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(GERAL)
Fibra da bananeira sai do campo para revestir móveis de luxo
A empresa gaúcha está exportando seus móveis com fibra da bananeira para os Estados Unidos, México, Chile Venezuela e Angola.
Em um mercado onde design e conforto não andam necessariamente juntos, ousar na matéria-prima é praticamente uma obrigação. É com este espírito "desbravador" que o empresário João Saccaro, diretor-comercial da Saccaro, fabricante de móveis e estofados de luxo, do Rio Grande do Sul, buscou na banana, ou melhor no tronco da bananeira, sua inspiração.
Mas para brilhar no mundinho fashion da decoração não é qualquer tronco de banana que reveste as criações da Saccaro. O empresário busca a matéria-prima no Norte do país, mais especificamente em Macapá (AM) e Pará, para a composição de seus móveis. "São espécies mais adequadas para a fabricação de móveis", diz.
Guardada a sete chaves, Saccaro não divulga a variedade da fibra da banana utilizada para as suas criações. O Valor apurou, contudo, que no Norte do país, e mais especificamente nas regiões citadas por Saccaro, as variedades cultivadas são a banana prata e as resistentes à Sigatoka Negra, doença que ataca a fruta.
As fibras são cuidadosamente transportadas por caminhões até Ana Rech, distrito de Caxias do Sul, a 130 quilômetros de Porto Alegre. Antes de sair do Norte do país, o produto é beneficiado. Neste processo, o tronco é triturado para a retirada da resina do vegetal por meio de um processo de lavagem. Depois passa por um sistema de branqueamento.
Saccaro teve a idéia de fabricar móveis revestidos com fibras naturais em viagens que fez aos países do Extremo Oriente. De volta ao Brasil, foi atrás de matérias-primas à base de fibras naturais, o que se tornou um diferencial em seus negócios.
"A fibra da banana tem uma coloração diferenciada. Um degradê natural, que vai do bege ao marrom", afirma Saccaro. O empresário explica que a resistência do material é igual a de tecidos e couro, mas com uma vantagem em relação a móveis revestidos com a fibra: não mancham. A fibra de bananeira reveste cadeiras, poltronas e estofados criados pela Saccaro. Uma cadeira revestida com fibra sai a R$ 1 mil. Uma poltrona, por exemplo, a R$ 5,9 mil.
A empresa compra as fibras de banana de produtores do Norte do país. Esse nicho de mercado deu uma boa aquecida na economia local, uma vez que o tronco da banana tem remunerado melhor que a própria fruta. Uma caixa de banana nanica, por exemplo, custa R$ 8. O quilo da fibra beneficiada sai pelos mesmos R$ 8. "O tronco da bananeira (o nome científico é pseudo-caule) não tem valor comercial para os produtores", diz Dirceu Colares, diretor da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) e produtor de banana.
A empresa gaúcha está exportando seus móveis com fibra da bananeira para os Estados Unidos, México, Chile Venezuela e Angola. Com faturamento em torno de R$ 65 milhões, o grupo também entrou no mercado chinês para a venda de móveis para jardins. As exportações representam 15% da receita da Saccaro, que não é a única a aproveitar a fibra da banana.
A utilização desse material como alternativa econômica começou a ser pesquisada há 12 anos pelo artesão Miguel Gomes de Oliveira, em São Bento de Sapucaí (SP). "Antes eu fazia artesanato com papel reciclado, mas a fibra da bananeira tem um resultado mais eficiente", disse.
Em sua pequena empresa, a AgriArt, Oliveira transforma as fibras de bananeira em cúpulas de abajur, revestimentos de parede, flores e caixas decorativas. O artesão agora pesquisa o processamento da fibra com polietileno para a industrialização de forros para automóveis. "Não quero ser produtor de banana nunca mais."
Com os baixos preços da fruta no mercado interno, o governo do Estado de Santa Catarina também tem incentivado os produtores locais de banana a utilizar a fibra da bananeira para fazer artesanato. A utilização da fibra como alternativa de renda tem sido discutida em cursos em cerca de 15 municípios do Estado.
Fonte: Valor Econômico
Em um mercado onde design e conforto não andam necessariamente juntos, ousar na matéria-prima é praticamente uma obrigação. É com este espírito "desbravador" que o empresário João Saccaro, diretor-comercial da Saccaro, fabricante de móveis e estofados de luxo, do Rio Grande do Sul, buscou na banana, ou melhor no tronco da bananeira, sua inspiração.
Mas para brilhar no mundinho fashion da decoração não é qualquer tronco de banana que reveste as criações da Saccaro. O empresário busca a matéria-prima no Norte do país, mais especificamente em Macapá (AM) e Pará, para a composição de seus móveis. "São espécies mais adequadas para a fabricação de móveis", diz.
Guardada a sete chaves, Saccaro não divulga a variedade da fibra da banana utilizada para as suas criações. O Valor apurou, contudo, que no Norte do país, e mais especificamente nas regiões citadas por Saccaro, as variedades cultivadas são a banana prata e as resistentes à Sigatoka Negra, doença que ataca a fruta.
As fibras são cuidadosamente transportadas por caminhões até Ana Rech, distrito de Caxias do Sul, a 130 quilômetros de Porto Alegre. Antes de sair do Norte do país, o produto é beneficiado. Neste processo, o tronco é triturado para a retirada da resina do vegetal por meio de um processo de lavagem. Depois passa por um sistema de branqueamento.
Saccaro teve a idéia de fabricar móveis revestidos com fibras naturais em viagens que fez aos países do Extremo Oriente. De volta ao Brasil, foi atrás de matérias-primas à base de fibras naturais, o que se tornou um diferencial em seus negócios.
"A fibra da banana tem uma coloração diferenciada. Um degradê natural, que vai do bege ao marrom", afirma Saccaro. O empresário explica que a resistência do material é igual a de tecidos e couro, mas com uma vantagem em relação a móveis revestidos com a fibra: não mancham. A fibra de bananeira reveste cadeiras, poltronas e estofados criados pela Saccaro. Uma cadeira revestida com fibra sai a R$ 1 mil. Uma poltrona, por exemplo, a R$ 5,9 mil.
A empresa compra as fibras de banana de produtores do Norte do país. Esse nicho de mercado deu uma boa aquecida na economia local, uma vez que o tronco da banana tem remunerado melhor que a própria fruta. Uma caixa de banana nanica, por exemplo, custa R$ 8. O quilo da fibra beneficiada sai pelos mesmos R$ 8. "O tronco da bananeira (o nome científico é pseudo-caule) não tem valor comercial para os produtores", diz Dirceu Colares, diretor da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte) e produtor de banana.
A empresa gaúcha está exportando seus móveis com fibra da bananeira para os Estados Unidos, México, Chile Venezuela e Angola. Com faturamento em torno de R$ 65 milhões, o grupo também entrou no mercado chinês para a venda de móveis para jardins. As exportações representam 15% da receita da Saccaro, que não é a única a aproveitar a fibra da banana.
A utilização desse material como alternativa econômica começou a ser pesquisada há 12 anos pelo artesão Miguel Gomes de Oliveira, em São Bento de Sapucaí (SP). "Antes eu fazia artesanato com papel reciclado, mas a fibra da bananeira tem um resultado mais eficiente", disse.
Em sua pequena empresa, a AgriArt, Oliveira transforma as fibras de bananeira em cúpulas de abajur, revestimentos de parede, flores e caixas decorativas. O artesão agora pesquisa o processamento da fibra com polietileno para a industrialização de forros para automóveis. "Não quero ser produtor de banana nunca mais."
Com os baixos preços da fruta no mercado interno, o governo do Estado de Santa Catarina também tem incentivado os produtores locais de banana a utilizar a fibra da bananeira para fazer artesanato. A utilização da fibra como alternativa de renda tem sido discutida em cursos em cerca de 15 municípios do Estado.
Fonte: Valor Econômico
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