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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Certificação FSC para extração em várzea.
Uma empresa que extrai madeira em área de várzea no estuário do rio Amazonas e que utiliza até búfalos no transporte das toras poderá ser referência mundial de certificação florestal. A Exportadora de Madeiras do Pará (Emapa) acaba de receber o certificado de bom manejo florestal, o chamado selo verde, fornecido pelo Forest Stewardship Council (FSC, na sigla em inglês), considerado o sistema de maior credibilidade no mercado. É a primeira empresa madeireira certificada do Brasil – e provavelmente do mundo – a atuar em área de várzea.
O caso da Emapa será um dos destaques no debate sobre certificação florestal programado para hoje e que faz parte do VI Congresso Internacional de Compensado e Madeira Tropical, que está sendo realizado nesta semana em Belém, junto com a V Feira de Máquinas e Produtos do Setor Madeireiro. O congresso debaterá ainda questões como os problemas da questão fundiária e a relação entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o setor florestal.
O FSC já certificou 25 milhões de hectares em 55 países. No Brasil, são cerca de 1,2 milhão de hectares de florestas certificadas, sendo 400 mil hectares na Amazônia. Outros 230 mil hectares estão em processo de certificação. A Emapa, cuja área certificada é de 12 mil hectares, está instalada no município de Afuá, no lado oeste da ilha de Marajó, no Pará. É uma região sujeita a inundações diárias pelo efeito das marés.
De acordo com dados do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), existem hoje 2.570 empresas ligadas ao setor florestal na região, responsáveis por uma renda bruta de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 350 mil empregos diretos e indiretos. As exportações do setor atingiram a marca de US$ 513 milhões no ano passado. O Imazon afirma que as práticas do bom manejo florestal têm crescido na região. A área manejada, no entanto, responde por apenas 2% da demanda por madeira amazônica.
Experiência ribeirinha
Ao contrário das empresas que extraem madeira na região de terra firme, que aproveitam o chamado "verão" amazônico - no segundo semestre do ano, quando há menos chuvas - a Emapa atua mais no primeiro semestre, que é o período de chuvas intensas. Com as chuvas, aumenta o volume dos rios da região, o que facilita a entrada dos empregados da empresa na floresta alagada para a retirada das toras de madeira, operação feita a cada período de 12 horas, com a subida da maré. A partir dos rios e igarapés, são abertas valas pequenas, para onde é conduzida a tora de madeira derrubada. A tora é então puxada pelo extrator, muitas vezes com a ajuda do búfalo, um animal que se adapta muito bem a áreas alagadas e que, com o pisoteio, ainda ajuda a tornar mais fundos esses pequenos cursos de água.
A Emapa utiliza poucas máquinas no processo de extração. De acordo com o diretor da empresa, José Augusto Moreira, entre 80% e 85% da operação é realizada pelo método artesanal, aprimorado a partir da experiência da população ribeirinha da região. Dentro dos padrões do bom manejo florestal, são retiradas apenas as árvores mais antigas, em ponto de abate. Os extratores só voltam a uma área trabalhada depois de um período de dez anos. Toda a madeira produzida pela Emapa segue para o mercado externo, principalmente Estados Unidos e Canadá. As exportações da empresa renderam US$ 2,6 milhões ano passado, e a perspectiva é de crescimento. Com a certificação, Moreira acredita que as suas vendas deverão aumentar entre 20% e 30%. "O fato da empresa estar em processo de certificação já proporcionou crescimento do nosso mercado. Nos EUA, por exemplo, ma grande rede de lojas que vende produtos de madeira, passou a exigir de seus fornecedores o produto oriundo de floresta manejada, o que nos beneficiou", diz Moreira.
Raimundo José Pinto
Fonte:Gazeta Mercantil
25/set/03
O caso da Emapa será um dos destaques no debate sobre certificação florestal programado para hoje e que faz parte do VI Congresso Internacional de Compensado e Madeira Tropical, que está sendo realizado nesta semana em Belém, junto com a V Feira de Máquinas e Produtos do Setor Madeireiro. O congresso debaterá ainda questões como os problemas da questão fundiária e a relação entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o setor florestal.
O FSC já certificou 25 milhões de hectares em 55 países. No Brasil, são cerca de 1,2 milhão de hectares de florestas certificadas, sendo 400 mil hectares na Amazônia. Outros 230 mil hectares estão em processo de certificação. A Emapa, cuja área certificada é de 12 mil hectares, está instalada no município de Afuá, no lado oeste da ilha de Marajó, no Pará. É uma região sujeita a inundações diárias pelo efeito das marés.
De acordo com dados do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), existem hoje 2.570 empresas ligadas ao setor florestal na região, responsáveis por uma renda bruta de US$ 2,5 bilhões, com a geração de 350 mil empregos diretos e indiretos. As exportações do setor atingiram a marca de US$ 513 milhões no ano passado. O Imazon afirma que as práticas do bom manejo florestal têm crescido na região. A área manejada, no entanto, responde por apenas 2% da demanda por madeira amazônica.
Experiência ribeirinha
Ao contrário das empresas que extraem madeira na região de terra firme, que aproveitam o chamado "verão" amazônico - no segundo semestre do ano, quando há menos chuvas - a Emapa atua mais no primeiro semestre, que é o período de chuvas intensas. Com as chuvas, aumenta o volume dos rios da região, o que facilita a entrada dos empregados da empresa na floresta alagada para a retirada das toras de madeira, operação feita a cada período de 12 horas, com a subida da maré. A partir dos rios e igarapés, são abertas valas pequenas, para onde é conduzida a tora de madeira derrubada. A tora é então puxada pelo extrator, muitas vezes com a ajuda do búfalo, um animal que se adapta muito bem a áreas alagadas e que, com o pisoteio, ainda ajuda a tornar mais fundos esses pequenos cursos de água.
A Emapa utiliza poucas máquinas no processo de extração. De acordo com o diretor da empresa, José Augusto Moreira, entre 80% e 85% da operação é realizada pelo método artesanal, aprimorado a partir da experiência da população ribeirinha da região. Dentro dos padrões do bom manejo florestal, são retiradas apenas as árvores mais antigas, em ponto de abate. Os extratores só voltam a uma área trabalhada depois de um período de dez anos. Toda a madeira produzida pela Emapa segue para o mercado externo, principalmente Estados Unidos e Canadá. As exportações da empresa renderam US$ 2,6 milhões ano passado, e a perspectiva é de crescimento. Com a certificação, Moreira acredita que as suas vendas deverão aumentar entre 20% e 30%. "O fato da empresa estar em processo de certificação já proporcionou crescimento do nosso mercado. Nos EUA, por exemplo, ma grande rede de lojas que vende produtos de madeira, passou a exigir de seus fornecedores o produto oriundo de floresta manejada, o que nos beneficiou", diz Moreira.
Raimundo José Pinto
Fonte:Gazeta Mercantil
25/set/03
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