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Após enfrentarem tempestades de incerteza em 2025, alguns vislumbram mais desafios pela frente, enquanto outros se mostram otimistas.
Especialistas do setor geralmente se mostram cautelosamente otimistas em relação às perspectivas para o próximo ano, mas apontam a contínua incerteza sobre as principais influências e tendências econômicas como o principal fator imprevisível para 2026.
Para este relatório, consultamos uma ampla gama de profissionais do setor de fabricação de produtos de madeira, baseando-nos principalmente em especialistas da indústria que conhecemos há anos e que possuem um histórico comprovado de previsão de tendências. É claro que ninguém tem uma bola de cristal infalível para prever o futuro, mas as principais tendências e fatores de influência foram citados repetidamente por especialistas do setor.
Perguntamos sobre previsões gerais para os negócios em 2026, previsões específicas para cada setor e sugestões sobre as principais tendências a serem observadas no próximo ano. Aqui estão algumas das respostas.
Tarifas em destaque
Repetidamente, as pessoas com quem conversamos mencionaram as incertezas causadas pelas tarifas e pelas discussões sobre guerras comerciais. "A incerteza em torno da política comercial e tarifária dos EUA já está fazendo com que muitos fabricantes adiem investimentos de capital", disse Andy Turner, presidente e CEO da Burkle North America e também presidente do Comitê de Assuntos Nacionais da Associação da Indústria da Madeira.
Suas observações foram corroboradas por Peter Tuenker, diretor administrativo da IMA Schelling USA, mas Tuenker também observou que, apesar da incerteza, muitos projetos e empresas não podem esperar.
“Muitos dos nossos clientes suspenderam temporariamente projetos em andamento devido à incerteza em relação à economia, tarifas, etc., mas não podem esperar muito mais”, disse Tuenker. “Esses projetos têm a ver com a substituição de equipamentos antigos, mas também estamos vendo um interesse maior em nossas soluções automatizadas por parte de uma gama mais ampla de clientes.”
Andy O'Hare, presidente da Composite Panel Association, também destacou o impacto das tarifas. "A perspectiva para a construção civil permanece fraca no curto prazo, já que a incerteza econômica e as tarifas elevam os custos dos materiais", afirmou. "Com as maiores taxas de tarifas dos EUA em décadas, as pequenas construtoras enfrentam uma pressão crescente, o que leva a custos de moradia mais altos e a um desenvolvimento mais lento."
Um relatório de Bill Darcy, presidente global e CEO da National Kitchen & Bath Association e da Kitchen and Bath Industry Show, afirmou: “Mais da metade (55%) das empresas de cozinhas e banheiros pesquisadas citaram tarifas/políticas comerciais como a principal restrição ao crescimento nos próximos seis meses. Os efeitos estão sendo sentidos em todos os setores, com aumentos nos custos de materiais e outros custos, preços mais altos e diminuição das margens e da confiança do consumidor. O aumento dos custos de materiais de construção (44%), um subproduto do aumento das tarifas, foi citado como a terceira restrição de maior impacto ao crescimento.”
Uma perspectiva interessante vem de Tim Coleman, consultor de negócios com longa experiência no setor de closets e organização de espaços. Ele prevê um impacto positivo para 2026 devido ao foco nas eleições de meio de mandato.
“Geralmente, em ano eleitoral, a economia se mantém estável porque o governo no poder deseja essa estabilidade”, disse Coleman. “Este ano, com base nas recentes eleições em Nova York, Nova Jersey e Califórnia, a economia será o foco de todas as campanhas e será tema de discussão em todos os tipos de mídia, da tradicional à internet!”
2026: Alta ou baixa?
Todos que responderam às nossas perguntas se mostraram cautelosamente otimistas em relação às perspectivas para 2026.
“De modo geral, eu descreveria a perspectiva para 2026 como estável e cautelosamente otimista”, disse Amanda Conger, diretora executiva de três organizações: a Cabinet Makers Association, a Association of Closet and Storage Professionals e o National Woods Board. “Não esperamos um crescimento explosivo, mas o pior da desaceleração parece ter ficado para trás. Espera-se que as taxas de juros diminuam um pouco, o que deve ajudar a desafogar projetos residenciais e comerciais que estavam paralisados.”
“Devido à ampla gama de setores com os quais trabalhamos, podemos prever que 2026 será um ano sólido para a maioria dessas empresas”, disse Tuenker, da IMA Schelling. “Acreditamos que 2026 representará uma melhora em relação a 2025, que foi um ano razoável para nós aqui nos EUA.”
“No segmento de bens de capital — especialmente em sistemas de acabamento, prensagem e automação — a perspectiva para 2026 é mista”, disse Turner, da Burkle. “Acredito que muitas empresas poderão continuar focadas na contenção de custos e em projetos de retorno de investimento a curto prazo, em vez de modernizações em larga escala.”
O'Hare vislumbra um potencial de crescimento no horizonte. "O mercado de remodelações e renovações está apresentando um crescimento moderado após um longo período de estagnação, impulsionado pela demanda reprimida que vinha sendo limitada pelas altas taxas de juros. Espera-se que a atividade aumente gradualmente ao longo de 2026 e 2027, à medida que os custos de financiamento melhorem, embora o crescimento provavelmente permaneça abaixo das tendências pré-pandemia."
Tendências a observar:
Todos estão acompanhando de perto as tarifas e as discussões sobre guerra comercial. O consenso é que o setor anseia por estabilidade e segurança econômica para impulsionar o crescimento futuro.
“As tarifas estabelecidas para a importação de armários de cozinha/gabinetes e móveis estofados para os EUA afetarão todos os membros da CPA, mas principalmente aqueles que fornecem painéis para armários e móveis que são posteriormente fabricados no Canadá e no México”, disse O'Hare.
É claro que mesmo alguma estabilização nas tarifas não eliminará todo o impacto. "Mesmo que tenhamos clareza/certeza em relação à política comercial, as tarifas sobre máquinas importadas e as tarifas recíprocas aplicadas por outros países às exportações americanas tornarão a indústria manufatureira dos EUA menos competitiva globalmente", disse Turner.
Conger tem previsões e focos diferentes com base nas três associações que representa. Para a CMA (Associação de Fabricantes de Commodities), ela prevê uma "recuperação modesta" à medida que o mercado imobiliário se estabiliza. Para o setor de closets e organização de espaços, ela afirma: "A perspectiva é muito positiva", já que os consumidores estão dando mais prioridade a projetos de closets e armazenamento. Ela também observa um crescimento constante nos esforços de educação e treinamento do setor.
Tuenker resume bem o sentimento geral. "Ainda não é fácil para nossos clientes e parceiros olhar para a bola de cristal e prever o futuro imediato ou mesmo a longo prazo", disse ele. "Parece, no entanto, que cada vez mais pessoas estão conectando os pontos e percebendo que tempos melhores estão por vir e que precisam estar preparadas para eles."
Sobre o autor
William Sampson
William Sampson é marceneiro há muitos anos e defensor de pequenos empreendedores e da produção enxuta desde a década de 1980. Foi editor da revista Fine Woodworking no início da década de 1990 e fundou a revista WoodshopBusiness, que posteriormente vendeu e fundiu com a revista CabinetMaker. Ajudou a fundar a Cabinet Makers Association em 1998 e foi seu primeiro diretor executivo. Hoje, como diretor editorial da Woodworking Network e da revista FDMC, possui mais de 20 anos de experiência cobrindo o setor profissional de marcenaria. Suas populares análises de ferramentas e vídeos "Na Oficina" são publicadas mensalmente na FDMC.
Fonte: Woodworkingnetwork
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