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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
FSC inicia certificação de produtos da Mata Atlântica
A primeira certificação ambiental para um produto da Mata Atlântica, segundo os padrões do Conselho para o Manejo Florestal - conhecido pela sigla internacional FSC -, foi entregue hoje, pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), ao produtor de erva-mate Eduardo Guadagnin, do município de Putinga, no Rio Grande do Sul. O diploma foi recebido durante o evento Águas e Florestas da Mata Atlântica, realizado na sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, quando foi lançada a publicação dos Padrões de Certificação de Recursos Florestais Não-Madeireiros da Mata Atlântica.
A certificação FSC, a mais aceita para produtos florestais em todo o mundo, garante que o processo de produção está de acordo com a legislação e as melhores práticas do ponto de vista ambiental, social e econômico. Sua concessão à um produto da Mata Atlântica foi possível a partir de uma parceria entre o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CN-RBMA), SOS Mata Atlântica, Imaflora, Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB) e FUNBIO, que durante dois anos trabalharam no estabelecimento de padrões para certificação florestal no bioma, um dos mais ameaçados do mundo, com pouco mais de 7% de sua área original.
Resultado de dois anos de trabalho e consulta às comunidades, os Padrões de Certificação de Recursos Florestais Não-Madeireiros da Mata Atlântica são um resultado prático de um projeto de mapear as possibilidades econômicas da Mata Atlântica, quando foram identificadas 12 espécies com potencial. Destas, foram escolhidas três para se estudar inicialmente a certificação: a erva-mate, no Rio Grande do Sul, a piaçava, na Bahia, e o palmito juçara, no Vale do Ribeira (São Paulo e Paraná).
Segundo Clayton Ferreira Lino, presidente da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, os dois primeiros produtos apresentaram um grande potencial, enquanto a certificação do palmito mostrou-se imprudente. "É importante lembrar que na Mata Atlântica só podem ser certificados produtos não-madeireiros, ou seja, que não impliquem na retirada da árvore", explica Walter Suiter, secretário-executivo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal.
Domingos Bernardi Neto, coordenador de certificação do CN-RBMA, explica que a grande produção ilegal e o roubo de palmito na mata também são complicadores para a certificação, pois é difícil garantir sua procedência. "Estamos tentando com comunidades quilombolas, que têm o domínio da terra e o conhecimento tradicional do manejo", diz.
Importância econômica
Um dos principais focos da certificação, a erva mate tem 95% de sua produção concentrada no Rio Grande do Sul e envolve 166 mil propriedades rurais. Emprega, direta e indiretamente, 700 mil pessoas, o equivalente à indústria automobilística no Brasil. "Essa produção vem tanto da agricultura quanto do manejo. A diferença é que a erva nativa é muito menos amarga do que a plantada, sua árvore tem um porte muito maior e não precisa de agrotóxico. Além disso, mantêm a mata preservada e é produzida em consórcio com a araucária, da qual se pode comercializar o pinhão", conta Bernardi.
Produtor e beneficiador da erva-mate, Guadagnin acredita que a certificação vai valorizar o seu produto, além de garantir a produção para as futuras gerações. "Há 20 anos venho adquirindo terras e percebendo as vantagens de se cultivar na floresta, o que tenho passado também para os meus fornecedores. Dos mais de 40 com que trabalho, 15 já estão a caminho da certificação".
No caso da piaçava, uma espécie exclusivamente baiana, o produto manejado tem a vantagem de produzir fibras - utilizadas na fabricação de vassouras, bolsas e cestos - mais lisas, resistentes e em maior quantidade e menos borra - destinada a produção de coberturas e telhados. "Por ser um espécie colonizadora, é ótima para recuperar áreas degradadas e também emprega um grande número de pessoas. Como normalmente não é o principal produto explorado pelos proprietários, estamos estudando a criação de cooperativas, para tornar mais viável a certificação", diz o coordenador do projeto. "Nosso maior objetivo é conseguir legalizar de forma correta e com bom manejo atividades econômicas que já existem e têm potencial para crescer. Atualmente, os produtos artesanais da Mata Atlântica têm uma participação no Produto Interno Bruto do País (PIB) equivalente ao da indústria automobilística.
Fonte: Estadão
A certificação FSC, a mais aceita para produtos florestais em todo o mundo, garante que o processo de produção está de acordo com a legislação e as melhores práticas do ponto de vista ambiental, social e econômico. Sua concessão à um produto da Mata Atlântica foi possível a partir de uma parceria entre o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CN-RBMA), SOS Mata Atlântica, Imaflora, Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB) e FUNBIO, que durante dois anos trabalharam no estabelecimento de padrões para certificação florestal no bioma, um dos mais ameaçados do mundo, com pouco mais de 7% de sua área original.
Resultado de dois anos de trabalho e consulta às comunidades, os Padrões de Certificação de Recursos Florestais Não-Madeireiros da Mata Atlântica são um resultado prático de um projeto de mapear as possibilidades econômicas da Mata Atlântica, quando foram identificadas 12 espécies com potencial. Destas, foram escolhidas três para se estudar inicialmente a certificação: a erva-mate, no Rio Grande do Sul, a piaçava, na Bahia, e o palmito juçara, no Vale do Ribeira (São Paulo e Paraná).
Segundo Clayton Ferreira Lino, presidente da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, os dois primeiros produtos apresentaram um grande potencial, enquanto a certificação do palmito mostrou-se imprudente. "É importante lembrar que na Mata Atlântica só podem ser certificados produtos não-madeireiros, ou seja, que não impliquem na retirada da árvore", explica Walter Suiter, secretário-executivo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal.
Domingos Bernardi Neto, coordenador de certificação do CN-RBMA, explica que a grande produção ilegal e o roubo de palmito na mata também são complicadores para a certificação, pois é difícil garantir sua procedência. "Estamos tentando com comunidades quilombolas, que têm o domínio da terra e o conhecimento tradicional do manejo", diz.
Importância econômica
Um dos principais focos da certificação, a erva mate tem 95% de sua produção concentrada no Rio Grande do Sul e envolve 166 mil propriedades rurais. Emprega, direta e indiretamente, 700 mil pessoas, o equivalente à indústria automobilística no Brasil. "Essa produção vem tanto da agricultura quanto do manejo. A diferença é que a erva nativa é muito menos amarga do que a plantada, sua árvore tem um porte muito maior e não precisa de agrotóxico. Além disso, mantêm a mata preservada e é produzida em consórcio com a araucária, da qual se pode comercializar o pinhão", conta Bernardi.
Produtor e beneficiador da erva-mate, Guadagnin acredita que a certificação vai valorizar o seu produto, além de garantir a produção para as futuras gerações. "Há 20 anos venho adquirindo terras e percebendo as vantagens de se cultivar na floresta, o que tenho passado também para os meus fornecedores. Dos mais de 40 com que trabalho, 15 já estão a caminho da certificação".
No caso da piaçava, uma espécie exclusivamente baiana, o produto manejado tem a vantagem de produzir fibras - utilizadas na fabricação de vassouras, bolsas e cestos - mais lisas, resistentes e em maior quantidade e menos borra - destinada a produção de coberturas e telhados. "Por ser um espécie colonizadora, é ótima para recuperar áreas degradadas e também emprega um grande número de pessoas. Como normalmente não é o principal produto explorado pelos proprietários, estamos estudando a criação de cooperativas, para tornar mais viável a certificação", diz o coordenador do projeto. "Nosso maior objetivo é conseguir legalizar de forma correta e com bom manejo atividades econômicas que já existem e têm potencial para crescer. Atualmente, os produtos artesanais da Mata Atlântica têm uma participação no Produto Interno Bruto do País (PIB) equivalente ao da indústria automobilística.
Fonte: Estadão
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