Árvores de crescimento rápido

A Comissão Internacional sobre Choupos e Outras Árvores de Crescimento Rápido para a Sustentabilidade das Pessoas e do Meio Ambiente (IPC), organizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), publicou hoje um guia abrangente sobre o uso inovador de árvores de crescimento rápido para ajudar a sustentar as pessoas e o meio ambiente em meio à crise climática.

Práticas inovadoras no manejo sustentável de árvores de crescimento rápido: lições aprendidas com choupos, salgueiros e experiências com outras árvores de crescimento rápido ao redor do mundo explicam as qualidades de diferentes espécies de árvores de crescimento rápido e os benefícios econômicos e ambientais que elas trazem em uma ampla gama de cenários quando manejadas de forma sustentável. Também descreve o potencial para maximizar esses benefícios globalmente, utilizando a ciência mais recente e práticas inovadoras.

“As árvores de crescimento rápido têm um papel estratégico para o desenvolvimento de uma bioeconomia global próspera”, disse Zhimin Wu, Diretor da Divisão Florestal da FAO. “Elas também fornecem meios de subsistência para comunidades locais e têm um potencial significativo para combater as mudanças climáticas.”

O valor das árvores de crescimento rápido

Árvores de crescimento rápido, como choupo, eucalipto, pinheiro e abeto, crescem rapidamente em condições adequadas, e essas e outras espécies de crescimento rápido têm sido desenvolvidas e utilizadas há milênios em todo o mundo para fornecer madeira, fibra, energia e produtos não madeireiros.

Muitas dessas espécies de árvores não apenas crescem rapidamente, como também podem colonizar terras nuas ou degradadas e se adaptar a condições precárias, tornando áreas secas rapidamente verdes e produtivas, ao fornecer "serviços ecossistêmicos", como proteção de bacias hidrográficas, regulação climática e solo de melhor qualidade.

Com as mudanças climáticas representando ameaças a todas as florestas, o plantio de árvores de crescimento rápido tem se tornado cada vez mais uma parte vital da estratégia no esforço global para reverter o desmatamento e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

A publicação da FAO-IPC enfatiza a necessidade de investimento no planejamento e cultivo de árvores de rápido crescimento da forma mais eficaz e ampla possível para apoiar a transição para sistemas agroalimentares sustentáveis e produtivos e como parte das ações de restauração de terras degradadas, impulsionadas pela Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas (2020-2030), para ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.

Atualmente, 93% da área florestal mundial é composta por florestas em regeneração natural e 7% são plantadas, de acordo com a Avaliação Global dos Recursos Florestais de 2020 da FAO.

Ciência e melhores práticas explicadas

Com a expectativa de que a demanda global por produtos madeireiros aumente em um terço até 2050 e as temperaturas globais e os eventos climáticos extremos exigindo rápida adaptação e fortalecimento da resiliência, a nova publicação do IPC visa fornecer informações vitais a uma ampla gama de partes interessadas, incluindo pesquisadores, proprietários de terras, gestores de terras, planejadores e formuladores de políticas.

Dividido em oito seções, o livro explica o potencial das árvores de rápido crescimento e suas vulnerabilidades, os serviços ecossistêmicos que elas fornecem, seus benefícios socioeconômicos e as melhores práticas para o manejo sustentável de árvores de rápido crescimento em diferentes ambientes e para diferentes usos. Essas práticas incluem restauração de paisagens, produção de madeira, sistemas agroflorestais e florestas urbanas e periurbanas.

Apresentando fatos e números claros, além de exemplos de melhores práticas e inovações, com referências científicas e gráficos que ilustram tendências, o livro visa permitir a ampliação do plantio bem-sucedido de árvores de rápido crescimento em todo o mundo.

O IPC

O IPC é um órgão estatutário baseado em tratados que trabalha no âmbito da FAO para reduzir a pobreza e melhorar os serviços ecossistêmicos em todo o mundo, promovendo o manejo sustentável de árvores de rápido crescimento.

Foi fundado em 1947 para restaurar as paisagens devastadas da Europa após a Segunda Guerra Mundial e hoje conta com 38 países-membros em cinco continentes.

 

Fonte: FAO Forestry news