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Notícias
16
nov
2006
(GERAL)
Brasil tenta pôr floresta na conta do clima
Duas propostas para compensar países que reduzem desflorestamento, diminuindo emissões de gases causadores do efeito estufa, disputam espaço e dividem opiniões na COP-12 (12ª Conferência das Partes) da Convenção do Clima da ONU, em Nairóbi. Uma delas, de iniciativa brasileira, será apresentada oficialmente hoje pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente) a delegados de mais de 180 países.
A segunda é de um grupo de países que formam a Coalizão de Nações com Florestas Tropicais (Coalition for Rainforest Nations, em inglês), liderados por Papua-Nova Guiné.
Apesar de terem objetivos semelhantes, a forma de ação das duas propostas é radicalmente diferente. Tão diferente que o impasse pode atrasar uma decisão eficaz por parte dos países que participam da convenção.
O Brasil defende um mecanismo voluntário, no qual os países desenvolvidos fariam doações para uma espécie de fundo que recompense financeiramente nações em desenvolvimento que diminuíssem seu desflorestamento abaixo de uma média preestabelecida. O mecanismo não estaria atrelado às metas que estes países ricos precisam cumprir de acordo com o Protocolo de Kyoto.
Para ONGs, e até mesmo para delegados de alguns governos, a proposta brasileira é "irreal", porque está baseada em uma doação voluntária, que não daria ganho algum aos doadores. "O problema, sem dúvida, está nas doações voluntárias. Eu passei minha vida inteira atrás delas e sei que a realidade é muito difícil", disse Steve Sawyer, do Greenpeace.
Sawyer também criticou aspectos fundamentais da proposta liderada por Papua-Nova Guiné, em que investimentos feitos para evitar desflorestamento seriam traduzidos em créditos de carbono, que poderiam ser negociados pelas nações ricas e abatidos das suas metas de redução.
A conexão entre florestas e mudanças climáticas está na quantidade de gases-estufa lançados na atmosfera pelo desmate. Apesar de não haver consenso sobre a cifra exata, especialistas acreditam que as derrubadas nos trópicos respondam por 9% a 20% das emissões globais.
Pavimentando o inferno
O representante de Papua-Nova Guiné, Kevin Conrad, disse ontem que o grupo não apresentou uma proposta formal ainda. Diplomático, Conrad disse que as conversas com o Brasil têm sido "intensas" e que as duas propostas não são excludentes.
Mesmo assim, disse não acreditar na premissa da contribuição voluntária. "O mercado é o único caminho para lidar com desflorestamento. Não acreditamos que existirão doações suficientes".
Em conversas informais, representantes da União Européia disseram desconhecer detalhes da proposta brasileira, mas elogiaram a procura por uma solução das emissões de desflorestamento até a próxima convenção, em um ano.
Já um delegado do Canadá foi direto ao afirmar que o mecanismo de contribuições "sem retorno" para os países ricos é como um dos diversos "esforços benevolentes" que não costumam ter sucesso porque os países têm recursos escassos.
Em defesa da iniciativa brasileira, o Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que a proposta demonstra o interesse dos países ricos em diminuir emissões globais. "O que nós não acreditamos é que a convenção tenha se tornado um balcão de negócios."
A segunda é de um grupo de países que formam a Coalizão de Nações com Florestas Tropicais (Coalition for Rainforest Nations, em inglês), liderados por Papua-Nova Guiné.
Apesar de terem objetivos semelhantes, a forma de ação das duas propostas é radicalmente diferente. Tão diferente que o impasse pode atrasar uma decisão eficaz por parte dos países que participam da convenção.
O Brasil defende um mecanismo voluntário, no qual os países desenvolvidos fariam doações para uma espécie de fundo que recompense financeiramente nações em desenvolvimento que diminuíssem seu desflorestamento abaixo de uma média preestabelecida. O mecanismo não estaria atrelado às metas que estes países ricos precisam cumprir de acordo com o Protocolo de Kyoto.
Para ONGs, e até mesmo para delegados de alguns governos, a proposta brasileira é "irreal", porque está baseada em uma doação voluntária, que não daria ganho algum aos doadores. "O problema, sem dúvida, está nas doações voluntárias. Eu passei minha vida inteira atrás delas e sei que a realidade é muito difícil", disse Steve Sawyer, do Greenpeace.
Sawyer também criticou aspectos fundamentais da proposta liderada por Papua-Nova Guiné, em que investimentos feitos para evitar desflorestamento seriam traduzidos em créditos de carbono, que poderiam ser negociados pelas nações ricas e abatidos das suas metas de redução.
A conexão entre florestas e mudanças climáticas está na quantidade de gases-estufa lançados na atmosfera pelo desmate. Apesar de não haver consenso sobre a cifra exata, especialistas acreditam que as derrubadas nos trópicos respondam por 9% a 20% das emissões globais.
Pavimentando o inferno
O representante de Papua-Nova Guiné, Kevin Conrad, disse ontem que o grupo não apresentou uma proposta formal ainda. Diplomático, Conrad disse que as conversas com o Brasil têm sido "intensas" e que as duas propostas não são excludentes.
Mesmo assim, disse não acreditar na premissa da contribuição voluntária. "O mercado é o único caminho para lidar com desflorestamento. Não acreditamos que existirão doações suficientes".
Em conversas informais, representantes da União Européia disseram desconhecer detalhes da proposta brasileira, mas elogiaram a procura por uma solução das emissões de desflorestamento até a próxima convenção, em um ano.
Já um delegado do Canadá foi direto ao afirmar que o mecanismo de contribuições "sem retorno" para os países ricos é como um dos diversos "esforços benevolentes" que não costumam ter sucesso porque os países têm recursos escassos.
Em defesa da iniciativa brasileira, o Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que a proposta demonstra o interesse dos países ricos em diminuir emissões globais. "O que nós não acreditamos é que a convenção tenha se tornado um balcão de negócios."
Fonte: Colaboração para a Folha de S.Paulo, em Nairóbi
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