Voltar
Notícias
13
set
2006
(GERAL)
Pesquisa diz que agricultura mecanizada contribui para desmatamento na Amazônia
Um estudo recente mostra que a agricultura mecanizada se tornou uma nova forma de desmatamento da Amazônia.
O problema surgiu, em grande parte, a partir da expansão da agricultura na região. A atividade cresceu mais de 36 mil quilômetros quadrados, uma área pouco maior que a Bélgica, em apenas três anos, de 2001 a 2004.
No Mato Grosso, a agricultura mecanizada foi responsável pela derrubada de 5,4 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
As informações são do cientista Douglas Morton, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa "A Expansão de Plantações Modifica a Dinâmica da Amazônia Brasileira". O estudo deve ser publicado nesta terça-feira (12) na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, acessível pelo site: (www.pnas.org).
De acordo com a pesquisa, o aumento e a rapidez da transformação da floresta amazônica em plantações definem um novo modelo de perda da mata local, “o que refuta o argumento de que a intensificação da agricultura não conduz a mais devastações”.
Duas questões chamam a atenção no levantamento. A primeira é o tempo de conversão de áreas desmatadas em plantações, aproximadamente um ano. “Mais de 90% das clareiras foram utilizadas para agricultura no primeiro ano”.
A segunda é o desmatamento, que ocorreu junto com o aumento do preço da soja no mercado internacional. O preço do produto atingiu pico em 2004, mesmo ano em que o desflorestamento no Amazonas chegou ao maior índice, 23%.
“Isso demonstra que há uma forte correlação entre o preço da soja e o uso da terra. E evidencia o efeito do mercado na porcentagem de áreas transformadas diretamente em agricultura mecanizada”, afirma Morton.
Segundo o pesquisador Yosio Shimabukuro, do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que também participou do estudo, o aumento do preço da soja pode não estar relacionado desmatamento. “Se fôssemos analisar a influência do preço no desmatamento, outras variáveis, como concessão de crédito e exportações, teriam que ter sido analisadas”, ponderou.
A pesquisa aponta ainda que, dentro da Amazônia Legal, o estado de Mato Grosso foi responsável por 87% de novas plantações e 40% do desmatamento total da região. A média de áreas da floresta amazônica usada para a agricultura no Mato Grosso foi maior que o dobro das desmatadas para a pecuária.
Morton explicou que o uso das áreas para agricultura mecanizada pode agravar o efeito estufa. “Pois, na perspectiva das mudanças no clima, o carbono da floresta é liberado mais rápido na preparação da terra para agricultura mecanizada do que para pasto”.
O estudo investigou áreas com mais de 25 hectares, por meio de pesquisas em campo, análises de mapas do desmatamento e dados de satélite. Participaram cientistas do Inpe, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e das universidades de Maryland e New Hampshire, nos Estados Unidos.
O problema surgiu, em grande parte, a partir da expansão da agricultura na região. A atividade cresceu mais de 36 mil quilômetros quadrados, uma área pouco maior que a Bélgica, em apenas três anos, de 2001 a 2004.
No Mato Grosso, a agricultura mecanizada foi responsável pela derrubada de 5,4 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
As informações são do cientista Douglas Morton, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa "A Expansão de Plantações Modifica a Dinâmica da Amazônia Brasileira". O estudo deve ser publicado nesta terça-feira (12) na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, acessível pelo site: (www.pnas.org).
De acordo com a pesquisa, o aumento e a rapidez da transformação da floresta amazônica em plantações definem um novo modelo de perda da mata local, “o que refuta o argumento de que a intensificação da agricultura não conduz a mais devastações”.
Duas questões chamam a atenção no levantamento. A primeira é o tempo de conversão de áreas desmatadas em plantações, aproximadamente um ano. “Mais de 90% das clareiras foram utilizadas para agricultura no primeiro ano”.
A segunda é o desmatamento, que ocorreu junto com o aumento do preço da soja no mercado internacional. O preço do produto atingiu pico em 2004, mesmo ano em que o desflorestamento no Amazonas chegou ao maior índice, 23%.
“Isso demonstra que há uma forte correlação entre o preço da soja e o uso da terra. E evidencia o efeito do mercado na porcentagem de áreas transformadas diretamente em agricultura mecanizada”, afirma Morton.
Segundo o pesquisador Yosio Shimabukuro, do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que também participou do estudo, o aumento do preço da soja pode não estar relacionado desmatamento. “Se fôssemos analisar a influência do preço no desmatamento, outras variáveis, como concessão de crédito e exportações, teriam que ter sido analisadas”, ponderou.
A pesquisa aponta ainda que, dentro da Amazônia Legal, o estado de Mato Grosso foi responsável por 87% de novas plantações e 40% do desmatamento total da região. A média de áreas da floresta amazônica usada para a agricultura no Mato Grosso foi maior que o dobro das desmatadas para a pecuária.
Morton explicou que o uso das áreas para agricultura mecanizada pode agravar o efeito estufa. “Pois, na perspectiva das mudanças no clima, o carbono da floresta é liberado mais rápido na preparação da terra para agricultura mecanizada do que para pasto”.
O estudo investigou áreas com mais de 25 hectares, por meio de pesquisas em campo, análises de mapas do desmatamento e dados de satélite. Participaram cientistas do Inpe, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e das universidades de Maryland e New Hampshire, nos Estados Unidos.
Fonte: Isabela Vieira/ Radiobrás
Notícias em destaque

Mato Grosso do Sul deve superar R$ 70 bilhões em investimentos em celulose até 2028
Estado se consolida como “Vale da Celulose”, com seis megaempreendimentos em andamento e setor já respondendo por mais de 10%...
(PAPEL E CELULOSE)

Da madeira apreendida à ressocialização, parceria em Xuri (ES) une sustentabilidade e transformação de vidas
A equipe da Espírito Madeira- Design de Origem atravessou os portões do Complexo Prisional de Xuri, em Vila Velha (ES), para...
(EVENTOS)

Incorporadora imobiliária apresenta resultados de testes de resistência ao fogo em madeira maciça
A Neutral conduziu uma série de testes de resistência ao fogo para determinar uma classificação de resistência ao...
(GERAL)

MMPA esclarece tarifas sobre importações brasileiras de molduras e marcenaria de madeira
MMPA (Molding & Millwork Producers Association) esclareceu oficialmente a tarifa de 40% agora imposta às importações...
(INTERNACIONAL)

Confiança das construtoras se estabiliza em patamar baixo, relata associação de construtoras
As altas taxas de hipoteca, o fraco fluxo de compradores e os constantes desafios do lado da oferta continuaram a prejudicar a confiança...
(INTERNACIONAL)

O que significa o gesto de bater na madeira e sua origem é curiosa
O gesto de bater na madeira é um costume popular em várias culturas ao redor do mundo, frequentemente associado à busca por...
(GERAL)