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‘Conjuntura de Móveis’ passa a incluir dados de comércio exterior de 25 segmentos da indústria de componentes, máquinas e demais fornecedores do setor
A indústria brasileira de móveis e colchões segue em curva levemente ascendente em 2025. Apesar de avanços ainda tímidos, os principais indicadores industriais do setor apresentaram desempenho positivo entre janeiro e abril, com aumentos na produção, no consumo interno aparente, nas exportações e nos investimentos em modernização fabril. A força de trabalho empregada também cresceu, acompanhada por melhora nos salários médios e na produtividade. Tal desempenho, contudo, não foi refletido no varejo.
Esse cenário é retratado na mais recente edição da Conjuntura de Móveis, relatório mensal publicado pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), por meio de levantamento realizado pelo IEMI, com base em fontes oficiais como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Secex (Secretaria de Comércio Exterior), entre outros órgãos. A publicação tem como objetivo subsidiar o setor com dados atualizados e análises estratégicas sobre produção, emprego, consumo, comércio exterior, investimentos e varejo.
Além de monitorar a indústria de móveis e colchões prontos, a Conjuntura de Móveis passa agora a abranger também o desempenho do comércio exterior na indústria de base da cadeia moveleira — incluindo os segmentos de componentes, insumos, máquinas e fornecedores. A ampliação está alinhada à nova vertical do Projeto Setorial Brazilian Furniture, iniciativa da ABIMÓVEL em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), voltada à internacionalização e ao fortalecimento integrado da cadeia produtiva nacional.
“Ao ampliarmos o escopo de inteligência de mercado e promoção comercial, reconhecemos o potencial de todos os elos da cadeia moveleira nacional — dos fornecedores de matéria-prima e tecnologia até as empresas e profissionais que produzem e assinam o produto final. Seguimos, assim, avançando com consistência, cientes dos desafios, mas confiantes na força do setor e na capacidade da indústria brasileira de continuar gerando valor, emprego e inovação, posicionando-se assim como um fornecedor forte e confiável no mercado global”, avalia Irineu Munhoz, presidente da ABIMÓVEL.
Produção cresce 4,9% no 1º quadrimestre
A produção de móveis e colchões prontos atingiu 34,6 milhões de peças em abril, registrando aumento de 1,7% sobre o mês anterior. No acumulado do primeiro quadrimestre, o setor produziu cerca de 137 milhões de peças — alta de 4,9% frente ao mesmo período de 2024. No comparativo de 12 meses, a evolução é ainda mais expressiva: +10,0%.
Em termos de receita, a indústria somou R$ 7,4 bilhões em abril, com crescimento de 1,6% no mês, 10,5% no acumulado do ano e 14,6% em 12 meses.
Emprego, renda e produtividade também crescem
O emprego no setor moveleiro avançou 0,2% em abril. No acumulado de 2025, o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 5,7%, acompanhando o ritmo de expansão da atividade. A massa salarial atingiu R$ 328,9 bilhões no mês, com alta de 10,8% no ano. O salário médio também evoluiu, refletindo aumento de 4,4% sobre o mesmo período de 2024. A produtividade do trabalho, medida em peças produzidas por hora trabalhada, subiu 4,4% em abril, mas ainda acumula queda de 3,2% no ano.
Consumo interno avança e importações recuam
Todo esse contexto foi puxado especialmente pelo consumo aparente de móveis e colchões no Brasil, que chegou a 34,3 milhões de peças em abril, com crescimento de 2,6% no mês. No quadrimestre, o consumo interno avançou 4,7%, enquanto a alta em 12 meses é de 9,5%. A participação de produtos importados ficou em 4,3%, confirmando a predominância da produção nacional no abastecimento do mercado interno, mas ainda superior à média de outros anos.
Exportações e investimentos reforçam competitividade
O comércio exterior também avançou. As exportações brasileiras de móveis e colchões registraram US$ 70,3 milhões em maio, alta de 12,3% sobre abril, recuperando o montante “perdido” no mês anterior, quando caiu 8,8%, e acumulando +4,7% de janeiro a maio.
As importações, por sua vez, recuaram 6,5% em maio, totalizando US$ 18,7 milhões, após crescimento de 4,9% em abril. No ano, a atividade acumula -3,9%.
Quando se fala, contudo, das importações de máquinas e equipamentos para a fabricação de móveis, estas cresceram 33,9% de janeiro a maio, com destaque para equipamentos de usinagem (+65,8%) e acabamento (+56,2%).
Cadeia produtiva ganha espaço na pauta internacional
Se a indústria de móveis brasileira importa insumos e tecnologia, é importante ressaltar que ela também exporta. A novidade desta edição da Conjuntura de Móveis é a inclusão do panorama das exportações de componentes, máquinas e fornecedores do setor, incluindo 25 segmentos produtivos. O movimento reforça o compromisso da ABIMÓVEL em integrar e dar visibilidade a toda a cadeia moveleira nacional — da matéria-prima ao produto final.
Entre janeiro e maio de 2025, as exportações desses itens somaram mais US$ 1,42 bilhão, número ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período de 2024 (US$ 1,48 bilhão), o que representa uma variação de –4%. Ainda assim, o resultado se mantém em patamar elevado, demonstrando a relevância da cadeia de suprimentos brasileira no fornecimento global de soluções e insumos para o setor moveleiro.
As oscilações refletem ajustes na demanda internacional, variações de preços das commodities e dinâmicas logísticas, sobretudo em mercados estratégicos como Estados Unidos, Argentina e Chile — que juntos concentraram a maior parte dos embarques no período.
Um conteúdo especial sobre as exportações brasileiras no setor de móveis será divulgado nos próximos dias pela ABIMÓVEL, detalhando os destinos, produtos e variações.
Instabilidade no varejo
Já o varejo de móveis de móveis e colchões prontos apresentou desempenho misto em abril. Em volume, houve leve recuo de 0,1% em relação a março (marcado pelo Dia das Mães) e queda de 2,4% no acumulado de janeiro a abril.
Em valores, porém, as vendas ficaram estáveis em +0,5% no mês e +0,2% no quadrimestre, com alta de 6,1% em 12 meses. O comportamento reflete o impacto de fatores como crédito restrito, inflação e mudança nos hábitos de consumo.
Por falar nisso, em maio, os preços de móveis medidos pelo IPCA subiram 0,38%. No ano, a inflação acumulada no setor é de +1,55%, abaixo da inflação geral, que está em 2,75%. Em 12 meses, o índice de preços dos móveis atinge, contudo, +5,35%.
Acesse a nova edição da “Conjuntura de Móveis”, com indicadores atualizados, em: abimovel.com/capa/acervo-digital/
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Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL
Assessoria de Imprensa: press@abimovel.com
Fonte: Abimóvel
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