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Equivalente a um prédio de 20 andares, é a maior árvore viva da Mata Atlântica
A mais alta árvore da espécie jequitibá-rosa (Cariniana legalis) já catalogada no Brasil foi descoberta na Reserva Biológica da Mata Escura, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Com 65 metros de altura e 5,5 metros de circunferência, é a maior árvore viva da Mata Atlântica.
A descoberta veio por meio de uma expedição que em nada tinha relação com espécies vegetais. A equipe, liderada pelo professor e pesquisador Fabiano Rodrigues de Melo, do Departamento de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), realizava, na verdade, o monitoramento de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), primatas criticamente ameaçados de extinção.
Foi usando drones com câmeras térmicas para rastrear os animais que o grupo de pesquisadores se deparou com a árvore gigante, equivalente a um prédio de 20 andares. “Encontrar uma árvore desse porte é algo excepcional nos dias de hoje”, diz Melo.
Melo afirma que, com a destruição da cobertura original do bioma, árvores desse tamanho eram consideradas praticamente extintas. É fato, de acordo com a SOS Mata Atlântica, restam apenas 24% da floresta que existia originalmente, sendo que apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas.“A maioria das áreas remanescentes são florestas secundárias, em regeneração. Existem vários parques, vários locais de visitação, mas árvores desse tamanho, desse porte, realmente são uma grande surpresa”, afirma.
Jequitibá rei
A Mata Atlântica é um dos mais ricos biomas em biodiversidade. Dentre tantas espécies, uma das maiores árvores é justamente o jequitibá rosa – considerado o rei do bioma e árvore-símbolo do Estado de São Paulo.
A presença de árvores saudáveis, e ainda não catalogadas, é um indicador importante da biodiversidade presente na região e reforça a relevância das unidades de conservação, como a Reserva Biológica da Mata Escura, gerida pelo ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A área protegida abrange mais de 50 mil hectares.
A maior concentração de indivíduos de jequitibá-rosa está localizada no Parque Estadual Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo. Lá dentro está, inclusive, o maior exemplar paulista acessível à visitação pública: um jequitibá-rosa batizado de Patriarca.
Marcia Sousa
Fonte: Ciclo Vivo
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