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(GERAL)
Pesquisador diz que falta conhecimento sobre potencial madeireiro da Amazônia
Se o potencial de utilização de espécies nativas da Amazônia para fins madeireiros fosse estudado há mais tempo e mais profundamente, o rol de espécies processadas pelas indústrias poderia, no mínimo, duplicar. A afirmação é do pesquisador do Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia, Paulo Amaral, que desenvolve projetos de pesquisa em manejo florestal de espécies madeireiras e não-madeireiras no estado do Pará. “Hoje exploramos uma pequena parte do que a floresta pode dar. A viabilidade do manejo tem uma relação direta com a capacidade de uso múltiplo da floresta, mas para se conseguir isso é preciso que vez mais descobrir o potencial de novas espécies”, aponta.
Questão geralmente periférica nos debates sobre a economia da madeira, as escassas pesquisas sobre manejo florestal e silvicultura constituem uma fragilidade que exige atenção urgente. Pesquisar a ecologia e o manejo de árvores exige dedicação de décadas, o que já está gerando um conflito entre o conhecimento disponível e a velocidade com que a exploração madeireira vem se expandindo na Amazônia.
Para estudar a ecologia de espécies florestais é preciso uma série de observações que demandam longo tempo, como distribuição geográfica, características de solo e clima, tempo de floração, frutificação, relação com as mudanças climáticas, dispersão de sementes, entre outros fatores. Tudo isso é necessário para que se possa indicar a época de extração, intervalo de tempo e número de indivíduos que devem ser deixados por área e as pesquisas sobre uma única podem demandar a dedicação de 10 anos de estudos.
Segundo Amaral, as universidades estão cada vez mais estão longe dessas pesquisas por não terem orçamento nem pessoal suficientes para isso, e os órgãos doadores e financiadores de pesquisa exigem resultados a curto prazo. E alerta: “se estivermos pensando no manejo mais ecologicamente correto, esses estudos são fundamentais”.
Reflorestamento também carece de pesquisa - Para o engenheiro florestal e pesquisador da Unemat - Universidade do Estado de Mato Grosso Rubens Rondon, além da ecologia das espécies florestais é necessário investir em estudos sobre sua silvicultura, ou seja, as possibilidades de plantio em escala comercial e de tratamentos para recomposição de áreas manejadas, uma saída para alimentar a demanda da indústria e evitar a sobre-exploração de espécies.
O professor da Unemat também diz que é difícil garantir financiamento para uma pesquisa que pode levar 15 anos para apresentar resultados significativos. Para ele, o investimento só será viável quando houver sinergia entre instituições de pesquisa, de fomento e setor privado. “As grandes empresas de reflorestamento do Sul e Sudeste já fazem isso, e na agropecuária o Centro-Oeste também faz isso com competência, mas em se tratando do setor madeireiro a relação é praticamente inexistente”.
Rubens Rondon acredita no reflorestamento como uma alternativa para o futuro, mas pelas características da produção de conhecimento na área florestal, os investimentos em pesquisa já deveriam ter começado. Ele afirma que a produção de madeira através de plantio comercial é superior à de origem extrativista. “Isso é muito interessante, não só do ponto de vista econômico como o ambiental, porque se diminui a pressão sobre as florestas nativas”.
É para isso que a Unemat de Alta Floresta têm trabalhado, ainda timidamente. No viveiro do curso de Engenharia Florestal há pesquisas em andamento com 20 espécies, entre nativas e exóticas, especialmente os pinus tropicais e algumas espécies de eucaliptos. O trabalho está em fase inicial, com implantação de laboratórios e pequenos plantios de campo.
“Hoje o ICMS de Alta Floresta depende cerca de 60% do setor florestal. Daqui a pouco a floresta vai acabar, e o que vai acontecer se não se encontrar uma outra atividade econômica rapidamente?”, reflete Rubens, afirmando que o objetivo das pesquisas da Unemat é selecionar espécies para programas de plantio comercial na região. “Queremos dizer ‘aposte nesta que vai dar certo’”, e completa: “Se o Mato Grosso quiser manter sua arrecadação florestal, tem que investir em pesquisa”.
(Só Notícias/MT)
Questão geralmente periférica nos debates sobre a economia da madeira, as escassas pesquisas sobre manejo florestal e silvicultura constituem uma fragilidade que exige atenção urgente. Pesquisar a ecologia e o manejo de árvores exige dedicação de décadas, o que já está gerando um conflito entre o conhecimento disponível e a velocidade com que a exploração madeireira vem se expandindo na Amazônia.
Para estudar a ecologia de espécies florestais é preciso uma série de observações que demandam longo tempo, como distribuição geográfica, características de solo e clima, tempo de floração, frutificação, relação com as mudanças climáticas, dispersão de sementes, entre outros fatores. Tudo isso é necessário para que se possa indicar a época de extração, intervalo de tempo e número de indivíduos que devem ser deixados por área e as pesquisas sobre uma única podem demandar a dedicação de 10 anos de estudos.
Segundo Amaral, as universidades estão cada vez mais estão longe dessas pesquisas por não terem orçamento nem pessoal suficientes para isso, e os órgãos doadores e financiadores de pesquisa exigem resultados a curto prazo. E alerta: “se estivermos pensando no manejo mais ecologicamente correto, esses estudos são fundamentais”.
Reflorestamento também carece de pesquisa - Para o engenheiro florestal e pesquisador da Unemat - Universidade do Estado de Mato Grosso Rubens Rondon, além da ecologia das espécies florestais é necessário investir em estudos sobre sua silvicultura, ou seja, as possibilidades de plantio em escala comercial e de tratamentos para recomposição de áreas manejadas, uma saída para alimentar a demanda da indústria e evitar a sobre-exploração de espécies.
O professor da Unemat também diz que é difícil garantir financiamento para uma pesquisa que pode levar 15 anos para apresentar resultados significativos. Para ele, o investimento só será viável quando houver sinergia entre instituições de pesquisa, de fomento e setor privado. “As grandes empresas de reflorestamento do Sul e Sudeste já fazem isso, e na agropecuária o Centro-Oeste também faz isso com competência, mas em se tratando do setor madeireiro a relação é praticamente inexistente”.
Rubens Rondon acredita no reflorestamento como uma alternativa para o futuro, mas pelas características da produção de conhecimento na área florestal, os investimentos em pesquisa já deveriam ter começado. Ele afirma que a produção de madeira através de plantio comercial é superior à de origem extrativista. “Isso é muito interessante, não só do ponto de vista econômico como o ambiental, porque se diminui a pressão sobre as florestas nativas”.
É para isso que a Unemat de Alta Floresta têm trabalhado, ainda timidamente. No viveiro do curso de Engenharia Florestal há pesquisas em andamento com 20 espécies, entre nativas e exóticas, especialmente os pinus tropicais e algumas espécies de eucaliptos. O trabalho está em fase inicial, com implantação de laboratórios e pequenos plantios de campo.
“Hoje o ICMS de Alta Floresta depende cerca de 60% do setor florestal. Daqui a pouco a floresta vai acabar, e o que vai acontecer se não se encontrar uma outra atividade econômica rapidamente?”, reflete Rubens, afirmando que o objetivo das pesquisas da Unemat é selecionar espécies para programas de plantio comercial na região. “Queremos dizer ‘aposte nesta que vai dar certo’”, e completa: “Se o Mato Grosso quiser manter sua arrecadação florestal, tem que investir em pesquisa”.
(Só Notícias/MT)
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