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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Pecuária lidera desmatamento, diz Bird
Estudo do Banco Mundial indica que gado e não madeira impulsionou devastação nos anos 90 por ser rentável.
Estudo do Banco Mundial (Bird) aponta que o desmatamento registrado nos anos 90 na Amazônia Legal foi impulsionado pela pecuária de corte de média e grande escalas, praticada principalmente na chamada fronteira consolidada ou região oriental.
É o que defende o relatório "Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira", do economista do Bird Sérgio Margulis, especialista em ambiente.
Apontada como "altamente rentável" para os produtores se comparada a outras regiões, devido à disponibilidade de terra barata e a condições geoecológicas favoráveis, a pecuária leva, além do desflorestamento, à abertura de estradas. A construção dessas rodovias também aumenta a devastação, mostrando que o processo de ocupação da Amazônia se tornou autônomo, apesar da redução de incentivos públicos. Nas décadas de 70 e 80, a expansão econômica havia sido induzida por políticas governamentais.
Somente no biênio 2001-2002, a área devastada na Amazônia foi a segunda maior em 15 anos. No último período (2001-2002) foram 25.476 km2 desmatados, representando um aumento de 40% em relação ao período anterior.
A expansão do desmatamento levou o governo federal a criar uma comissão interministerial para discutir medidas de contenção do problema. Técnicos que assessoram o grupo também devem apresentar um trabalho oficial que aponte os motivos desse crescimento. O governo vai investir R$ 20 milhões em operações de fiscalização.
O trabalho divulgado na sexta-feira passada e encaminhado ao governo federal sugere que o foco das políticas públicas na Amazônia seja deslocado de madeireiros para pecuaristas, que teriam peso maior no desmatamento.
Para Margulis, "a viabilidade financeira da pecuária implica que o processo dos desmatamentos não gera apenas perdas. [...] Ainda que os ganhos privados sejam menores que os custos sociais e ambientais, a renda gerada é significativa e financeiramente sustentável".
Porém, segundo ele, isso não significa que as políticas públicas devam apoiar a lucratividade e a viabilidade privada da pecuária. Para isso, seria necessária uma análise de custos e benefícios sociais e ambientais da pecuária e dos desmatamentos.
MMA elogia estudo
A secretária de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Mary Allegretti, disse que estudos como o do Bird ajudam o governo a entender as causas e quem ganha com o desmatamento.
"A lucratividade da pecuária na região aparece no final do processo. Após um acúmulo de serviços prestados por pequenos produtores, que, progressivamente, abrem caminho para a pecuária."
Para Adalberto Veríssimo, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), o trabalho é importante porque chama a atenção para as regiões em que a pecuária gera riqueza na Amazônia. "Mas é preciso lembrar que o resultado se refere a área restrita e de produtores específicos, com acesso à tecnologia."
Segundo Veríssimo, a especulação de terras e a falta de ordenamento do governo na região também devem ser apontados como causas do desmatamento.
Fonte: Folha SP
20/ago/03
Estudo do Banco Mundial (Bird) aponta que o desmatamento registrado nos anos 90 na Amazônia Legal foi impulsionado pela pecuária de corte de média e grande escalas, praticada principalmente na chamada fronteira consolidada ou região oriental.
É o que defende o relatório "Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira", do economista do Bird Sérgio Margulis, especialista em ambiente.
Apontada como "altamente rentável" para os produtores se comparada a outras regiões, devido à disponibilidade de terra barata e a condições geoecológicas favoráveis, a pecuária leva, além do desflorestamento, à abertura de estradas. A construção dessas rodovias também aumenta a devastação, mostrando que o processo de ocupação da Amazônia se tornou autônomo, apesar da redução de incentivos públicos. Nas décadas de 70 e 80, a expansão econômica havia sido induzida por políticas governamentais.
Somente no biênio 2001-2002, a área devastada na Amazônia foi a segunda maior em 15 anos. No último período (2001-2002) foram 25.476 km2 desmatados, representando um aumento de 40% em relação ao período anterior.
A expansão do desmatamento levou o governo federal a criar uma comissão interministerial para discutir medidas de contenção do problema. Técnicos que assessoram o grupo também devem apresentar um trabalho oficial que aponte os motivos desse crescimento. O governo vai investir R$ 20 milhões em operações de fiscalização.
O trabalho divulgado na sexta-feira passada e encaminhado ao governo federal sugere que o foco das políticas públicas na Amazônia seja deslocado de madeireiros para pecuaristas, que teriam peso maior no desmatamento.
Para Margulis, "a viabilidade financeira da pecuária implica que o processo dos desmatamentos não gera apenas perdas. [...] Ainda que os ganhos privados sejam menores que os custos sociais e ambientais, a renda gerada é significativa e financeiramente sustentável".
Porém, segundo ele, isso não significa que as políticas públicas devam apoiar a lucratividade e a viabilidade privada da pecuária. Para isso, seria necessária uma análise de custos e benefícios sociais e ambientais da pecuária e dos desmatamentos.
MMA elogia estudo
A secretária de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Mary Allegretti, disse que estudos como o do Bird ajudam o governo a entender as causas e quem ganha com o desmatamento.
"A lucratividade da pecuária na região aparece no final do processo. Após um acúmulo de serviços prestados por pequenos produtores, que, progressivamente, abrem caminho para a pecuária."
Para Adalberto Veríssimo, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), o trabalho é importante porque chama a atenção para as regiões em que a pecuária gera riqueza na Amazônia. "Mas é preciso lembrar que o resultado se refere a área restrita e de produtores específicos, com acesso à tecnologia."
Segundo Veríssimo, a especulação de terras e a falta de ordenamento do governo na região também devem ser apontados como causas do desmatamento.
Fonte: Folha SP
20/ago/03
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