O crescimento na produção de celulose em Jacareí nos últimos 50 anos é algo que chama a atenção. Com todo o avanço tecnológico, o salto no volume de produção foi natural. Para se ter uma idéia, em 1958, quando tudo começou, a produção era de 2.200 toneladas ao ano. Já em 1965, houve uma ampliação para 25 mil toneladas.

Passados seis anos, em 1971, a produção de celulose deu um bom salto para o número de 120 mil toneladas anuais. O ano de 1975 foi marcante, pois foi quando se iniciou o consumo de madeira própria na fabricação do material. Na década de 80, o que teve destaque foram as melhorias e ampliações dos equipamentos necessários para uma boa produção de celulose. Mas foi no início dos anos 90, mais precisamente em 1992, que a unidade passou a fazer parte do grupo Votorantim, fato que alavancou de vez a produção.

A partir daí, a capacidade instalada foi aumentada continuamente. Em 1994, o número de produção chegou a 225 mil toneladas ao ano. Já em 1997, saltou para 425 mil toneladas. Três anos depois, em 2000, chegou-se a 450 mil toneladas ao ano.

Em 2002, um grande salto foi dado na unidade da VCP em Jacareí. Com um investimento total de U$ 498 milhões, sendo U$ 483 milhões em instalações e US$ 15 milhões na floresta de eucalipto, a produção alcançou, em 2005, o supreendente número de 1 milhão de toneladas de celulose ao ano.

UNIDADE

Em Jacareí, a unidade da VCP se destaca por sua grandeza. Está instalada em uma área total de 672,5 mil metros quadrados, com uma área construída de 154 mil metros quadrados. A planta industrial é movida por cerca de 800 funcionários diretos, além de 500 provedores.

O passo-a-passo para produção da celulose

1- Preparo: as toras de eucalipt são transformadas em pequenos pedaços de madeira, chamados cavacos, com dimensões regulares. A uniformidade faz com que a madeira seja cozida com mais eficiência. A casca das árvores, que não pode ser utilizada como fonte de celulose, é removida antes de a tora ser picada. Os resíduos de madeira permanecem na floresta e são usados como adubo para o solo.

2- Polpação: é o processo de modificação da estrutura da madeira para a obtenção da polpa de celulose -- a polpa marrom. Pode ser feita por meios químicos ou físicos. O processo utilizado pela VCP é o químico e ocorre em reatores chamados de digestores.

3- Branqueamento: a polpa marrom pode ser utilizada para a produção de papéis ou ser branqueada. O processo de branqueamento ocorre em diversos estágios para que sejam preservadas ao máximo as características de resistência da celulose para a produção de papel. Entre cada um dos estágios de branqueamento, há uma "lavagem" utilizada para a remoção de impurezas que foram dissolvidas na etapa anterior.

4- Formação da Folha: é feita para garantir maior homogeneidade e evitar quebras na máquina ou irregularidades no produto. Esta etapa inclui a Prensagem, que serve para remover água por ação mecânica, consolidar posição das fibras e dar maior resistência para a folha úmida passar pela secagem e também inclui a Secagem, quando acontece a remoção de água por evaporação, por meio da aplicação controlada de calor na folha de celulose ou papel.

5- Enfardamento: na saída da secadora, as folhas são cortadas, pesadas e embaladas em fardos de 250 quilo. Os fardos são empilhados em dois grupos de quatro, formando uma carga de 2 toneladas.

Matéria-prima para papel e fralda A VCP garante a celulose tão comum no nosso cotidiano; material também está em caixas d'águas e no revestimento de salsicha. Diferente do que a maioria das pessoas pensa, a celulose não é matéria-prima só de papéis. Chega a ser curiosa a utilidade do produto. Você sabia, por exemplo, que a celulose está presente nas fraldas descartáveis, no papel fotográfico, nas caixas d'água e, o mais curioso, naquela capinha que reveste a salsicha? Pois é, ela está em todos estes produtos finais, tão comuns no nosso dia-a-dia.

Em Jacareí, a VCP (Votorantim Celulose e Papel) fechou o ano de 2005 com um número significativo em sua produção deste material: nada mais, nada menos que um milhão de toneladas no correr do ano, tornando-se a primeira fábrica no mundo a atingir esta marca com um único digestor (equipamento que transforma a madeira em celulose).

E o crescimento não é algo distante na empresa. "Para 2007, buscamos aumentar a produção para 1,1 milhão de toneladas ao ano", diz Paulo Sérgio Gaia Maciel, gerente de produção de celulose.

DESTINO

Após a produção, o produto é quase todo destinado ao mercado externo. Do total produzido, a maioria da celulose é vendida para Europa, Estados Unidos e Ásia. Apenas 10% da produção é direcionada ao mercado interno.

"Hoje, contamos com quatro unidades da VCP no Brasil, todas no Estado de São Paulo. E, atualmente, a indústria de papel dentro do parque industrial brasileiro é destacada por sua alta tecnologia", ressalta o gerente geral da VCP de Jacareí, João Florencio da Costa.

PRODUÇÃO

A celulose é feita a partir do eucalipto e toda madeira utilizada na produção é proveniente das florestas de eucaliptos da própria VCP, com árvores 100% plantadas e renováveis.

"O tempo de produção do material, desde o digestor, que é a máquina na qual começa todo o processo, até a máquina de extração é de cerca de 20 horas. Ao todo, são 100 funcionários envolvidos na produção de celulose", conta Paulo Gaia.

A celulose

- 7 anos é a idade do eucalipto que está apto para ser aproveitado para a produção de celulose

- 90 % do eucalipto viram celulose

- 10 % da árvore representam a casca, que vira adubo nas próprias florestas de eucalipto da VCP

- 20 horas é o tempo de produção da celulose

- 100 funcionários são envolvidos no processo de produção do material

- 90 % da produção total é exportada para Europa, Estados Unidos e Ásia

- 1.000.000 de toneladas de celulose foram produzidas na unidade da VCP em Jacareí no ano passado

Fonte: VCP e Vale Paraibano (São José dos Campos/SP)

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