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A trajetória da silvicultura brasileira é uma das mais bem-sucedidas experiências de política pública no país, e talvez a mais estruturante para o desenvolvimento rural moderno. O ciclo dos incentivos fiscais ao reflorestamento não só transformou paisagens e regiões produtivas, como colocou o Brasil no seleto grupo dos grandes protagonistas mundiais do setor florestal.
Esse resultado não surgiu por acaso. Ele foi construído com base em um tripé sólido que poucos países conseguiram organizar de forma tão consistente, política pública clara, instituição forte, no caso o IBDF, para coordenar e governança eficiente, eliminando do sistema as empresas mal administradas. Foi essa combinação que permitiu transformar incentivos em florestas, planejamento em produtividade e visão de Estado em resultados permanentes.
O apoio institucional gerou as condições necessárias para que a pesquisa avançasse. Com o PRODEPEF e seus centros regionais, as universidades, as instituições de pesquisas e experimentações como IPEF, SIF, FUPEF, EMBRAPA FLORESTAS dentre outras, o país passou a conhecer melhor suas espécies, solos, tratos culturais, climas e limitações. Esse conhecimento técnico deu sustentação às decisões que, ao longo dos anos, moldaram o modelo florestal mais produtivo do mundo.
As entidades representativas, ARBRA, BRACELPA, ABRACAVE, SBS, associações regionais e tantas outras, tiveram papel decisivo na articulação do setor, na defesa de pautas estratégicas e na criação de uma cultura profissional sólida. Ao lado delas, empresas pioneiras implementaram operações exemplares, demonstrando que reflorestar com qualidade, responsabilidade e eficiência é possível, e rentável.
O impacto desse conjunto de fatores é conhecido e amplamente reconhecido:
• mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos,
• maior produtor mundial de celulose de eucalipto,
• bilhões de dólares em exportações,
• participação relevante no PIB do agronegócio,
• e uma das atividades mais eficazes no sequestro de CO₂.
Mas nenhum número explica, sozinho, a grandeza dessa história. Ela só existe porque pessoas brilhantes trabalharam incansavelmente para construí-la. Foram técnicos, engenheiros, pesquisadores, gestores públicos, líderes institucionais, trabalhadores do campo, professores, empresários e profissionais de todas as áreas que, com competência e dedicação, transformaram uma política pública em um legado nacional.
E é justamente por causa desse legado que o Brasil chega fortalecido ao novo ciclo da silvicultura. Hoje, ganham protagonismo agendas como a recuperação de áreas degradadas, os plantios com espécies nativas, os projetos de restauração, os mercados de carbono e as novas fronteiras da bioeconomia. São oportunidades extraordinárias que podem gerar desenvolvimento, renda e impacto ambiental positivo em grande escala.
Mas essas novas alternativas só terão futuro consistente se aprenderem com o exemplo do passado. Não há caminho sólido sem política pública bem estruturada, sem governança forte, sem pesquisa aplicada, sem entidades articuladas, sem empresas responsáveis e, acima de tudo, sem o compromisso das pessoas.
A silvicultura brasileira deu certo porque combinou visão, ciência, instituições e gente disposta a fazer acontecer. As novas florestas que o Brasil precisa construir agora devem copiar essa fórmula. É assim que honraremos a trajetória daqueles que dedicaram suas vidas ao setor e deixaram um patrimônio de aprendizado, ética, profissionalismo e resultados.
Que o futuro da silvicultura, seja com exóticas ou nativas, continue guiado pelos exemplos que fizeram do passado um capítulo de sucesso incontestável.
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🌳Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
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Fonte: Comunidade de Silvicultura
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