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Notícias
10
nov
2006
(GERAL)
Chineses pode virar rival em celulose
A produção e o consumo de papel na China deve crescer entre 10% a 15% ao ano nos próximos três anos, o que deve continuar beneficiando a demanda mundial por celulose, principalmente oriunda do Brasil, segundo um relatório recente elaborado por analistas da corretora Merrill Lynch.
Por falta de terras disponíveis para plantações de florestas e baixa produtividade, a indústria papeleira da China é deficitária em celulose e não tem planos no momento para construção de uma fábrica de grande escala no país para abastecer suas indústrias, avalia a corretora.
Esse é o lado bom da história para as empresas brasileiras. No entanto, os analistas deixam no ar uma possibilidade que poderá arrepiar os empresários nacionais de celulose. "Alguns fabricantes de papel da China até declararam que se decidissem construir uma fábrica, eles o fariam na América Latina", escreveram os analistas da corretora, que visitaram os principais fabricantes chineses de papel nos últimos dias de outubro. De cliente para rivais.
"Acreditamos que a Nine Dragons [maior fabricante de papel cartão da China] continuará se verticalizando. [...] O investimento em celulose na China tem custos altos na compra de terras e baixo retorno. O Brasil seria um destino [para empresa]", dizem os analistas. A Lee & Man, outra fabricante chinesa, seria mais uma possível candidata para instalar-se no Brasil como produtora de celulose.
Não é de hoje que fabricantes estrangeiros plantam árvores e produzem celulose no Brasil. A sueco-finlandesa Stora Enso tem uma estratégia de utilizar o Brasil, desde o início de 2005, como pólo para produção de matéria-prima na Veracel - joint venture em conjunto com a Aracruz - com o objetivo de abastecer suas fábricas de papel no exterior, em especial uma unidade de produtora de papéis na província de Suzhou, na China. A unidade possui capacidade de produção de 240 mil toneladas por ano.
Os fabricantes brasileiros têm fechado muitos negócios por conta do fôlego dos chineses por celulose. Com dados fornecidos pelo responsável pelas operações da Aracruz Celulose na Ásia, os analistas disseram que a expectativa é que a demanda chinesa por celulose continue crescendo.
A previsão é que chegue a 8,2 milhões de toneladas neste ano, um crescimento de 7,8% sobre o ano passado. Para 2007, a previsão é atingir 8,9 milhões de toneladas, o que dá quase três vezes a capacidade de produção da Aracruz.
Os embarques de celulose da fabricante brasileira para a Ásia alcançarão, sempre segundo o relatório da Merrill Lynch, cerca de 762 mil toneladas em 2006, o equivalente a um quarto do total vendido pela empresa. Em 2007, a Aracruz deve expedir mais 800 mil toneladas ao continente asiático. Do total esperado para o ano que vem, 483 mil toneladas da Aracruz devem ser destinadas à China.
Segundo dados da consultoria Poyry, citados pela corretora, os projetos de celulose na China não são competitivos quando comparados com a América Latina, por causa dos altos custos com a madeira. "A Poyry estima [os custos] em US$ 40 a US$ 45 por metro cúbico de eucalipto na China enquanto na Indonésia é US$ 30 e no Brasil, US$ 20", disseram os analistas no relatório, lembrando que a consultoria avalia que as plantações de florestas competem com a agricultura e a população e a China não tem árvores que crescem com retornos competitivos.
Por falta de terras disponíveis para plantações de florestas e baixa produtividade, a indústria papeleira da China é deficitária em celulose e não tem planos no momento para construção de uma fábrica de grande escala no país para abastecer suas indústrias, avalia a corretora.
Esse é o lado bom da história para as empresas brasileiras. No entanto, os analistas deixam no ar uma possibilidade que poderá arrepiar os empresários nacionais de celulose. "Alguns fabricantes de papel da China até declararam que se decidissem construir uma fábrica, eles o fariam na América Latina", escreveram os analistas da corretora, que visitaram os principais fabricantes chineses de papel nos últimos dias de outubro. De cliente para rivais.
"Acreditamos que a Nine Dragons [maior fabricante de papel cartão da China] continuará se verticalizando. [...] O investimento em celulose na China tem custos altos na compra de terras e baixo retorno. O Brasil seria um destino [para empresa]", dizem os analistas. A Lee & Man, outra fabricante chinesa, seria mais uma possível candidata para instalar-se no Brasil como produtora de celulose.
Não é de hoje que fabricantes estrangeiros plantam árvores e produzem celulose no Brasil. A sueco-finlandesa Stora Enso tem uma estratégia de utilizar o Brasil, desde o início de 2005, como pólo para produção de matéria-prima na Veracel - joint venture em conjunto com a Aracruz - com o objetivo de abastecer suas fábricas de papel no exterior, em especial uma unidade de produtora de papéis na província de Suzhou, na China. A unidade possui capacidade de produção de 240 mil toneladas por ano.
Os fabricantes brasileiros têm fechado muitos negócios por conta do fôlego dos chineses por celulose. Com dados fornecidos pelo responsável pelas operações da Aracruz Celulose na Ásia, os analistas disseram que a expectativa é que a demanda chinesa por celulose continue crescendo.
A previsão é que chegue a 8,2 milhões de toneladas neste ano, um crescimento de 7,8% sobre o ano passado. Para 2007, a previsão é atingir 8,9 milhões de toneladas, o que dá quase três vezes a capacidade de produção da Aracruz.
Os embarques de celulose da fabricante brasileira para a Ásia alcançarão, sempre segundo o relatório da Merrill Lynch, cerca de 762 mil toneladas em 2006, o equivalente a um quarto do total vendido pela empresa. Em 2007, a Aracruz deve expedir mais 800 mil toneladas ao continente asiático. Do total esperado para o ano que vem, 483 mil toneladas da Aracruz devem ser destinadas à China.
Segundo dados da consultoria Poyry, citados pela corretora, os projetos de celulose na China não são competitivos quando comparados com a América Latina, por causa dos altos custos com a madeira. "A Poyry estima [os custos] em US$ 40 a US$ 45 por metro cúbico de eucalipto na China enquanto na Indonésia é US$ 30 e no Brasil, US$ 20", disseram os analistas no relatório, lembrando que a consultoria avalia que as plantações de florestas competem com a agricultura e a população e a China não tem árvores que crescem com retornos competitivos.
Fonte: Valor Econômico
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