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16
out
2025
(MERCADO)
‘Estudo de Oportunidades Estados Unidos’: Brazilian Furniture lança edição atualizada em 2025

Mercado de US$ 42,3 bi em importações, boom de moradias compactas e novas tarifas globais: estudo traça riscos e oportunidades para a indústria brasileira de móveis nos EUA

Complementando o relatório “Do Brasil para o Mundo”, a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), lança o “Estudo de Oportunidade para o Exportador Brasileiro de Móveis e Colchões – País-Alvo: Estados Unidos | Edição 2025”, primeiro de uma série de análises aprofundadas sobre os principais mercados-alvo para a indústria moveleira nacional.

O material, elaborado pelo IEMI – Inteligência de Mercado, apresenta dados atualizados, projeções e análises sobre o desempenho do Brasil como parceiro comercial dos Estados Unidos, maior importador mundial de móveis e colchões, e também principal destino das exportações brasileiras do setor.

Panorama econômico e potencial de mercado nos EUA

Com um PIB de US$ 29,2 trilhões e uma população de 340 milhões de habitantes em 2024, sendo 83,5% urbana, os Estados Unidos mantêm-se como a maior economia do mundo e a 15ª mais complexa, segundo o Índice de Complexidade Econômica (ICE). No ano passado, o país cresceu +5,3% em termos nominais, consolidando um ambiente de negócios robusto, de alta sofisticação tecnológica e forte capacidade de consumo — fatores que o posicionam no topo do ranking de atratividade entre os países analisados pelo Projeto Brazilian Furniture.

Apesar da desaceleração da produção local de móveis (queda de –9,2% entre 2020 e 2024), o consumo interno manteve-se elevado, atingindo US$ 93,2 bilhões em 2024. Desse total, 45,4% foi suprido por importações — a maior participação em mais de cinco anos.

Outro indicador relevante é o boom imobiliário de pequenas residências, com aumento de +3% nas vendas de casas novas em 2024, impulsionando a demanda por móveis compactos, multifuncionais e sustentáveis.

Importações norte-americanas e o reposicionamento de fornecedores

Em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 42,3 bilhões em móveis e colchões, alta de +10,4% frente a 2020 (ano-base de comparação do estudo). O Vietnã e a China lideraram o fornecimento, com 29,9% e 29,2% de participação em valores, respectivamente, seguidos pelo México (7,7%) e Canadá (7,6%).

O Brasil ocupou a 16ª posição, com 0,5% de participação em valores e 0,7% em volumes, perdendo ligeiramente espaço em relação a 2020. Indicador, aliás, que confirma um dos principais pontos da defesa brasileira contra o tarifaço imposto pelo governo americano, demonstrando que as importações de móveis brasileiros não representam risco à segurança nacional dos EUA.

A China, contudo, foi o país que mais perdeu participação (-8,9 p.p.), enquanto o México ampliou significativamente sua presença (+67,3%), beneficiado por sua proximidade logística e acordos comerciais preferenciais. O Vietnã, por sua vez, consolidou-se como o maior exportador de móveis aos EUA em 2024, combinando custo competitivo e eficiência industrial.

Entre os fornecedores, a Malásia praticou o menor preço médio (US$ 3,95/kg), enquanto o Brasil apresentou US$ 4,03/kg, valor 20,4% abaixo da média geral das importações norte-americanas, o que indica posicionamento em produtos de menor valor agregado e, ao mesmo tempo, potencial de ascensão em segmentos de design e alto luxo.

Desempenho e potencial do Brasil no mercado norte-americano

Entre 2020 e 2024, o Brasil exportou US$ 1,4 bilhão em móveis e colchões para o mercado americano, registrando queda de –9,9% no período. Em 2024, o valor exportado foi de US$ 225,9 milhões, retração de –3,6% frente a 2023. O volume exportado também diminuiu: 56 mil toneladas, queda de 40,4% em relação a 2020.

A pauta exportadora manteve-se concentrada em móveis de madeira (90,4%), seguida por assentos (9,6%) e colchões (0,04%).

Apesar da retração, o preço médio das exportações brasileiras aumentou +51,3% desde 2020, refletindo melhorias em valor agregado e posicionamento de mercado, especialmente nas linhas de assentos e móveis de madeira para dormitório, que já alcançam valores superiores à média das importações norte-americanas.

Com base em análises do IEMI, o potencial adicional de crescimento do Brasil a curto e médio prazos (3 a 5 anos) é de US$ 45,6 milhões, o que elevaria as exportações anuais a US$ 271,3 milhões, um incremento de +20,2%.

As oportunidades concentram-se especialmente em:

• Móveis de madeira para dormitório, principal produto exportado;
• Móveis de plástico, com preço médio acima da concorrência;
• Outros móveis de madeira, com potencial de diversificação e design autoral.

Tarifas, barreiras e o novo cenário comercial

O relatório destaca que a legislação de importação norte-americana é complexa e fragmentada, exigindo do exportador brasileiro atenção a múltiplas normas federais e estaduais.

Essa complexidade aumentou em 2025 com a adoção do chamado “tarifaço” dos EUA, que elevou as taxas de importação americana sobre móveis e madeira para até 50%, afetando diretamente os produtos brasileiros.

Segundo levantamento do IEMI, as exportações brasileiras de móveis e colchões caíram -14,5% em agosto de 2025, primeiro mês de vigência das novas tarifas. Especificamente no caso dos móveis prontos exportados aos EUA, a queda foi de -22% em relação a julho e -26% frente ao mesmo mês de 2024.

O impacto foi sentido principalmente em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, que viram redução nas vendas ao mercado norte-americano e redirecionamento para destinos alternativos na América Latina, Europa e Oriente Médio — com destaque para Uruguai, Argentina, França e Emirados Árabes Unidos.

Agora, com uma nova rodada de tarifas em nível global tendo entrado em vigor nesta terça-feira, 14 de outubro de 2025, espera-se que a dinâmica de competição mundial do setor no mercado americano mude mais uma vez.

A medida afeta em especial aos principais fornecedores, estabelecendo taxas de 10% para madeira de construção e 25% para móveis e utensílios de cozinha. Os percentuais serão elevados a partir de 1º de janeiro de 2026, quando móveis passarão a ter imposto de 30% e armários de cozinha de 50%.

As novas taxas aplicam-se a todos os produtos dessas categorias que entram no território norte-americano, independentemente da origem. Estas tarifas não se somam às já existentes para produtos importados, que variam entre 10% e 50%, dependendo do país de origem.

Apenas países com acordos comerciais específicos terão tratamento diferenciado, como Reino Unido (máximo de 10%), União Europeia e Japão (máximo de 15%). Dessa forma, reforçando a importância e a urgência da agenda bilateral entre Brasil e Estados Unidos.

A Casa Branca justifica a implementação dessas novas tarifas como necessária para proteger a segurança nacional, seguindo argumento similar ao utilizado em impostos setoriais anteriores sobre aço, alumínio, automóveis e cobre.

Análise e perspectivas

Diante de tudo isso, apesar do cenário desafiador, o estudo reforça que o mercado norte-americano continua sendo estratégico para a indústria de móveis brasileira, tanto pela sua dimensão e poder de consumo quanto pela demanda crescente por produtos sustentáveis e de design original.

A ABIMÓVEL, em parceria com a BMJ Consultores Associados, segue atuando para monitorar, esclarecer e mitigar os impactos tarifários, buscando condições mais favoráveis por meio do diálogo diplomático e comercial.

A recente aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (EUA) também é vista com bons olhos, podendo abrir espaço para novas negociações e ajustes tarifários, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio competitivo do setor.

“Nosso foco é garantir que o Brasil não apenas mantenha sua presença no mercado norte-americano, mas avance em competitividade, valor agregado, sustentabilidade  e identidade de design”, ressalta Irineu Munhoz, presidente da ABIMÓVEL.

Exclusividade Brazilian Furniture

Associado ao Projeto Setorial Brazilian Furniture, acesse o “Estudo de Oportunidade para o Exportador Brasileiro de Móveis e Colchões – País-Alvo: Estados Unidos | Edição 2025”: brazilianfurniture.org.br/intranet.

Projeto Brazilian Furniture

O Projeto Setorial Brazilian Furniture é uma iniciativa da ABIMÓVEL em parceria com a ApexBrasil, que tem por objetivo incrementar a participação da indústria e da cadeia de móveis brasileira no mercado internacional por meio de um conjunto de ações estratégicas, tendo como base os pilares da sustentabilidade, da competitividade e do design integrado à indústria. Atualmente, cerca de 175 empresas participam do projeto.

Em 2024, a indústria brasileira de móveis e colchões foi a sexta maior produtora e a 26ª maior exportadora do mundo, alcançando receita de mais de US$ 763,02 milhões em exportações de produtos prontos (excluindo-se partes e componentes), o que representou um crescimento de 3,8% na atividade frente a 2023. Quando se incluem partes para fabricação de móveis, o montante atingiu US$ 870,20 milhões.

Em um novo ciclo (2025-2026), as entidades realizadoras convidam além de fabricantes e designers de móveis, demais empresas do ramo de componentes e fornecedores da indústria a se unirem ao projeto, ampliando ainda mais o alcance do mobiliário brasileiro e reforçando a competitividade da marca “Brasil” no mundo.

Para fazer parte do projeto e colocar sua marca nos maiores eventos do setor moveleiro ao redor do mundo, acesse: brazilianfurniture.org.br.

Sobre a ABIMÓVEL

A Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL), atua há quase cinco décadas na defesa, desenvolvimento e fortalecimento da cadeia moveleira nacional. A instituição promove e conduz uma agenda positiva para o setor, beneficiando mais de 22,3 mil empresas, que em 2024 geraram 282,7 mil empregos diretos, numa cadeia produtiva que emprega cerca de 1,1 milhão de trabalhadores indiretamente. No período, foram produzidas 439,9 milhões de peças de móveis e colchões acabados (+8,6% sobre o ano anterior), com faturamento de R$ 91,6 bilhões (+12,1%) e investimentos de R$ 1,37 bilhão (+14,5%).

Esses números refletem a força da indústria moveleira no Brasil – uma das maiores produtoras do setor no mundo –, resultando de uma atuação conjunta entre empresas e a entidade. Um trabalho integrado e estruturado que se traduz em programas voltados à sustentabilidade, ao design, normalização, internacionalização, inovação e posicionamento do setor no mercado, reforçando a competitividade do mobiliário brasileiro e ampliando sua presença tanto no mercado interno quanto no global.

Sobre a ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.

A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.

MÓVEIS: O NOSSO NEGÓCIO!

ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
Assessoria de Imprensa: press@abimovel.com | (14) 99156-0238

Fonte: Abimóvel

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