmente surgiu a proposta de trabalhar com manejo florestal para solucionar o problema do roubo de madeira nos 22.140 hectares do PAE.
“Fiquei desconfiado, mas havia muita promessa de preço melhor e mercado garantido para a colocação nos Estados Unidos, China e coisa e tal. Apesar de termos nossa madeira certificada encontramos muita dificuldade para vender o produto. Aqueles que sonhavam muito alto, desistiram, mas nós continuamos lutando. Agora com os pés no chão, estamos vendendo aqui no Acre mesmo, depois a gente cresce lá pra fora”. Afirmou “Dal”.
Esclarecendo que a comunidade aprendeu muito e amadureceu com os erros cometidos.“Hoje a gente entende que não dá para viver só do manejo, ele é um complemento para nossa renda, a gente tem o roçado, a castanha e outros produtos pra trabalhar e ganhar dinheiro, a floresta é rica, mas tem limite pra exploração e é preciso ter consciência disso para não prejudicar os nossos filhos no futuro”, afirma ele enquanto cuida do caçula que sobe na mesa e ameaça derrubar a garrafa de café.
Sua certeza está baseada na experiência que teve na visita aos manejadores comunitários da província de Petén na Guatemala. “Aprendi que o dinheiro é importante, mas é preciso entender os valores da floresta. A parceria com o George Dobre da IIBA nos interessa porque ele entende isso e porque conhece o mercado comprador, ponto em que nós tivemos maior dificuldade e fracassamos. Mas o custo alto do gerador a diesel encarece nosso produto, por isso vendemos as peças semi-prontas para ele dar acabamento. Ao mesmo tempo estaremos aprendendo a fazer estes novos objetos, conhecimento que será muito útil no futuro”.
Novos sócios
O manejo que havia começado com onze famílias, perdeu quatro durante os problemas enfrentados, mas o acerto com a IIBA deu novo ânimo aos sete restantes e mais duas famílias estão aderindo ao projeto a partir deste dezembro. Uma delas é liderada pelo seringueiro Belevi Felipe de Souza, 44 anos que embora nascido e criado no Porto Dias sempre trabalhou como diarista sem ter um lugar seu, conquista que só aconteceu agora no PAE. “Desde o começo sempre estive trabalhando no manejo como diarista, as coisas não deram certo porque o pessoal andou sonhando muito alto, mas eu acredito que trabalhando direito a gente vai poder viver melhor, por isso é que estou entrando para o manejo da madeira. Mas também tenho meu roçado, junto castanha e dirijo o trator da comunidade, o que a gente precisa é ter união no trabalho”.
Novas tecnologias
Nascido no seringal Santo Antônio no alto rio Purus de onde saiu com 10 anos acompanhando o pai que trabalhava fazendo barcos, Adalberto Isidro de Almeida, 35, pai de dois filhos, começou a trabalhar em marcenaria aos 12 anos. Só oito anos depois teve a oportunidade de participar de cursos do Senai, trabalhou em várias indústrias de Rondônia e Mato Grosso sendo agora o instrutor da Marcenaria Escola do Porto Dias pelo projeto de processamento comunitário de produtos florestais de uso múltiplo.
Informou que os seringueiros colhem castanha, óleo de copaíba, borracha e agora estão começando a produzir artesanatos em semente, mas o forte mesmo é a agricultura familiar e o manejo florestal no qual a marcenaria é o lugar de agregar valor à madeira. No ano passado venderam a madeira a R$ 1.100 o metro cúbico, neste ano, madeireiras queriam comprar o metro a R$ 60, a comunidade preferiu não vender até fechar contrato com George Dobré.
Adalberto esclareceu que: “O relacionamento da comunidade com a IIBA está dando novo ânimo pras pessoas voltarem ao manejo. Outra vantagem é de que os jovens estão sendo treinados para produzir as peças de madeira aqui dentro da comunidade, com isso estarão aprendendo novas técnicas que vão garantir uma maior independência deles no futuro”.
Juracy Xangai
George Dobré criou parceria inovadora no mercado florestal
Combinando tecnologia, consciência ambiental e responsabilidade social, a indústria IIBA Produtos florestais está construindo no Acre uma forma revolucionária de relacionamento justo entre uma empresa privada e os manejadores florestais comunitários.
A proposta vem sendo amadurecida há três anos, resultando numa parceria na qual dividem obrigações com cada um fazendo o que sabe fazer melhor. Assim, os manejadores tiram a madeira da floresta, recebem o pagamento por isso, a madeira vai para a fábrica no novo pólo moveleiro de Rio Branco onde onze operários a transformam nos objetos decorativos e utilitários a serem vendidos nas lojas de luxo do Sentro-Sul.
Por fim, calculadas as despesas de todo o processo, dividem os lucros meio a meio. Isso cria uma relação que reforça o trabalho comunitário dos manejadores, além de colocar no bolso deles mais dinheiro que venda tradicional da madeira certificada.
Reconhecimento nacional
As parcerias firmadas com os manejadores comunitários renderam ao empresário George Dobré o prêmio Planeta Cláudia 2006 promovido pela revista Casa Cláudia na categoria ação social apresentando sua relação com a comunidade seringueira do São Luiz do Remanso, em Capixaba.
Também acaba de ganhar o segundo lugar no prêmio Chico Mendes 2006 promovido pelo Ministério do Meio Ambiente na categoria negócios sustentáveis apresentando o trabalho que está realizando junto à comunidade do Projeto de Assentamento Extrativista do Seringal Porto Dias, em Acrelândia.
A IIBA, que na língua tupi guarani quer dizer madeira, pertence ao empresário George Dobré que herdou do pai o talento para transformar resíduos de madeira em objetos de luxo. Ele desativou a marcenaria na qual trabalha há 30 anos, em São Paulo, para vir se instalar no pólo moveleiro de Rio Branco.
Tudo começou em 2003 quando veio ao Acre na busca de madeira certificada, teve seu primeiro contato com as comunidades seringueiras e sua história de lutas e, como empresário, aderiu à causa da floresta.
“Em São Paulo eu trabalhava com madeira, aqui trabalho com floresta!” Afirma Dobré para então esclarecer: “Aqui percebi a necessidade de construir um relacionamento empresarial diferente. Ele começa por conhecer a floresta, seus problemas, o modo de vida das comunidades que vivem nela, respeita-las e se adaptar a elas de maneira a que todos saiam ganhando, senão, a coisa não funciona!”
A comunidade decide
A criação desse relacionamento exigiu três anos de negociação e continua num processo de evolução constante entre a empresa e os comunitários do São Luiz do Remanso. “Os seringueiros queriam me vender sua madeira, mas não sou madeireiro ou comerciante de madeira, por isso propus uma relação diferenciada da tradicional. Nela dividiríamos responsabilidades para ganharmos juntos. Foi assim surgiu este sistema meeiro florestal que vem dando ótimos resultados pra empresa e pros manejadores”.
Já os manejadores comunitários do ramal Nabor Júnior no Projeto de Assentamento Dirigido Peixoto, em Acrelândia e que exploram a reserva legal de seus lotes, preferiram vender a madeira. “Fizemos a mesma proposta de parceria a todos eles, mas cada comunidade tem valores culturais diferenciados a serem respeitados, estes preferiram vender a madeira pelo sistema tradicional. A gente aceita isso”.
A mais nova comunidade que firmou um acordo com a IIBA são os manejadores da Associação Seringueira do projeto de assentamento extrativista do seringal Porto Dias, em Acrelândia. “No começo das conversas a comunidade também queria vender madeira bruta, mas fomos amadurecendo relação e decidimos que eles vão tirar, secar e serrar a madeira para produzir objetos pré-acabados que nós compraremos para dar o acabamento final nas peças que receberão a marca Porto Dias, isto pertencerá a eles e será vendida pela IIBA. Esta solução foi necessária porque o custo da energia elétrica gerada com motor a diesel na comunidade encareceria muito o produto”.
Desafio dos desafios
Construídos os relacionamentos conforme a preferência de cada comunidade, Dobré tem de fazer sua parte enfrentando o desafio que é colocar no mercado produtos que vem com um novo conceito de trabalho com a madeira certificada.
No manejo eles tiram todo tipo de madeira e a função do empresário é encontrar comprador. Separando as madeiras por cor e resistência, mas não pelo nome da espécie, ele criou pratos, bandejas, jogos americanos, castiçais e outros objetos decorativos. Nos quais se destaca a beleza no contraste entre as várias cores da madeira.
“Ao invés de vender madeira, estamos oferecendo um produto diferenciado que leva um novo conceito ao consumidor consciente. Com isso estamos criando uma demanda crescente para madeiras muito boas e bonitas que antes eram desprezadas pelo mercado, por isso, derrubadas e queimadas causando grande prejuízo ambiental e econômico para todos”.
Mas ainda existem problemas sérios que afetam essa relação. Um dos principais é a venda de madeira retirada ilegalmente da floresta. “O manejo gera custos que a madeireira ilegal não tem, assim podem oferecer seu produto a preços mais baixos. Por outro lado ainda são poucos os consumidores conscientes comprando produtos certificados por saber que eles não ameaçam a floresta. Todo mundo fala que quer a preservação da Amazônia, mas na hora de botar a mão no bolso e pagar o custo ambiental do que fazemos, preferem comprar o mais barato. Ainda temos que evoluir bastante”.
Dobre fez questão de destacar que: “Nosso sucesso aqui no Acre é o resultado de muitas mãos, começa pelo conhecimento que já tínhamos das técnicas para a produção de objetos em madeira, daí vem o apoio que recebemos do governo do Estado para instalar nossa fábrica. Agora trabalhamos em parceria permanente com o Sebrae para a realização de cursos, consultorias na área administrativa e de mercado, como também para reforçar a cultura cooperativa entre os manejadores comunitários.
Manejadores da esperança
Adalberto Pereira do Nascimento, 46 anos, pai de cinco filhos, o “Dal”, como é mais conhecido em sua comunidade é manejador e o coordenador da marcenaria pertencente a Associação Seringueira do Porto Dias onde a madeira está sendo transformada em objetos que são vendidos para a IIBA.
Ele lembra que tudo começou lá pelo ano de 1996 quando foi regulamentado o Projeto de Assentamento Extrativista do Porto Dias (PAE) e a associação dos seringueiros. Recebiam então, apoio do Centro dos Trabalhadores da Amazônia com projetos nas áreas da educação, saúde, melhoria da produção de borracha, castanha e finalmente surgiu a proposta de trabalhar com manejo florestal para solucionar o problema do roubo de madeira nos 22.140 hectares do PAE.
“Fiquei desconfiado, mas havia muita promessa de preço melhor e mercado garantido para a colocação nos Estados Unidos, China e coisa e tal. Apesar de termos nossa madeira certificada encontramos muita dificuldade para vender o produto. Aqueles que sonhavam muito alto, desistiram, mas nós continuamos lutando. Agora com os pés no chão, estamos vendendo aqui no Acre mesmo, depois a gente cresce lá pra fora”. Afirmou “Dal”.
Esclarecendo que a comunidade aprendeu muito e amadureceu com os erros cometidos.“Hoje a gente entende que não dá para viver só do manejo, ele é um complemento para nossa renda, a gente tem o roçado, a castanha e outros produtos pra trabalhar e ganhar dinheiro, a floresta é rica, mas tem limite pra exploração e é preciso ter consciência disso para não prejudicar os nossos filhos no futuro”, afirma ele enquanto cuida do caçula que sobe na mesa e ameaça derrubar a garrafa de café.
Sua certeza está baseada na experiência que teve na visita aos manejadores comunitários da província de Petén na Guatemala. “Aprendi que o dinheiro é importante, mas é preciso entender os valores da floresta. A parceria com o George Dobre da IIBA nos interessa porque ele entende isso e porque conhece o mercado comprador, ponto em que nós tivemos maior dificuldade e fracassamos. Mas o custo alto do gerador a diesel encarece nosso produto, por isso vendemos as peças semi-prontas para ele dar acabamento. Ao mesmo tempo estaremos aprendendo a fazer estes novos objetos, conhecimento que será muito útil no futuro”.
Novos sócios
O manejo que havia começado com onze famílias, perdeu quatro durante os problemas enfrentados, mas o acerto com a IIBA deu novo ânimo aos sete restantes e mais duas famílias estão aderindo ao projeto a partir deste dezembro. Uma delas é liderada pelo seringueiro Belevi Felipe de Souza, 44 anos que embora nascido e criado no Porto Dias sempre trabalhou como diarista sem ter um lugar seu, conquista que só aconteceu agora no PAE. “Desde o começo sempre estive trabalhando no manejo como diarista, as coisas não deram certo porque o pessoal andou sonhando muito alto, mas eu acredito que trabalhando direito a gente vai poder viver melhor, por isso é que estou entrando para o manejo da madeira. Mas também tenho meu roçado, junto castanha e dirijo o trator da comunidade, o que a gente precisa é ter união no trabalho”.
Novas tecnologias
Nascido no seringal Santo Antônio no alto rio Purus de onde saiu com 10 anos acompanhando o pai que trabalhava fazendo barcos, Adalberto Isidro de Almeida, 35, pai de dois filhos, começou a trabalhar em marcenaria aos 12 anos. Só oito anos depois teve a oportunidade de participar de cursos do Senai, trabalhou em várias indústrias de Rondônia e Mato Grosso sendo agora o instrutor da Marcenaria Escola do Porto Dias pelo projeto de processamento comunitário de produtos florestais de uso múltiplo.
Informou que os seringueiros colhem castanha, óleo de copaíba, borracha e agora estão começando a produzir artesanatos em semente, mas o forte mesmo é a agricultura familiar e o manejo florestal no qual a marcenaria é o lugar de agregar valor à madeira. No ano passado venderam a madeira a R$ 1.100 o metro cúbico, neste ano, madeireiras queriam comprar o metro a R$ 60, a comunidade preferiu não vender até fechar contrato com George Dobré.
Adalberto esclareceu que: “O relacionamento da comunidade com a IIBA está dando novo ânimo pras pessoas voltarem ao manejo. Outra vantagem é de que os jovens estão sendo treinados para produzir as peças de madeira aqui dentro da comunidade, com isso estarão aprendendo novas técnicas que vão garantir uma maior independência deles no futuro”.
Juracy Xangai
Fonte: Página 20
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