O governo Trump estabeleceu tarifas sobre madeira importada, móveis e armários de cozinha, anunciadas pelo presidente Trump na semana passada, mas adiou sua implementação em duas semanas, para 14 de outubro. As tarifas podem aumentar em 1º de janeiro de 2026, a menos que países individuais cheguem a um acordo com Trump. As tarifas sobre armários, vaidades e móveis estofados aumentariam substancialmente em 1º de janeiro de 2026.

Trump assinou uma proclamação presidencial expondo seu argumento de que as importações de madeira serrada e móveis estão corroendo a segurança nacional dos EUA para justificar as novas tarifas sob a Seção 232 da Lei de Comércio de 1974.

De acordo com a proclamação de 29 de setembro, Trump imporá uma tarifa global de 25% sobre armários de cozinha, que aumentará para 50% em 1º de janeiro. Essa tarifa se aplicará a armários de cozinha concluídos, bem como peças importadas para uso em armários de cozinha.

Móveis estofados enfrentarão tarifas de 25% até janeiro, quando aumentarão para 30%. As importações de madeira enfrentarão uma tarifa de 10% em 14 de outubro. As madeireiras que pagam essa tarifa de 10% não estão sujeitas às tarifas "recíprocas" que o presidente impôs aos produtos de outros países, que em alguns casos são muito mais altas.

"Produtos de madeira estão sendo importados para os Estados Unidos em quantidades e circunstâncias que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos", disse Trump no documento. A proclamação de Trump afirmou que as importações de produtos de madeira estavam enfraquecendo a economia americana, resultando na ameaça persistente de fechamento de fábricas de madeira e interrupções nas cadeias de suprimentos de produtos de madeira, além da diminuição da utilização da indústria madeireira doméstica americana.

"Devido ao estado da indústria madeireira dos Estados Unidos, os Estados Unidos podem não conseguir atender à demanda por produtos de madeira que são cruciais para a defesa nacional e a infraestrutura crítica", afirmou o comunicado.

A indústria canadense de produtos de madeira deverá ser duramente atingida pela ordem. Luke Elias, vice-presidente da Associação Canadense de Armários de Cozinha, disse à CTV News que as tarifas teriam um "impacto significativo, na verdade devastador" para a indústria canadense de armários. Elias, presidente da Muskoka Cabinet Company em Alfred, Ontário, disse que a indústria canadense de armários de cozinha movimenta US$ 4,7 bilhões no Canadá, empregando 25.000 pessoas em 3.700 empresas, muitas delas familiares, com gerações diferentes.

"Exportamos cerca de CAD$ 600 milhões para os EUA, e isso terá um impacto significativo em nossa indústria", disse ele. "Como vocês sabem, já enfrentamos um mercado imobiliário fraco e estamos sendo significativamente impactados por importações baratas de outros países com os quais temos que competir."

Os principais exportadores de armários de cozinha para os EUA são Vietnã, China, México e Canadá, sendo o Vietnã o principal exportador global e uma fonte significativa de armários para o mercado americano. Outros países asiáticos, como Malásia e Indonésia, também exportam para os EUA, especialmente com a saída de importadores da China devido às tarifas.

De acordo com os dados de importação dos Estados Unidos da Volza, os Estados Unidos importaram 1.048.897 remessas de armários de cozinha entre junho de 2024 e maio de 2025. Essas importações foram fornecidas por 3.014 exportadores estrangeiros a 3.375 compradores americanos, representando uma taxa de crescimento de 41% em comparação com os doze meses anteriores. Os Estados Unidos importam a maior parte de seus armários de cozinha do Vietnã, China e Malásia.

Parceiros comerciais que negociarem com os Estados Unidos para "enfrentar a ameaça das importações de madeira à segurança nacional dos Estados Unidos" podem conseguir uma alternativa aos aumentos tarifários pendentes.

A proclamação concedeu tarifas especiais para vários países. O Reino Unido, a União Europeia e o Japão desfrutarão de um tratamento mais favorável, que reflete os termos de seus acordos comerciais com os Estados Unidos. A tarifa da Seção 232 sobre as importações de madeira do Reino Unido não excederá 10%. A tarifa combinada da Seção 232 e da tarifa de nação mais favorecida sobre importações de madeira sujeitas à Seção 232 da União Europeia e do Japão não excederá 15%. Produtos que não estão sujeitos a essas tarifas da Seção 232 geralmente estarão sujeitos a tarifas recíprocas.

"Na minha opinião, as ações desta proclamação irão, entre outras coisas, fortalecer as cadeias de suprimentos, reforçar a resiliência industrial, criar empregos de alta qualidade e aumentar a utilização da capacidade doméstica de produtos de madeira, de modo que os Estados Unidos possam satisfazer plenamente o consumo interno, ao mesmo tempo em que criam benefícios econômicos por meio do aumento das exportações", escreveu Trump.

Por Larry Adams

Fonte: Woodworking.net