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Notícias
29
nov
2006
(GERAL)
Ao longo da PA-150, floresta cedeu lugar ao pasto e às carvoarias
Partindo da rodovia PA-150, à entrada de Tailândia no sentido de quem vai de Belém, uma antiga vicinal à direita dá acesso a diversas propriedades rurais. A área, até poucos anos atrás coberta de mata virgem, foi alvo de sucessivas invasões e está quase que totalmente tomada por pastagens. Os primeiros ocupantes, uma vez destruída a floresta, foram transferindo os lotes para pequenos fazendeiros. Pouquíssimos deles permanecem na área, que, além da pecuária, abriga ainda algumas pequenas lavouras e diversas carvoarias. As fábricas de carvão são alimentadas pelos troncos requeimados, que permanecem espalhados pelas terras, e também pelas árvores extraídas de matas secundárias surgidas nos pontos onde a floresta está (ou estava) em processo de regeneração.
Cerca de 16 km à frente dessa estrada, mais conhecida como 'Ramal do Badarote', o viajante cruza o rio Moju sobre uma ponte de madeira. A partir dali começa uma série de assentamentos do Incra, como parte do projeto denominado 'Vale do Moju'. Ali a ocupação é mais recente, mas se iniciou também com as invasões e há um avanço igualmente muito grande sobre a floresta nativa. Os primitivos ocupantes, em sua quase totalidade, já transferiram as posses e foram procurar terras em outras paragens. Como o Incra passou a atuar na área há apenas cerca de dois anos, o assentamento ainda não está consolidado e persiste uma condição geral de enorme pobreza entre os moradores.
Seguindo-se pelo 'Ramal do Badarote', cujas condições de tráfego já se mostram precárias logo às primeiras chuvas, vai se encontrar com outra vicinal que parte também da PA-150, porém seis quilômetros depois de Tailândia, no sentido de quem vai para Goianésia. Unificadas a partir do ponto de bifurcação, as duas estradas, já na margem esquerda do rio Moju, fazem a ligação rodoviária entre Tailândia e Mocajuba, num trajeto calculado em cerca de cem quilômetros. Mas não é uma viagem fácil. Devido às condições da estrada, só trafega por ali, por absoluta necessidade, quem tem muita coragem, paciência e disposição.
A exemplo da primeira, a segunda vicinal também vai dar nas barrancas do rio Moju. Ali, porém, a travessia é feita não em ponte, mas em balsa. A partir daquele ponto, começam à esquerda da estrada as terras da Fazenda Santa Marta, hoje parcialmente ocupada por centenas de 'sem-toras', enquanto do lado direito estende-se uma área de assentamento do Incra. Ali não se vê qualquer vestígio de atividade agrícola. As famílias, bem poucas, sobrevivem da caça, da pesca e dos programas sociais do governo federal.
Caminhões
Na primeira estrada, o trecho de 40 km que se estende a partir da margem esquerda do rio Moju, e que dá acesso aos projetos de assentamento, a manutenção é bancada pelo Incra. Já a segunda estrada foi construída pela Terranorte S.A. Terraplenagem e Agroindústria, empresa mantenedora da Fazenda Santa Marta, onde se desenvolve, através da Juruá Florestal Ltda, um projeto de manejo florestal sustentável, certificado com o selo verde. Além de fazer a manutenção da estrada, a Terranorte é proprietária também da balsa que faz a travessia do rio Moju e do barco que lhe serve de rebocador. Toda essa logística de transporte é utilizada pelos colonos no eixo da estrada, pelos assentados do Incra e por eventuais viajantes em trânsito pela região.
Assim era, pelo menos, até alguns meses atrás. Logo depois que ocorreu a ocupação da Fazenda Santa Marta, os invasores tentaram, certo dia, incendiar a ponte sobre o Moju, na primeira estrada. A ponte ficou danificada, mas a destruição não se consumou porque o fogo foi controlado a tempo pelos próprios moradores, que utilizaram no combate às chamas as águas do rio. Hoje, a ponte está servindo aos próprios invasores. Por ali passam com destino a Tailândia, sempre à noite, os caminhões carregados de toras que eles continuam extraindo ilegalmente da área de manejo florestal da Fazenda Santa Marta.
Podendo utilizar essa via alternativa de escoamento, os invasores vêm ameaçando, agora, bloquear o acesso à fazenda. Para isso, já deixaram claro que pretendem afundar a balsa que faz a travessia e incendiar o barco que lhe serve de rebocador. Para evitar que se consume a ameaça, a Terranorte decidiu suspender a operação regular da balsa, que atualmente só funciona esporadicamente e em casos de extrema necessidade. Por medida de segurança, o barco também foi retirado do local e passou a ser mantido a uma distância de aproximadamente 500 metros da rampa, rio abaixo.
Essa providência tem evitado, pelo menos até aqui, um ataque direto dos 'sem-toras', mas ninguém se arrisca a dizer até quando será possível manter em segurança a balsa e o rebocador. Do que ninguém tem dúvida é da disposição dos invasores, que, há poucos dias, incendiaram e destruíram uma ponte sobre o igarapé no ramal secundário que dá acesso à sede da fazenda, isolando-a completamente. A situação só se normalizou com a reconstrução da ponte, feita à noite por funcionários da própria Santa Marta, à luz de tratores e máquinas.
Cerca de 16 km à frente dessa estrada, mais conhecida como 'Ramal do Badarote', o viajante cruza o rio Moju sobre uma ponte de madeira. A partir dali começa uma série de assentamentos do Incra, como parte do projeto denominado 'Vale do Moju'. Ali a ocupação é mais recente, mas se iniciou também com as invasões e há um avanço igualmente muito grande sobre a floresta nativa. Os primitivos ocupantes, em sua quase totalidade, já transferiram as posses e foram procurar terras em outras paragens. Como o Incra passou a atuar na área há apenas cerca de dois anos, o assentamento ainda não está consolidado e persiste uma condição geral de enorme pobreza entre os moradores.
Seguindo-se pelo 'Ramal do Badarote', cujas condições de tráfego já se mostram precárias logo às primeiras chuvas, vai se encontrar com outra vicinal que parte também da PA-150, porém seis quilômetros depois de Tailândia, no sentido de quem vai para Goianésia. Unificadas a partir do ponto de bifurcação, as duas estradas, já na margem esquerda do rio Moju, fazem a ligação rodoviária entre Tailândia e Mocajuba, num trajeto calculado em cerca de cem quilômetros. Mas não é uma viagem fácil. Devido às condições da estrada, só trafega por ali, por absoluta necessidade, quem tem muita coragem, paciência e disposição.
A exemplo da primeira, a segunda vicinal também vai dar nas barrancas do rio Moju. Ali, porém, a travessia é feita não em ponte, mas em balsa. A partir daquele ponto, começam à esquerda da estrada as terras da Fazenda Santa Marta, hoje parcialmente ocupada por centenas de 'sem-toras', enquanto do lado direito estende-se uma área de assentamento do Incra. Ali não se vê qualquer vestígio de atividade agrícola. As famílias, bem poucas, sobrevivem da caça, da pesca e dos programas sociais do governo federal.
Caminhões
Na primeira estrada, o trecho de 40 km que se estende a partir da margem esquerda do rio Moju, e que dá acesso aos projetos de assentamento, a manutenção é bancada pelo Incra. Já a segunda estrada foi construída pela Terranorte S.A. Terraplenagem e Agroindústria, empresa mantenedora da Fazenda Santa Marta, onde se desenvolve, através da Juruá Florestal Ltda, um projeto de manejo florestal sustentável, certificado com o selo verde. Além de fazer a manutenção da estrada, a Terranorte é proprietária também da balsa que faz a travessia do rio Moju e do barco que lhe serve de rebocador. Toda essa logística de transporte é utilizada pelos colonos no eixo da estrada, pelos assentados do Incra e por eventuais viajantes em trânsito pela região.
Assim era, pelo menos, até alguns meses atrás. Logo depois que ocorreu a ocupação da Fazenda Santa Marta, os invasores tentaram, certo dia, incendiar a ponte sobre o Moju, na primeira estrada. A ponte ficou danificada, mas a destruição não se consumou porque o fogo foi controlado a tempo pelos próprios moradores, que utilizaram no combate às chamas as águas do rio. Hoje, a ponte está servindo aos próprios invasores. Por ali passam com destino a Tailândia, sempre à noite, os caminhões carregados de toras que eles continuam extraindo ilegalmente da área de manejo florestal da Fazenda Santa Marta.
Podendo utilizar essa via alternativa de escoamento, os invasores vêm ameaçando, agora, bloquear o acesso à fazenda. Para isso, já deixaram claro que pretendem afundar a balsa que faz a travessia e incendiar o barco que lhe serve de rebocador. Para evitar que se consume a ameaça, a Terranorte decidiu suspender a operação regular da balsa, que atualmente só funciona esporadicamente e em casos de extrema necessidade. Por medida de segurança, o barco também foi retirado do local e passou a ser mantido a uma distância de aproximadamente 500 metros da rampa, rio abaixo.
Essa providência tem evitado, pelo menos até aqui, um ataque direto dos 'sem-toras', mas ninguém se arrisca a dizer até quando será possível manter em segurança a balsa e o rebocador. Do que ninguém tem dúvida é da disposição dos invasores, que, há poucos dias, incendiaram e destruíram uma ponte sobre o igarapé no ramal secundário que dá acesso à sede da fazenda, isolando-a completamente. A situação só se normalizou com a reconstrução da ponte, feita à noite por funcionários da própria Santa Marta, à luz de tratores e máquinas.
Fonte: O Liberal
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