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O período crítico das queimadas já começou. E, com ele, cresce a preocupação em todas as regiões onde há cobertura florestal.
No campo, tanto em pequenas propriedades quanto em grandes empreendimentos, todos conhecem a realidade: uma distração, uma faísca, e o prejuízo pode ser devastador.
Na propriedade do Sr. Pedro, pequeno produtor com 35 hectares de eucalipto, a rotina mudou. A tranquilidade deu lugar à vigilância constante: abafadores prontos, trator abastecido, alguém sempre de plantão. Ele resume o sentimento de muitos:
“Chegou a estação das preocupações. Todo dia, toda hora, a qualquer momento pode começar a correria para salvar nosso ganha-pão.”
Esse senso de alerta precisa se espalhar — não apenas entre os pequenos, mas, sobretudo, entre os grandes detentores de áreas florestais.
A pergunta que se impõe é urgente: estamos realmente preparados? Estão as empresas prontas para proteger seu patrimônio florestal e, principalmente, as vidas humanas envolvidas no combate aos incêndios?
O receio do Sr. Pedro é legítimo:
“Tenho muito medo de acidente com filhos e amigos que, em pânico e sem preparo, se metem nessa encrenca.”
Esse temor precisa ser um sinal claro: improviso e despreparo não combatem incêndios.
Somente com equipes treinadas, equipamentos adequados e protocolos de segurança bem estabelecidos é possível enfrentar com responsabilidade esse desafio.
É preciso agir com estratégia, planejamento e, acima de tudo, respeito à vida e ao meio ambiente.
É hora de reforçar um compromisso inegociável:
As empresas do setor florestal têm um papel essencial no enfrentamento dos incêndios. Garantir apoio integral, segurança irrestrita e capacitação técnica às equipes terceirizadas é um dever que vai além da obrigação legal — é uma exigência moral, ambiental e social.
Não se trata de escolha, mas de responsabilidade.
Sabemos que há investimentos a serem feitos. Mas o custo da negligência é imensuravelmente maior. O comprometimento precisa estar à altura do risco.
Afinal, o que está em jogo são vidas humanas, biodiversidade, o futuro das florestas e a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Felizmente, já vemos bons exemplos pelo país. Estados como Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais mostram iniciativas inspiradoras: campanhas de conscientização, treinamentos especializados, equipamentos à disposição e, acima de tudo, uma postura de respeito à vida e ao patrimônio natural.
A essas empresas e entidades, nossos sinceros cumprimentos. Elas mostram que é possível unir desenvolvimento e responsabilidade.
Agora é o momento de agir — juntos, com consciência, coragem e comprometimento.
Nelson Barboza Leite – Agrônomo – Silvicultor – nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura
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