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Notícias
06
nov
2006
(GERAL)
Importante área amazônica só tem 23% de mata intacta
O trecho da Amazônia explorado há mais tempo, desde o século 19, perdeu suas florestas no molde da catástrofe ambiental registrada na mata atlântica. O centro de endemismo Belém - região entre Pará, Maranhão e Tocantins - tem apenas 23% de cobertura florestal intacta. E esse pouco que existe, graças especialmente a reservas indígenas, está fragmentado.
O dado foi apresentado ontem, em Belém, por pesquisadores do Museu Goeldi e da ONG Conservação Internacional. Por um ano, eles compararam imagens de satélite a dados coletados em campo, para determinar exatamente qual é o status da vegetação nessa área. O resultado é um alerta para que outras áreas, especialmente as expostas a atividades econômicas intensas, não cheguem a esse ponto de degradação.
A Amazônia é formada por um mosaico de regiões bastante distintas biologicamente, a despeito de visualmente parecer tudo a mesma coisa. O centro de endemismo Belém é uma das oito grandes peças que formam esse imenso quebra-cabeça florestal.
Com 243 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do Estado de São Paulo, ele tem 5,8 milhões de habitantes - mais do que um quinto da população amazônica. Começou a ser explorado no século 19, mas a extração de madeira e a abertura de terreno para a agropecuária cresceram a partir da década de 60, com a inauguração de estradas como a BR-010 (Belém- Brasília) e a BR-316 (São Luís-Belém).
'O principal vetor para o desmatamento foi a construção das estradas sem a presença do Estado na região. Havia problemas fundiários sérios. Uma coisa é abrir com governança, outra é ela não existir', diz a diretora do museu, Ima Vieira.
O resultado dessa explosão exploratória é que há apenas 33% de remanescentes florestais, dos quais 10% já passaram pelo corte seletivo (quando madeireiras tiram somente as árvores com valor comercial). O que ainda resta está dividido a grosso modo em dois nichos: o menor pertence a empresas, enquanto o maior fica dentro de terras indígenas e unidades de conservação.
EVASÃO DE RECURSOS
Ao contrário do que aconteceu no Sudeste, onde a mata atlântica foi destruída em quase sua totalidade em nome do desenvolvimento, o centro de endemismo Belém é hoje uma região empobrecida. O lucro gerado pela venda de produtos florestais não permaneceu ali.
'A primeira onda econômica, de exploração, produziu riqueza por causa de especulação. Depois da queda do estoque, o dinheiro saiu para alimentar outras frentes de desmatamento', explica José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência da ONG Conservação Internacional. A pobreza leva à retirada ilegal de madeira das áreas protegidas.
Trinta espécies de plantas e animais que existem só nessa região estão ameaçadas de extinção. Talvez algumas até tenham desaparecido, pois não são vistas há décadas. 'Se quisermos evitar a extinção dessas espécies, não podemos ser apenas proativos. Temos de ser ativos, atuar o mais rápido possível', diz Silva.
Os terrenos abandonados não retornam facilmente ao estado inicial. 'As árvores não conseguem se regenerar em áreas abertas. Os fragmentos não se falam, não há polinizadores', diz Ima. 'É preciso formar corredores florestais para conectar os remanescentes.'
Ima e Silva afirmam que o trabalho de conservação e recuperação dessa área deve ser feito com a ajuda das empresas que atuam na região, em busca de sustentabilidade, e do governo.
O dado foi apresentado ontem, em Belém, por pesquisadores do Museu Goeldi e da ONG Conservação Internacional. Por um ano, eles compararam imagens de satélite a dados coletados em campo, para determinar exatamente qual é o status da vegetação nessa área. O resultado é um alerta para que outras áreas, especialmente as expostas a atividades econômicas intensas, não cheguem a esse ponto de degradação.
A Amazônia é formada por um mosaico de regiões bastante distintas biologicamente, a despeito de visualmente parecer tudo a mesma coisa. O centro de endemismo Belém é uma das oito grandes peças que formam esse imenso quebra-cabeça florestal.
Com 243 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho do Estado de São Paulo, ele tem 5,8 milhões de habitantes - mais do que um quinto da população amazônica. Começou a ser explorado no século 19, mas a extração de madeira e a abertura de terreno para a agropecuária cresceram a partir da década de 60, com a inauguração de estradas como a BR-010 (Belém- Brasília) e a BR-316 (São Luís-Belém).
'O principal vetor para o desmatamento foi a construção das estradas sem a presença do Estado na região. Havia problemas fundiários sérios. Uma coisa é abrir com governança, outra é ela não existir', diz a diretora do museu, Ima Vieira.
O resultado dessa explosão exploratória é que há apenas 33% de remanescentes florestais, dos quais 10% já passaram pelo corte seletivo (quando madeireiras tiram somente as árvores com valor comercial). O que ainda resta está dividido a grosso modo em dois nichos: o menor pertence a empresas, enquanto o maior fica dentro de terras indígenas e unidades de conservação.
EVASÃO DE RECURSOS
Ao contrário do que aconteceu no Sudeste, onde a mata atlântica foi destruída em quase sua totalidade em nome do desenvolvimento, o centro de endemismo Belém é hoje uma região empobrecida. O lucro gerado pela venda de produtos florestais não permaneceu ali.
'A primeira onda econômica, de exploração, produziu riqueza por causa de especulação. Depois da queda do estoque, o dinheiro saiu para alimentar outras frentes de desmatamento', explica José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente de Ciência da ONG Conservação Internacional. A pobreza leva à retirada ilegal de madeira das áreas protegidas.
Trinta espécies de plantas e animais que existem só nessa região estão ameaçadas de extinção. Talvez algumas até tenham desaparecido, pois não são vistas há décadas. 'Se quisermos evitar a extinção dessas espécies, não podemos ser apenas proativos. Temos de ser ativos, atuar o mais rápido possível', diz Silva.
Os terrenos abandonados não retornam facilmente ao estado inicial. 'As árvores não conseguem se regenerar em áreas abertas. Os fragmentos não se falam, não há polinizadores', diz Ima. 'É preciso formar corredores florestais para conectar os remanescentes.'
Ima e Silva afirmam que o trabalho de conservação e recuperação dessa área deve ser feito com a ajuda das empresas que atuam na região, em busca de sustentabilidade, e do governo.
Fonte: Cristina Amorim - Estadão
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