Voltar

Notícias

25
dez
2025
(MADEIRA E PRODUTOS)
Da floresta à cidade: como a madeira engenheirada impulsiona a transição ecológica urbana

Nos últimos anos, cresce a expectativa de que as cidades assumam um papel mais ativo na transição ecológica. Não basta elaborar compromissos: é preciso transformar a forma de projetar, construir e ocupar o espaço urbano. A adoção de materiais de baixo impacto, como a madeira engenheirada, tem se consolidado como um caminho estratégico dentro dessa mudança.

Estudos recentes da Yale School of the Environment mostram que a utilização de produtos em madeira engenheirada, como painéis de madeira laminada cruzada (CLT) ou madeira colada lamelada (MLC), pode reduzir de 25,6 a 39 gigatoneladas de CO₂ equivalentes no ciclo de vida de edifícios urbanos, caso sejam adotados entre 30% e 60% dos novos edifícios até o ano de 2100. Outro dado, da Mann Publications, aponta que o uso da madeira permite reduzir as emissões incorporadas em estruturas civis em cerca de 30% a 50% em comparação com concreto ou aço.

Nesse contexto, quando falamos de espaços públicos urbanos, praças, parques, passarelas e áreas de convivência, a escolha pela madeira engenheirada vai além da estética ou da simbologia. Ela representa uma decisão estratégica para acelerar a agenda climática das cidades e fortalecer o compromisso com construções mais sustentáveis.

As cidades enfrentam o desafio de se tornarem mais humanas. Precisamos de espaços que acolham, aproximem e favoreçam o convívio, especialmente onde a vida urbana pulsa com mais intensidade. É justamente nesse cenário que a madeira engenheirada se destaca como um material transformador, devolvendo à paisagem construída a leveza e o calor da natureza.

Em praças, parques e ambientes comuns, a madeira tem se mostrado uma aliada poderosa na criação de espaços de encontro. Sua presença suaviza o concreto, convida à permanência e resgata a sensação de pertencimento. Textura, aroma e conforto visual criam uma atmosfera que contribui para o bem-estar coletivo e aproxima arquitetura e natureza.

A experiência recente de requalificação de espaços públicos em São Paulo evidencia essa força. No Parque do Carmo, na zona leste, a nova estrutura recreativa de 1.445 m² em madeira engenheirada demonstra que é possível unir sustentabilidade, desempenho técnico e impacto positivo direto na comunidade. Quiosques, vestiários e arquibancadas foram integrados à vegetação local, resultando em um ambiente acolhedor e funcional.

O mesmo se observa no Parque Morumbi Sul, na zona sul da capital, onde pavilhões multiuso, passarelas e equipamentos acessíveis foram erguidos com madeira engenheirada de alta performance. O espaço, primeiro equipamento público da cidade com esse tipo de estrutura, ganhou leveza e eficiência. A agilidade da montagem, a limpeza da obra e o acabamento de excelência apontam para uma nova lógica de construção urbana: menos ruído, menos resíduos e mais qualidade de vida para quem vive ao redor.

Essas transformações ultrapassam a técnica. Revelam um novo olhar sobre o papel social da arquitetura. Quando um parque é revitalizado em madeira, ele deixa de ser apenas uma área de lazer e passa a ser um ponto de encontro, troca e pertença. A arquitetura torna-se ferramenta de transformação social, aproximando pessoas, reduzindo impactos ambientais e contribuindo para uma cidade mais equilibrada.

A madeira engenheirada também tem ganhado espaço em empreendimentos privados de convivência, como o Open Mall Praça Pitiguari, em Atibaia. Com mais de 1.300 m³ de estrutura em madeira, o maior volume já utilizado em um único projeto na América Latina, o espaço foi concebido para integrar tecnologia, sustentabilidade e bem-estar, criando um ambiente aberto e permeado pela natureza.

Esses exemplos demonstram que a madeira vai além de um material construtivo: ela representa um vetor de mudança na forma como projetamos e vivemos as cidades. Em um momento em que o mundo busca soluções mais sustentáveis, inclusivas e regenerativas, apostar em estruturas de madeira é investir em uma cidade mais viva, onde o encontro, o descanso e o pertencimento fazem parte da paisagem.

A madeira engenheirada nos convida a repensar o urbano com a certeza de que o futuro das cidades será mais leve, mais natural e mais humano.

* Ana Belizário é diretora da Urbem, indústria brasileira de madeira engenheirada de larga escala, que atua no setor da construção civil, focada em oferecer produtos e serviços inovadores e sustentáveis.

*Por Ana Belizário

Tatiane Almeida
tatiane@temp7.com.br
(11) 98913-4752

Fonte: emp7.com.br

Sindimadeira_rs ITTO