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O setor florestal brasileiro chega a um novo momento de inflexão.
Depois de décadas de aprendizado, que começaram com os incentivos fiscais e se consolidaram com a pesquisa aplicada, o aperfeiçoamento tecnológico e a profissionalização das empresas, o país volta a viver uma fase de grandes expectativas em torno das florestas.
No passado, os incentivos fiscais foram decisivos para dar vida à moderna silvicultura brasileira.
Mas só se tornaram bem-sucedidos quando o Governo e as empresas comprometidas com o futuro da atividade aceitaram submeter-se a uma rigorosa seleção técnica.
Foi essa postura responsável que distinguiu os bons projetos e evitou que o setor fosse sufocado pelos abusos e pela falta de qualidade que ameaçavam sua credibilidade.
A competência técnica, a seriedade empresarial e o cumprimento dos compromissos assumidos foram, então, os pilares que sustentaram a consolidação da silvicultura nacional.
Sem esse filtro, a floresta plantada poderia ter sido apenas uma promessa passageira.
Hoje, novas oportunidades de expansão e reconhecimento público voltam a se abrir.
A recuperação de áreas degradadas, os mercados de carbono e os pagamentos por serviços ambientais (PSA) despertam enorme interesse e mobilizam recursos expressivos.
São iniciativas que, se bem conduzidas, podem unir economia, ciência e conservação, transformando o Brasil em referência mundial em restauração e uso sustentável do território.
Mas toda oportunidade exige cuidados.
Assim como ocorreu no passado, é fundamental que essa nova etapa seja guiada por planejamento, base científica e visão de longo prazo.
O setor florestal deve manter-se atento e colaborativo, contribuindo com as pesquisas necessárias, indicando possíveis dificuldades operacionais e compartilhando experiências acumuladas nas diferentes regiões do país.
As entidades setoriais, com sua representatividade e capilaridade, têm papel essencial nesse diálogo, ajudando a alinhar o entusiasmo com a prudência e a ambição com a viabilidade técnica.
Ao mesmo tempo, é indispensável fortalecer o papel do Serviço Florestal Brasileiro, que já existe e precisa ser estruturado de forma forte, independente e tecnicamente respeitada.
Uma instituição sólida e valorizada poderá coordenar e legitimar as ações de restauração, integrar as políticas de fomento e pesquisa, e garantir que o Brasil avance de maneira organizada, transparente e duradoura.
Temos, portanto, uma nova janela histórica diante de nós.
Que saibamos aproveitá-la com a mesma seriedade e discernimento que marcaram os períodos mais virtuosos da nossa silvicultura — para que o futuro das florestas brasileiras seja, mais uma vez, uma história de sucesso, e não de improviso.
Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
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Fonte: Comunidade de Silvicultura
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